“Lideranças despreparadas e tóxicas são o maior desafio do RH”, diz consultor
O desenvolvimento da liderança tem impacto direto na produtividade, no bem-estar e na retenção de talentos e por isso foi o foco das palestras da Exame no RH Summit 2024.
Repórter na Exame Corporate Education
Publicado em 27 de junho de 2024 às 13h37.
Última atualização em 17 de outubro de 2024 às 14h12.
Na palestra de encerramento do maior evento de RH do Brasil, o RH Summit, o consultor Adriano Lima compartilhou o resultado de uma pesquisa realizada pela AL+ People & Performance Solutions, com mais de 100 executivos de RH, para descobrir o maior desafio atual na gestão de pessoas.
Os mais citados foram líderes despreparados, líderes tóxicos e saúde mental. Adriano avaliou ainda como esses fatores estão interligados, com esses tipos de liderança gerando cada vez mais danos ao bem-estar nas organizações.
Para 76,9% dos participantes, o desenvolvimento de líderes é o principal fator de preocupação. Outros fatores como fortalecer a cultura organizacional, retenção dos talentos-chave e impacto da inteligência artificial também foram destaques na pesquisa.
Depois de liderar o RH de empresas como Itaú, Mastercard, Dasa, Unilever e Minerva Foods, Adriano contou que decidiu deixar a carreira executiva para se dedicar exclusivamente a compartilhar aprendizados para desenvolver líderes inspiradores.
5 lições que fazem parte da nova Imersão de RH do Adriano Lima
1.“Assim como a área de vendas, o RH precisa ter uma segmentação bem feita dos seus clientes (que são os colaboradores), para oferecer soluções personalizadas e usar os canais adequados.”
2.“O RH não precisa de um planejamento estratégico, ele precisa de iniciativas estratégicas para a ajudar a empresa a seguir o planejamento estratégico dela, é completamente diferente.”
3.“O RH precisa estar sempre preparado para encontrar com o CEO da empresa e falar de negócios, precisa estar de olho nos resultados de todas as áreas para investigar se há um problema de gestão de pessoas e agregar valor na performance e nos resultados.”
4."Reduzir desperdício pode ser muito mais eficiente do que cortar custos."
5."As faltas de reconhecimento individual, de diversidade, colaboração e incentivo à aprendizagem são as principais causas de piora no serviço e na performance."
“O RH estratégico precisa gerenciar egos, analisar dados, entender de comportamento humano, desenvolver pessoas, liderar mudanças e entender que falar de amor no mundo corporativo não é brega, é estimular a melhor versão de cada um com propósito de melhorar a vida do outro”, conclui Adriano.
Participe da próxima imersão RH de Negócios desenvolvida pelo Adriano Lima em parceria com a Exame
O papel do líder na cultura de desenvolvimento e aprendizagem
O vice-presidente da Exame Corporate Education, Bruno Leonardo, também reforçou o papel da liderança e do RH na construção de uma cultura de desenvolvimento contínuo durante a sua palestra no RH Summit.
“70% do engajamento de um time depende do seu líder direto, então não adianta investir em excelentes cursos, plataformas e treinamentos, se o líder não valoriza e suporta o processo de aprendizagem”, afirmou Bruno, que também destacou a importância do RH oferecer uma boa experiência, conteúdos conectados ao dia a dia, além de comunicar melhor lançamentos e benefícios do programa”
“Os conteúdos obrigatórios fazem até as pessoas acessarem a plataforma de aprendizagem, mas não são eles que criam uma cultura de desenvolvimento e atualização. Os treinamentos globais que não se conectam com o dia a dia e cultura também são ineficazes nesse sentido. A cultura precisa da abertura de espaço da liderança", pontuou Bruno.
Como impulsionar a mudança através da liderança
Heloísa Jardim, diretora executiva na Exame Corporate Education, dividiu o palco do RH Summit com Beatriz Alli, diretora de RH no Machado Meyer, para compartilhar um case de sucesso na cultura de aprendizagem do escritório.
Há alguns anos o escritório Machado Meyer, com mais de 1.000 funcionários, incluindo 570 advogados e 112 sócios, enfrentou a complexidade da transição de gestão dos fundadores para uma nova administração. Este período desafiador destacou a necessidade de um reposicionamento da marca e dos valores para refletir a inovação na cultura organizacional.
“A estratégia foi trabalhar a cultura organizacional a partir das lideranças e tornar os sócios mais acessíveis. Formamos um grupo de embaixadores para impulsionar a mudança e o desenvolvimento que queríamos e fizemos também um trabalho de humanização dos sócios tanto dentro da empresa como nas nossas redes sociais”, disse Beatriz.
Como o RH pode medir a cultura organizacional
O escritório passou a utilizar a Metodologia de Barrett para medir a cultura. Ela avalia o valor das pessoas, o valor da companhia e o valor que os colaboradores entendem que a companhia deve chegar, tudo na perspectiva do colaborador. No final ela mede o nível de entropia que existe na companhia, ou seja, o quanto de tempo ou energia a gente desperdiça para completar as nossas tarefas. "Nosso nível era 22% e avançamos para 11% com essa metodologia", contou Beatriz.
Como o RH pode vencer obstáculo da falta de tempo dos colaboradores
“Conciliar atividades de cultura e educação com as demandas do dia a dia é bem difícil. Essa disputa sempre vai existir, então precisamos aprender a gerar importância no que a gente faz, comunicar isso muito bem e testar os melhores momentos para trazer as ações.”, disse Beatriz, que também falou sobre a importância da estratégia e da liderança nesse processo.
"Já tivemos projetos que fizeram sucesso anos depois, porque analisamos maturidade, alinhamos com os stakeholders certos A gente tem que saber aonde o escritório quer chegar para ter o mesmo foco nas nossas ações, isso é imprescindível", afirmou a diretora de RH.
Resultados
Em 5 anos o negócio dobrou o faturamento, reduziu 30% de turnover, ganhou 190 mil seguidores no LinkedIn, cerca de 15 mil seguidores no Instagram, ganhou uma identidade visual que refletia a inovação e as mudanças da marca, se manteve em 1º lugar no Glassdoor entre concorrentes e conquistou o selo de Top Employer de marcas para trabalhar no Brasil.
A importância de investir no desenvolvimento de lideranças
Um estudo recente realizado por Josh Bersin, com mais de oito mil profissionais do RH, identificou que o Desenvolvimento de Lideranças está entre as ações do RH com maior maior impacto no crescimento das organizações, reforçando globalmente os dados compartilhados pelos consultores Exame no RH Summit.
- 70% do engajamento de um time depende do seu líder direto (Deloitte)
- Oito em cada dez profissionais pedem demissão por causa do seu líder (Michael Page)
A Exame Corporate Education desenvolveu uma jornada completa de treinamento de líderes, que vai desde odiagnósticode habilidades técnicas e comportamentais à aplicação de forma personalizada para as necessidades da liderança de cada organização. Clique aqui para conhecer.
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