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O que esperar do mercado de trabalho em 2011?

Especialistas mostram quais as possíveis tendências para o ano; saiba como se preparar

Reveillon em Copacabana: profissionais com experiência em países emergentes são cobiçados para alto escalão das empresas (Riotur/Divulgação)

Talita Abrantes

Publicado em 3 de janeiro de 2011 às 16h28.

São Paulo – Se depender das previsões dos headhunters, 2011 será um ano positivo para os profissionais brasileiros. A começar pelas previsões de contratações. De acordo com pesquisa da consultoria Manpower, o número de novos postos de trabalho deve crescer 36% no Brasil até março.

No entanto, à exemplo do que aconteceu em 2010, o contexto do mercado de trabalho irá além desses números. Eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas, além das perspectivas positivas para a economia brasileira, devem continuar influenciando a maneira como as empresas vão procurar e, principalmente, trabalhar para manter os melhores profissionais em seu quadro de funcionários.

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EXAME.com consultou alguns headhunters e listou os possíveis cenários para o mercado de trabalho em 2011.

1. Oportunidades no alto escalão
Os países do BRIC (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia e China) foram a grande estrela dos negócios internacionais em 2010. Além de provocar uma reviravolta na lógica dos mercados, isso fez nascer uma nova demanda dentro das empresas globais: profissionais especialistas em mercados emergentes.

Isso significa que nos próximos meses as companhias estarão de olho em profissionais que conhecem de perto a dinâmica dos negócios de cada um desses países. A razão? Encontrar bons nomes para ocupar cargos estratégicos dentro de seus quadros.

“As empresas agora têm de encarar desafios diferentes e isso abre muitas oportunidades”, afirma Alexia Franco, diretora da consultoria Hays. Ponto para os brasileiros que podem ver suas carreiras decolar com essas oportunidades.

2. Salários
“O mercado continua carente de bons profissionais”, afirma Guilherme Brandão, sócio da consultoria 2GET. E, à exemplo do que aconteceu em 2010, isso deve influenciar a lógica de estruturação dos pacotes de remuneração oferecidos pelas empresas.


No entanto, a onda de valorização das remunerações dos executivos que marcou 2010 tende a se estabilizar nos próximos meses, de acordo com Marcelo de Lucca, diretor da Michael Page.

“Os salários não são infinitos. Os executivos devem se contentar com o fato de que essa realidade tem um limite e atentar para outros benefícios oferecidos pelas empresas”, diz.


3. Estrangeiros

A complexidade dos negócios no Brasil acentuará a demanda por profissionais com uma qualificação mais especializada. E aqui jaz o principal gargalho para o desenvolvimento do país: a falta de pessoas com qualificação suficiente.

Para sanar essa lacuna, as companhias em operação no Brasil já partiram para uma prática até pouco tempo restrita aos países mais desenvolvidos: importar cérebros. Isso mesmo. Em 2011, as empresas vão caçar profissionais fora das fronteiras nacionais.

Dados do Ministério de Trabalho confirmam o processo. Estima-se que, em 2010, 46 mil estrangeiros receberam autorização para trabalhar no Brasil. Há quatro anos, o número era de apenas 25 mil profissionais.

4. Áreas promissoras
O setor de serviços lidera o número de intenções de contratação até março, segundo a Manpower. Nessas empresas, o recrutamento deve crescer em 51% nos próximos três meses. Em seguida vem o setor de comércio atacadista e varejista com 44% das intenções. Enquanto, nas empresas ligadas a área financeira e de seguros o número é de 40%.

Destaque para o setor de infraestrutura e construção civil. Em 2010, a combinação de investimentos para as obras da Copa do Mundo e Olimpíadas somadas às políticas voltadas para a exploração do pré-sal puxaram a onda de contratações no setor. “Muitas das movimentações estarão centralizadas nesse setor”, diz Matilde Berna, da Right Management. “E ele acaba influenciando outros”.

Setores de tecnologia da informação, petróelo e recursos humanos também são apontados pelos especialistas como solos promissores para novas contratações em 2011.

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