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Mundo recebe nova safra de Beaujolais nesta semana

Tão previsivelmente quanto os impostos, o Beaujolais chega às taças com grandes festas pelo mundo afora na terceira quinta-feira do mês de novembro, como manda a lei. Tudo bem, o negócio é aproveitar as comemorações, beber alegremente o primeiro tinto da safra de 2001 mesmo sabendo que ele pode não ser lá essas coisas e […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h31.

Tão previsivelmente quanto os impostos, o Beaujolais chega às taças com grandes festas pelo mundo afora na terceira quinta-feira do mês de novembro, como manda a lei. Tudo bem, o negócio é aproveitar as comemorações, beber alegremente o primeiro tinto da safra de 2001 mesmo sabendo que ele pode não ser lá essas coisas e depois provar com mais atenção os vinhos da safra anterior, que foi das melhores.
O Beaujolais Nouveau 2001 deve ser pior que o do ano passado, mas certamente poderemos encontrar vinhos agradáveis feitos por produtores mais caprichosos.
O Beaujolais Nouveau é mais uma festa, uma jogada de marketing genial, mas está perdendo força e muitos já dizem que ele ameaça, a longo prazo, a imagem dos vinhos dessa região.
O Beaujolais é um vinho tinto de denominação de origem controlada (appellation dorigine controlé) feito com a uva Gamay numa gostosa e grande região, que fica ao Sul da Bourgogne e ao Norte de Lyon. São vàrios os tipos: Beaujolais (o básico, que pode ser feito em qualquer parte da zona, mas que na prática vem da parte mais ao Sul, de menos prestígio); Beaujolais Supérieur (mesma coisa, apenas com um pouco mais de álcool), Beaujolais Villages (teoricamente melhor, feito apenas em determinadas comunas- villages- consideradas superiores) e os crus do Beaujolais (produzidos em apenas nove comunas especiais, cujos nomes aparecem nos rótulos e que repreesentam a elite dessa denominação).
A produção é imensa (perto de 150 milhões de garrafas) e mais da metade é vendida como Beaujolais Nouveau a preços compensadores, garantindo aos vinhateiros um Natal com dinheiro no bolso. É grande, portanto, a tentação de fazer vinhos meio apressados, com excesso de chaptalização (adição de açúcar ao mosto) e meio padronizados. Na prática, entre os nouveaux, encontramos de um lado alguns vinhos alegres e gostosos, bom para beber despreocupadamente aos grandes goles e, de outro, muitos vinhos sem alma, meio iguais, com toques de banana e de canela.
Quem não os conhece pode achar que todos os vinhos do Beaujolais são todos como esses nouveaux apressados, o que está longe da verdade. Os vinhos da safra 200 estão aí para desmentir essa imagem. Quem duvidar, deve provar um Beaujolais Villages de bons produtores e, principalmente, os noves crus: Moulin-à- Vent ( de mais prestígio, encorpado, que pode envelhecer durante alguns anos, chamado de Bourgogne do Beaujolais); Morgon (outro encorpado, de classe- o Georges Duboeuf é muito bom, de classe e com capacidade para envelhecer durante alguns anos); Brouilly (o de maior produção, em grande forma, frutado e gostoso); Côtes de Brouilly (também alegre); Chenas (pronto, mas ainda com capacidade de envelhecer), Fleurie (frutado, considerado um dos mais elegantes); Juliénas (robusto e elegante); Saint- Amour (entre os mais ligeiros, para consumo rápido) e Régnié (frutado, para consumo rápido).

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