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Microsoft intensifica esforços para reter talentos em inteligência artificial

Documento interno revela foco crescente em contribuições de IA ao decidir por bônus de retenção

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 13 de janeiro de 2025 às 11h04.

A Microsoft tem se mobilizado para fortalecer suas estratégias de retenção de profissionais especializados em inteligência artificial (IA), em resposta à intensa competição por talentos no setor. Documentos internos, analisados recentemente pelo Business Insider, revelam um novo processo que prioriza a retenção desses especialistas.

Gestores da empresa agora podem solicitar bônus de retenção para colaboradores considerados cruciais. O formulário exige que os gestores respondam perguntas como “Qual o impacto da saída deste funcionário para a Microsoft?”. Recentemente, uma nova seção foi incluída nos formulários, solicitando detalhamentos sobre o papel do funcionário no avanço da transformação da IA na empresa e os riscos relacionados à perda desse talento.

Embora o processo atual seja restrito a grupos específicos da empresa, um porta-voz afirmou ao Business Insider que não há um padrão centralizado para tais solicitações. As adições aos formulários variam conforme as prioridades estratégicas de cada equipe.

A inclusão de campos relacionados à IA no processo de retenção evidencia a alta pressão que a Microsoft enfrenta para manter seus talentos. Gigantes como Google, OpenAI e Meta estão igualmente empenhadas em atrair especialistas, oferecendo pacotes de compensação milionários. Esses profissionais são comparados, por analistas, a estrelas esportivas como LeBron James em termos de valor estratégico.

A Microsoft, por sua vez, já tem priorizado investimentos financeiros significativos em seus times de IA. Dados de setembro mostram que a remuneração média de seus profissionais de IA é 37% superior à média geral da empresa nos EUA. Engenheiros de software focados em IA, especificamente, recebem 48% mais do que seus colegas em outras áreas.

IA como pilar estratégico

Durante a crise de liderança da OpenAI em 2023, Kevin Scott, diretor de tecnologia da Microsoft, manifestou publicamente a intenção de contratar centenas de funcionários da OpenAI, igualando seus pacotes de remuneração. Esse movimento ocorreu mesmo em um período de cortes e congelamento de salários em outros setores da Microsoft, causando desconforto interno.

A adoção dessa abordagem reforça a importância estratégica da IA para o futuro da empresa, que busca consolidar sua posição em um mercado altamente competitivo. Ao adaptar suas práticas de retenção, a Microsoft sinaliza sua determinação em liderar a revolução tecnológica impulsionada pela inteligência artificial.

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