Estados Unidos: país tem 9,9 milhões de vagas de emprego abertas. (Digital Vision/Thinkstock)
Repórter de Carreira
Publicado em 20 de abril de 2023 às 07h03.
O número de vistos americanos concedidos para brasilerios caiu 5% entre fevereiro e janeiro de 2023. Foram, respectivamente, 75,1 mil e 79,7 mil emissões, segundo um levantamento realizado pelo escritório de advocacia AG Immigration.
A queda foi puxada pelo visto do tipo B1-B2, popularmente conhecido como visto de turismo, que respondeu por 94,7% do total de autorizações dadas a brasileiros. Em fevereiro, a modalidade registrou 71,2 mil emissões, abaixo das 75,3 mil do mês anterior.
Segundo Rodrigo Costa, CEO da AG Immigration, a queda faz parte de uma flutuação pontual e, provavlmente, causada pelo mês mais curto.
"Mesmo com a queda, ainda assim é um volume bem superior à média de 2022. Aliás, essas 71,2 mil emissões de B1/B2 em fevereiro ficariam atrás apenas de dois meses do ano passado", diz o executivo.
De acordo com Costa, o aumento no valor da taxa para emissão de visto, que deverá ser reajustada a partir do dia 30 de maio deste ano não deve interferir na demanda pelas autorizações.
Na contramão, segundo dados da AG Immigration, os vistos que mais tiveram aumento foram o EB-1 e o EB-2, destinados a profissionais com habilidades acima da média, geralmente com ensino superior.
Ambos concedem ao portador o green card, documento que permite ao estrangeiro morar e trabalhar permanentemente nos EUA. Enquanto o EB-1 teve 12 emissões em fevereiro (alta de 500% sobre janeiro), o EB-2 somou 192 autorizações (668%).
“Existe uma escassez forte de mão de obra nos EUA, o que inflaciona os salários e aumenta as oportunidades de emprego para os estrangeiros. Como o Brasil expandiu o acesso às universidades nas últimas duas décadas, isso aumentou a quantidade de pessoas com nível superior e, portanto, elegíveis ao EB-1 e EB-2”, diz Costa.
Dados oficiais do Departamento de Trabalho americano mostram que os EUA têm 9,9 milhões de vagas de emprego abertas.
No entanto, existem 5,9 milhões de desempregados no país. Isso significa que mesmo que todos eles fossem contratados, ainda assim restariam 4 milhões de postos de trabalho para serem preenchidos. “A solução é contratar estrangeiros”, afirma o CEO da AG Immigration.