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O legado do RH

Em sua coluna de estreia, Vicky Bloch fala sobre o atual papel do RH e da importância de esse profissional deixar um legado

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2014 às 17h47.

São Paulo - Não poderia estrear esta coluna de outra forma senão dizendo como enxergo os desafios e o futuro dos recursos humanos no Brasil. Por um lado, fico satisfeita ao ver que tem crescido o debate em torno de como essa área pode ajudar as empresas a ser mais competitivas, éticas e socialmente responsáveis. Porém, acho que nem todos perceberam o tamanho dessa urgência — a transformação do RH no Brasil tem de começar agora. Ontem.

Os atuais modelos estão esgotados e ultrapassados. Basta observar que os sistemas de gestão de pessoas — treinamentos, pesquisas, avaliações — são os mesmos há décadas. O fato é que a sociedade está passando por grandes mudanças e os profissionais de RH, que devem ser os tradutores dessas transformações para as discussões estratégicas, precisam inseri-las no contexto das organizações.

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Os recentes movimentos sociais que temos enfrentado no Brasil e que causaram impacto profundo em nosso cenário sociopolítico são exemplos claros do que estou falando. Eles se assemelham aos problemas com os sindicatos nos anos 70, que refletiam os relacionamentos difíceis entre pessoas e organizações naquela época.

Porém, o mundo está diferente e o sindicato é apenas um entre vários atores que influenciam o universo das empresas, como as lideranças locais mobilizadas por meio das redes sociais. Como vimos, o impacto agora é muito maior. E a visibilidade desses movimentos no mundo, idem.

Quem, dentro de recursos humanos, estava atento a isso? Quantos perceberam a fragilidade dessas relações e captaram o macroambiente? Quem conhece esse novo consumidor que está surgindo? E quem está de olho na transformação que ainda está por vir com o envelhecimento da população nos próximos 20 anos?

Um RH transformador emerge daqueles cuja motivação básica de vida é o desejo de ajudar ou servir ao outro. E a escolha consciente de servir ao outro leva ao desejo de liderar como uma possibilidade de influenciar o meio e criar condições para o crescimento do outro — acionistas, empregados, clientes, fornecedores e comunidade. O novo RH precisa investir nas relações de longo prazo.

Cabe aos líderes da atualidade começar a formar novas gerações de profissionais capazes de enxergar esses novos desafios e trazer para o presente as grandes discussões do futuro. Temos de enxergar esses desafios como uma grande oportunidade para inovar e, só assim, deixar um grande legado. Este deve ser, ao meu ver, o rumo de um RH sustentável.

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