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Felicidade no trabalho: Como Heineken e Chilli Beans estão apostando nesta estratégia para crescer

O Dia Internacional da Felicidade é celebrado em 20 de março, mas para essas empresas é possível ser todo dia

Lívia Azevedo, Diretora de Felicidade da Heineken: “Investir em felicidade no trabalho beneficia tanto as pessoas quanto o negócio. Além da retenção de talentos, vimos melhoras na saúde dos funcionários, como redução de peso e melhor qualidade do sono” (Grupo Heineken/Divulgação)

Lívia Azevedo, Diretora de Felicidade da Heineken: “Investir em felicidade no trabalho beneficia tanto as pessoas quanto o negócio. Além da retenção de talentos, vimos melhoras na saúde dos funcionários, como redução de peso e melhor qualidade do sono” (Grupo Heineken/Divulgação)

Publicado em 20 de março de 2025 às 13h34.

Última atualização em 20 de março de 2025 às 14h45.

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O Dia Internacional da Felicidade, celebrado em 20 de março, foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2012 para reconhecer a importância do bem-estar como um objetivo universal. No ambiente de trabalho, a busca por felicidade tem ganhado espaço nas estratégias empresariais, levando empresas a investirem em iniciativas para promover um ambiente mais saudável e produtivo.

Uma das empresas que tem incorporado esse conceito em sua estratégia é o Grupo Heineken, que criou a Diretoria de Felicidade em 2023 para cuidar do bem-estar dos seus funcionários. A iniciativa foi criada no Brasil e se baseia em pesquisas sobre felicidade no trabalho e busca integrar práticas de saúde mental, física e social ao dia a dia da companhia.

Inspirada na Ciência da Felicidade, a área atua por meio de iniciativas que transferem conhecimentos e desenvolvem a liderança para aplicar práticas voltadas ao bem-estar no cotidiano das equipes.

“Felicidade corporativa já é uma realidade para a Heineken e um caminho para que possamos transformar as relações de trabalho, trazendo ambientes mais positivos onde as pessoas possam ser elas mesmas e assim usarem todo o seu potencial para a realização”, afirma Lívia Azevedo, Diretora de Felicidade do Grupo Heineken.

A Chilli Beans também aposta na felicidade corporativa desde 2023, no pós-pandemia. O programa de felicidade era para durar um ano, trazendo a ciência da felicidade para o ambiente corporativo por meio de rodas de conversa semanais e de letramento sobre o tema.

“O objetivo era que cada funcionário pudesse entender como aplicar essas ferramentas na própria vida e, assim, impactar positivamente o ambiente de trabalho”, conta Denize Savi, Diretora de Felicidade da Chilli Beans.

Diante dos impactos positivos, a Chilli Beans decidiu integrar a felicidade corporativa ao seu plano estratégico. “Em 2024, formalizamos a gestão de bem-estar e felicidade, conectando essa estrutura ao RH. Hoje, trabalhamos de forma conjunta para fortalecer a cultura organizacional e garantir um ambiente mais saudável e engajador”, afirma Savi.

Como é medida a felicidade no trabalho?

Para medir os avanços das iniciativas, o Grupo Heineken realiza a Pesquisa da Felicidade, aplicada quinzenalmente aos 13 mil funcionários, com um engajamento médio de 82%. A metodologia utilizada é baseada na psicologia positiva desenvolvida pelo psicólogo norte-americano Martin Seligman, levando em conta fatores como emoções e relações positivas, engajamento, propósito, conquistas e vitalidade.

“Com base nos resultados da pesquisa, as lideranças implementam medidas para fortalecer as relações positivas, promovendo um ambiente de trabalho mais saudável e colaborativo”, afirma Azevedo.

Na Chilli Beans, a abordagem também é estruturada. “Utilizamos uma plataforma de pesquisa que chamamos de 'reflexão', baseada no modelo PERMA-V, que mede dimensões como emoções positivas, relacionamentos, sentido e propósito. Os dados nos ajudam a identificar pontos sensíveis e atuar de forma mais assertiva, seja promovendo conversas individuais com líderes, seja implementando ações que impactem diretamente o time”, conta Savi.

Se a pesquisa aponta que a vitalidade dos funcionários da Chilli Beans está comprometida, por exemplo, a companhia desenvolve conteúdos e atividades voltadas para o equilíbrio entre trabalho, lazer e descanso, diz Savi. “Além disso, a empresa trabalha continuamente para humanizar o ambiente de trabalho, investindo em reconhecimento profissional, segurança psicológica e feedbacks positivos.”

O impacto no negócio

A retenção de talentos é um dos principais impactos observados com as ações voltadas para a felicidade no trabalho no Grupo Heineken. Segundo Azevedo, o turnover voluntário na operação brasileira caiu de 5% para 0,7% desde a implementação da Diretoria de Felicidade.

“Ao assegurar um ambiente de trabalho saudável e o respeito à individualidade de cada funcionário, melhoramos a cultura organizacional e ajudamos cada profissional a atingir seus objetivos”, afirma Azevedo.

O impacto positivo na Chilli Beans também pode ser visto na redução do turnover, que caiu de 31% para 28% em 2024, além de um crescimento de 33% no EBITDA da empresa no mesmo período.

“A felicidade corporativa não é apenas um conceito, mas um fator estratégico para o negócio. Quando os colaboradores se sentem bem e engajados, o impacto positivo é visível em toda a empresa”, afirma Savi.

As iniciativas que fazem o bem

Entre as iniciativas implementadas pela diretoria de Felicidade do Grupo Heineken estão os programas como Heineken Cuida, voltado à saúde mental, e Conta Comigo, que oferece suporte psicológico, social, jurídico e financeiro 24 horas por dia. Já no aspecto de vitalidade, a empresa incentiva hábitos saudáveis por meio do grupo Tamo Junto e em Movimento, que promove desafios periódicos entre os colaboradores. Segundo a companhia, mais de 1.000 funcionários já participaram do programa, resultando em uma redução de 50% nos casos de obesidade e melhorias em indicadores como qualidade do sono (22%) e percepção geral de saúde (28%).

A empresa também conta com o apoio de 1.500 Embaixadores da Felicidade, funcionários voluntários treinados para disseminar a cultura de bem-estar no ambiente corporativo. Eles auxiliam na implementação de ações estratégicas e reforçam o engajamento dos times. “Essa rede de engajamento é complementada por um grupo de líderes de diversas áreas, que colaboram ativamente na construção de um ambiente mais positivo e conectado à estratégia da empresa”, afirma Azevedo.

Denize Savi, Diretora de Felicidade da Chilli Beans: "Precisamos olhar para os funcionários de forma mais humana e menos operacional”. (Chilli Beans /Divulgação)

Na Chilli Beans, a cultura de bem-estar também está se consolidando. A empresa combina avaliações mensais de felicidade no trabalho com reuniões de interpretação dos dados para gestores. A partir desses resultados, são sugeridas melhorias para os times e implementadas ações específicas, como palestras, workshops e rodas de conversa.

“As métricas nos permitem entender os desafios de cada área e orientar as lideranças na criação de um ambiente mais equilibrado”, diz Savi.

Além disso, a Chilli Beans promove iniciativas para fortalecer os laços entre os times. Um exemplo foi o SPRINT colaborativo, uma imersão de quatro dias no litoral de São Paulo que reuniu funcionários de diferentes áreas para trocar experiências, revisar processos e fortalecer conexões humanas. “Criamos um espaço seguro para a escuta ativa e para a exposição de desafios, dores e ideias. O resultado foi um time mais unido, engajado e feliz”, afirma.

O futuro da felicidade corporativa

Com a digitalização acelerando os nossos dias, ter tempo para cuidar de si não é um luxo, deve ser encarado como uma prioridade, afirma a diretora de felicidade da Chilli Beans.

“A sociedade vive um momento de hiper aceleração, no qual as pessoas não têm tempo para pausas, se cobram demais e enfrentam altos níveis de estresse e esgotamento mental. Precisamos olhar para os funcionários de forma mais humana e menos operacional”.

Para a diretora do Grupo Heineken, investir no bem-estar dos funcionários já é uma realidade do mercado de trabalho.

“Investir em felicidade no mundo corporativo é um caminho para transformar o ambiente de trabalho em um lugar mais colaborativo e produtivo. Afinal, quando as pessoas se sentem bem, todos os dias podem ser um Dia da Felicidade”.

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