Intel investirá US$300 mi para fomentar diversidade no mercado
Plano também envolve aumentar em 14% o número de mulheres, negros e hispânicos na empresa até 2020
Da Redação
Publicado em 7 de janeiro de 2015 às 17h21.
A Intel aproveitou sua apresentação na CES , realizada nesta última terça-feira, para anunciar um novo programa que visa aumentar a diversidade no mercado de tecnologia. A meta é fazer com que minorias estejam representadas de forma mais proporcional na indústria, investindo cerca de 300 milhões de dólares nos próximos três anos para fazer isso acontecer.
Segundo o CEO Brian Kzranich, o plano deve aumentar, até 2020, em 14% o número de mulheres, negros e hispânicos que trabalham na companhia, hoje criticada pela baixa porcentagem desses grupos entre os contratados. Atualmente, 76% de seus funcionários são homens e apenas 4% são negros e 8% são hispânicos, segundo dados divulgados pela própria empresa.
A Intel não é a única, no entanto, a apresentar números assim. Facebook, Twitter e Google, por exemplo, também não são muito diferentes, como seus relatórios de diversidade divulgados no ano passado já mostravam.
A elevada quantia em dinheiro será usada para apoiar a formação de engenheiros em especial em faculdades e universidades de maioria negra e programas que apoiam a inclusão no mercado, de acordo com o The New York Times (NYT). Entre as organizações citadas pelo site The Next Web, estão a E-Sports League e o Centro Nacional para Mulheres e Tecnologia da Informação (National Center for Women and Information Technology).
O objetivo envolve ainda atuar no ensino primário: a empresa espera agir na raiz de um dos principais motivadores dessa falta de variedade, que é a falta de mão de obra qualificada vinda dos grupos das minorias. Estatísticas fornecidas por Rosalind Hudnell, chefe do setor de diversidade da Intel, ao NYT indicam que apenas 18% dos diplomas de engenharia nos EUA vão para mulheres e muito talvez por falta de interesse prévio.
Por fim, a iniciativa também visa ajudar a limpar a imagem da empresa entre gamers, manchada após o apoio (de certa forma acidental) ao movimento GamerGate. Em outubro do ano passado, a companhia retirou, sem entender muito bem o porquê, seus anúncios do site GamaSutra após pedidos vindos de membros do movimento que ficaram incomodados com um artigo criticando o domínio masculino no mundo dos games.
Os banners, porém, foram colocados de volta depois que a confusão foi desfeita. O deslize, por sua vez, serviu para que a Intel percebesse o tamanho do problema e destinasse parte dos 300 milhões de dólares à International Game Developers Association.
A organização sem fins lucrativos tem o objetivo de dobrar o número de mulheres na indústria de games, e, segundo o New York Times, levará 20 estudantes universitárias a uma conferência de desenvolvedores. E tudo com o recém-adquirido apoio da fabricante de processadores.