Neymar e o (mau) uso dos verbos irregulares
Diogo Arrais, professor do Damásio Educacional, fala sobre conjugação do verbo intermediar, usando texto da imprensa sobre irregularidades cometidas por Neymar
Da Redação
Publicado em 29 de setembro de 2015 às 12h42.
Matéria de importante jornal traz a seguinte manchete:
“Neymar comprou Porsche 2011 de maneira irregular, afirma Receita”
A fim de sintetizar a informação do texto, o jornalista redige três períodos:
a) “A empresa que cuida da imagem de Neymar faz um pedido de um Porsche Panamera para a Select Import.”
b) “A empresa Select Import intermedia a negociação e, pelo serviço, recebe R$ 60 mil.”
c) “First importa o carro de Neymar ao Brasil e formaliza a venda para a empresa que cuida da imagem do atleta.”
Contrariando o folclore de que o presente do indicativo só deve ser utilizado para ações que ocorreram “no momento em que se fala”, o redator faz uso coerente da universalidade de tal tempo. É o presente do indicativo um excelente recurso para a descrição/narração de um fato.
No entanto, em um dos trechos, há um deslize muito comum, envolvendo um dos verbos.
Em nossa Língua, cinco verbos finalizados em –IAR são conjugados irregularmente: mediar, ansiar, incendiar, odiar (e suas variações). Na prática: eu medeio, tu medeias, ele medeia - exatamente como o odiar.
A grande questão aqui é que o verbo intermediar deve seguir o parâmetro do mediar, ou seja, eu intermedeio, tu intermedeias, ele intermedeia. A palavra “intermedia”, aos olhos da norma, não existe em nossa Língua.
Pensando na “regularização” do texto : A empresa intermedeia a negociação e recebe R$ 60 mil reais.
Um abraço, até a próxima e siga-me pelo Twitter!
Diogo Arrais
@diogoarrais
Professor de Língua Portuguesa – Damásio Educacional
Autor Gramatical pela Editora Saraiva
Matéria de importante jornal traz a seguinte manchete:
“Neymar comprou Porsche 2011 de maneira irregular, afirma Receita”
A fim de sintetizar a informação do texto, o jornalista redige três períodos:
a) “A empresa que cuida da imagem de Neymar faz um pedido de um Porsche Panamera para a Select Import.”
b) “A empresa Select Import intermedia a negociação e, pelo serviço, recebe R$ 60 mil.”
c) “First importa o carro de Neymar ao Brasil e formaliza a venda para a empresa que cuida da imagem do atleta.”
Contrariando o folclore de que o presente do indicativo só deve ser utilizado para ações que ocorreram “no momento em que se fala”, o redator faz uso coerente da universalidade de tal tempo. É o presente do indicativo um excelente recurso para a descrição/narração de um fato.
No entanto, em um dos trechos, há um deslize muito comum, envolvendo um dos verbos.
Em nossa Língua, cinco verbos finalizados em –IAR são conjugados irregularmente: mediar, ansiar, incendiar, odiar (e suas variações). Na prática: eu medeio, tu medeias, ele medeia - exatamente como o odiar.
A grande questão aqui é que o verbo intermediar deve seguir o parâmetro do mediar, ou seja, eu intermedeio, tu intermedeias, ele intermedeia. A palavra “intermedia”, aos olhos da norma, não existe em nossa Língua.
Pensando na “regularização” do texto : A empresa intermedeia a negociação e recebe R$ 60 mil reais.
Um abraço, até a próxima e siga-me pelo Twitter!