Guardião das pessoas e do negócio (Lula Palomares)
Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2013 às 12h51.
São Paulo - Ter uma excelente direção de recursos humanos é primordial para o sucesso das empresas na América Latina, principalmente neste momento de crescimento econômico.
Nesta região, a visão de recursos humanos é centrada na pessoa. O que significa que o profissional de RH é considerado um defensor dos empregados – mais do que um agente da organização. Contudo, essa visão centrada no indivíduo enfrenta uma pressão constante dos executivos, que defendem a visão centrada no rendimento.
Nas empresas latinas, a tensão em equilibrar os interesses dos funcionários e do negócio ocorre paralela a outro conflito: elas devem operar em um âmbito cultural híbrido, no qual coexistem valores regionais e nacionais, e práticas locais e globais. Com isso, os executivos de RH enfrentam diferentes desafios. E como reduzir essa tensão e atender aos dois lados da moeda?
Um bom exemplo seria colocar os empregados certos nos trabalhos mais adequados – isso reduziria o desemprego e aumentaria a qualidade e a produtividade dos trabalhadores. Para melhorar a atribuição do trabalho-empregado, os profissionais de recursos humanos deveriam se unir e cooperar, criando registros de vagas em conjunto e auxiliando os trabalhadores na busca pelo emprego.
De forma similar, para resolver a crescente lacuna de capacitação, os gestores de pessoas poderiam melhorar as oportunidades dos trabalhadores planejando políticas conjuntas que oferecessem incentivos aos que buscassem formação de alta qualidade – proporcionando também benefícios às empresas que fornecessem tal treinamento.
A formação deveria estar centrada em aumentar a produtividade das pessoas, de tal forma que as empresas continuassem competitivas no âmbito global.
A colaboração das áreas de RH também com as instituições governamentais parece um aspecto fundamental para melhorar a produtividade dos trabalhadores mais velhos.
Após essas medidas, os executivos de recursos humanos podem continuar com a supervisão das políticas de emprego, fazendo cumprir a legislação e promovendo relações trabalhistas harmoniosas. E assim conseguirão alinhar a gestão centrada nas pessoas com os interesses dos negócios.
Marta Elvira é professora de gestão estratégica e gestão de pessoas do IESE Business School;
Anabella Davila é diretora de doutorado em ciências administrativas da EGADE Business School, do Tecnológico de Monterrey.