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A Mars quer atrair você pela boca e pelos desafios

A fabricante americana de chocolates Mars tem um plano ambicioso para crescer no Brasil. Para realizá-lo, ela quer conquistar você pelo estômago e pelo desafio de carreira

Blas Maquivar, presidente da Mars para a América Latina: “O Brasil é um mercado estratégico para nossa expansão” (Alexandre Battibugli/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2013 às 13h05.

São Paulo - A ideia de conhecer uma fábrica de chocolate costuma mexer com a imaginação das pessoas — crianças ou adultos. Quem nunca entrou em uma pode fantasiar como é lá dentro: o piso de grama comestível com uma grande cascata jorrando o líquido negro e formando um rio caudaloso de puro chocolate, exatamente como na refilmagem de A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005), do diretor Tim Burton. E com os Oompa-Loompas, claro. Pena que não é assim.

A linha de produção é um conjunto de ilhas de máquinas em que os ingredientes são misturados de um lado e saem prontos e embalados do outro. Chega até a ser um tanto decepcionante. Mas trabalhar vendo chocolate e sentindo o cheiro dele todos os dias pode ser prazeroso e divertido.

É também nisso que a Mars aposta para dobrar o número de funcionários em dez anos, chegar em 2020 vendendo anualmente 500 milhões de dólares de chocolates no Brasil e passar de menos de 2% de participação no mercado brasileiro de chocolate para mais de 10% em sete anos.

“Para alcançarmos essa meta agressiva, vamos ter de crescer cerca de 25% ao ano, e vamos precisar de profissionais para a fábrica e para as áreas de vendas, marketing, recursos humanos, administrativo e financeiro”, diz Blas Maquivar, presidente da Mars Chocolates para a América Latina.

A Mars é a terceira maior companhia de capital fechado dos Estados Unidos e fatura globalmente 33 bilhões de dólares por ano. Além da divisão de chocolates, que emprega 500 pessoas no Brasil, é dona das linhas de produtos para cachorro e gato Pedigree, Royal Canin e Whiskas, e de temperos e arroz, com as marcas Masterfoods e Uncle Ben’s, que empregam outros 1 100 funcionários.

No Brasil, seu produto mais conhecido são os confetes M&M’s. Mas a empresa quer fazer das suas outras marcas, como as barras Snicker e Milkyway, mais conhecidas por aqui. Comandada há 102 anos pela mesma família, que dá o nome à companhia, a empresa não divulga números sobre investimentos para o mercado. Os dados apresentados pela VOCÊ S/A são uma exceção aberta pela companhia.

Dentro do grupo, os funcionários são chamados de associados e os escritórios ao redor do mundo são montados no conceito de open space, sem divisórias.

“Temos um jeito muito próprio de trabalhar e gostamos de não ter barreiras entre os associados de menor e maior nível. Não temos banheiros exclusivos para os chefes, não há secretárias e todos têm acesso imediato aos seus líderes”, diz Blas Maquivar. Talvez por isso o índice de engajamento dos funcionários seja de 73%, segundo o instituto de pesquisa Gallup. “Estamos 25% acima das empresas com os melhores índices desse tipo”, diz Blas.


Quem chega ao escritório da empresa, onde também fica a fábrica, na cidade de Guararema, a 80 quilômetros de São Paulo, pode até pensar que se enganou e entrou em uma agência de publicidade ou em uma dessas empresas de TI à la Google — que ficou famoso como a empresa que oferece um ambiente descontraído, com jogos, comidinhas e até happy hours com cerveja (controlada, claro) dentro do escritório.

O ambiente leva as cores de seu carro-chefe, os coloridos M&M’s. As semelhanças com a gigante da internet, no entanto, não param por aí. Uma sala com sinuca e tênis de mesa está sempre disponível para quem quer dar um tempo da tela do computador. Em uma sala com uma cachoeira artificial (não é de chocolate) é possível tomar café degustando um dos produtos da casa feitos a poucos metros dali.

“A liberdade que temos de flexibilidade de horário de trabalho, de expressarmos o pensamento e de descontração é algo que não encontrei em nenhuma outra empresa em que trabalhei antes”, diz Luciano Batista, de 33 anos. Ele é gerente de TI e foi contratado há menos de um ano.

E, ao contrário do que se possa imaginar, o número de gordinhos entre os funcionários é praticamente zero. “Acreditamos que o chocolate pode fazer parte da dieta alimentar das pessoas, basta ter equilíbrio”, diz o presidente. Um dos benefícios mais atrativos da empresa é o pagamento semanal. As parcelas do salário são depositadas todas as sextas-feiras.

No fim do mês ainda há um acréscimo de pontualidade. Os associados ganham um bônus de até 10% de seu salário caso não faltem ou não se atrasem, além de todos os benefícios de praxe. As promoções são baseadas em avaliações de desempenho, que acontecem religiosamente duas vezes por ano. Fernando Caraça, de 23 anos, atribui suas duas promoções a essas avaliações. Ele entrou há três anos como empacotador e hoje é responsável pelo setor de logística do turno da noite.

Em breve, quem indicar um amigo que seja contratado vai receber uma recompensa financeira. “Dessa forma vamos conseguir atrair pessoas que têm afinidade com nossos princípios. Mas ainda estamos estudando”, diz Simone Karpinskas, diretora de recursos humanos. Na busca por esses novos talentos, a Mars se juntou com a cervejaria Heineken para fazer o primeiro programa de trainee compartilhado entre empresas.

De quase 2 000 pessoas por vaga, dez jovens foram selecionados. Eles vão ser divididos em dois grupos e cada um vai passar um ano em uma companhia e, no segundo ano, trocam de organização. “A lógica é fazer com que eles tenham a experiência em duas grandes empresas com visões complementares”, diz Simone. A troca de funções entre as divisões internas dentro do grupo também é possível.

Quem quer dar um tempo de chocolates pode seguir para a divisão de alimentos ou de pet care. São opções diversas mas que oferecem, segundo a empresa, oportunidades similares de crescimento profissional num mercado que está em franca expansão.

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São Paulo - A ideia de conhecer uma fábrica de chocolate costuma mexer com a imaginação das pessoas — crianças ou adultos. Quem nunca entrou em uma pode fantasiar como é lá dentro: o piso de grama comestível com uma grande cascata jorrando o líquido negro e formando um rio caudaloso de puro chocolate, exatamente como na refilmagem de A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005), do diretor Tim Burton. E com os Oompa-Loompas, claro. Pena que não é assim.

A linha de produção é um conjunto de ilhas de máquinas em que os ingredientes são misturados de um lado e saem prontos e embalados do outro. Chega até a ser um tanto decepcionante. Mas trabalhar vendo chocolate e sentindo o cheiro dele todos os dias pode ser prazeroso e divertido.

É também nisso que a Mars aposta para dobrar o número de funcionários em dez anos, chegar em 2020 vendendo anualmente 500 milhões de dólares de chocolates no Brasil e passar de menos de 2% de participação no mercado brasileiro de chocolate para mais de 10% em sete anos.

“Para alcançarmos essa meta agressiva, vamos ter de crescer cerca de 25% ao ano, e vamos precisar de profissionais para a fábrica e para as áreas de vendas, marketing, recursos humanos, administrativo e financeiro”, diz Blas Maquivar, presidente da Mars Chocolates para a América Latina.

A Mars é a terceira maior companhia de capital fechado dos Estados Unidos e fatura globalmente 33 bilhões de dólares por ano. Além da divisão de chocolates, que emprega 500 pessoas no Brasil, é dona das linhas de produtos para cachorro e gato Pedigree, Royal Canin e Whiskas, e de temperos e arroz, com as marcas Masterfoods e Uncle Ben’s, que empregam outros 1 100 funcionários.

No Brasil, seu produto mais conhecido são os confetes M&M’s. Mas a empresa quer fazer das suas outras marcas, como as barras Snicker e Milkyway, mais conhecidas por aqui. Comandada há 102 anos pela mesma família, que dá o nome à companhia, a empresa não divulga números sobre investimentos para o mercado. Os dados apresentados pela VOCÊ S/A são uma exceção aberta pela companhia.

Dentro do grupo, os funcionários são chamados de associados e os escritórios ao redor do mundo são montados no conceito de open space, sem divisórias.

“Temos um jeito muito próprio de trabalhar e gostamos de não ter barreiras entre os associados de menor e maior nível. Não temos banheiros exclusivos para os chefes, não há secretárias e todos têm acesso imediato aos seus líderes”, diz Blas Maquivar. Talvez por isso o índice de engajamento dos funcionários seja de 73%, segundo o instituto de pesquisa Gallup. “Estamos 25% acima das empresas com os melhores índices desse tipo”, diz Blas.


Quem chega ao escritório da empresa, onde também fica a fábrica, na cidade de Guararema, a 80 quilômetros de São Paulo, pode até pensar que se enganou e entrou em uma agência de publicidade ou em uma dessas empresas de TI à la Google — que ficou famoso como a empresa que oferece um ambiente descontraído, com jogos, comidinhas e até happy hours com cerveja (controlada, claro) dentro do escritório.

O ambiente leva as cores de seu carro-chefe, os coloridos M&M’s. As semelhanças com a gigante da internet, no entanto, não param por aí. Uma sala com sinuca e tênis de mesa está sempre disponível para quem quer dar um tempo da tela do computador. Em uma sala com uma cachoeira artificial (não é de chocolate) é possível tomar café degustando um dos produtos da casa feitos a poucos metros dali.

“A liberdade que temos de flexibilidade de horário de trabalho, de expressarmos o pensamento e de descontração é algo que não encontrei em nenhuma outra empresa em que trabalhei antes”, diz Luciano Batista, de 33 anos. Ele é gerente de TI e foi contratado há menos de um ano.

E, ao contrário do que se possa imaginar, o número de gordinhos entre os funcionários é praticamente zero. “Acreditamos que o chocolate pode fazer parte da dieta alimentar das pessoas, basta ter equilíbrio”, diz o presidente. Um dos benefícios mais atrativos da empresa é o pagamento semanal. As parcelas do salário são depositadas todas as sextas-feiras.

No fim do mês ainda há um acréscimo de pontualidade. Os associados ganham um bônus de até 10% de seu salário caso não faltem ou não se atrasem, além de todos os benefícios de praxe. As promoções são baseadas em avaliações de desempenho, que acontecem religiosamente duas vezes por ano. Fernando Caraça, de 23 anos, atribui suas duas promoções a essas avaliações. Ele entrou há três anos como empacotador e hoje é responsável pelo setor de logística do turno da noite.

Em breve, quem indicar um amigo que seja contratado vai receber uma recompensa financeira. “Dessa forma vamos conseguir atrair pessoas que têm afinidade com nossos princípios. Mas ainda estamos estudando”, diz Simone Karpinskas, diretora de recursos humanos. Na busca por esses novos talentos, a Mars se juntou com a cervejaria Heineken para fazer o primeiro programa de trainee compartilhado entre empresas.

De quase 2 000 pessoas por vaga, dez jovens foram selecionados. Eles vão ser divididos em dois grupos e cada um vai passar um ano em uma companhia e, no segundo ano, trocam de organização. “A lógica é fazer com que eles tenham a experiência em duas grandes empresas com visões complementares”, diz Simone. A troca de funções entre as divisões internas dentro do grupo também é possível.

Quem quer dar um tempo de chocolates pode seguir para a divisão de alimentos ou de pet care. São opções diversas mas que oferecem, segundo a empresa, oportunidades similares de crescimento profissional num mercado que está em franca expansão.

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