Família S/A, um negócio complicado
Quando um casal decide abrir um negócio, os atritos podem afetar tanto a empresa quanto a família. É importante separar as duas coisas
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2013 às 12h44.
São Paulo - Quando casais decidem tocar juntos um negócio, os riscos de ocorrerem dificuldades são grandes. No trabalho, o casal passa a compartilhar mais problemas além daqueles que fazem parte da rotina familiar. Se não houver uma relação transparente, as divergências podem afetar tanto a empresa quanto o relacionamento.
O conflito começa na dificuldade de separar assuntos de família e de trabalho. É quando, por exemplo, surgem conversas sobre problemas com fornecedores em um almoço de domingo. Se o casal ainda carregar o tabu de não saber falar abertamente sobre questões financeiras e objetivos na vida, a gestão a dois só dificulta o andamento dos negócios.
É quando não se chega a consenso sobre a retirada de lucros, sobre o uso dos recursos do negócio, sobre as estratégias e também sobre quem manda em quem. O ideal é separar completamente a vida pessoal da empresarial. Incluam nessa separação as contas, jamais fazendo compras ou pagamentos pessoais ou familiares com cheque de pessoa jurídica, mas sim após transferir recursos para a conta pessoal. Definam rigorosamente as funções de cada um na empresa e respeitem essas regras e a hierarquia.
Mas, felizmente, a administração a dois não é só problemas. Se houver entendimento, é mais fácil gerir a firma tendo ao lado mais uma cabeça com os mesmos objetivos, os mesmos valores, os mesmos princípios e a mesma paixão.
Além disso, há maior afinidade em relação a planos para o futuro, facilidade em entender os porquês de alguns momentos de sacrifício e mais oportunidades de convivência. É o olho do dono que engorda o gado, e dois donos certamente deixam o gado bem mais gordinho.
Unir amor e dinheiro é possível, desde que haja dedicação. Porém, se o casal chegar à conclusão de que o trabalho a dois pode estar minando o relacionamento, uma conversa franca talvez leve à conclusão de que um dos dois deve sair do negócio.
Se houver respeito mútuo, essa mudança pode acontecer sem traumas. Por outro lado, se o casal não souber incluir o assunto "dinheiro" em suas conversas, o trabalho conjunto pode acabar com o relacionamento.
Como sempre, o verdadeiro vilão da história, o dinheiro, estará disfarçado com outros nomes, por exemplo, "falta de tempo para nós", "rotina" e "a chefia lhe subiu à cabeça", entre outros. Estejam atentos a isso.
Gustavo Cerbasi escreve sobre finanças pessoais. É consultor financeiro e autor do livro "Casais inteligentes enriquecem juntos"
São Paulo - Quando casais decidem tocar juntos um negócio, os riscos de ocorrerem dificuldades são grandes. No trabalho, o casal passa a compartilhar mais problemas além daqueles que fazem parte da rotina familiar. Se não houver uma relação transparente, as divergências podem afetar tanto a empresa quanto o relacionamento.
O conflito começa na dificuldade de separar assuntos de família e de trabalho. É quando, por exemplo, surgem conversas sobre problemas com fornecedores em um almoço de domingo. Se o casal ainda carregar o tabu de não saber falar abertamente sobre questões financeiras e objetivos na vida, a gestão a dois só dificulta o andamento dos negócios.
É quando não se chega a consenso sobre a retirada de lucros, sobre o uso dos recursos do negócio, sobre as estratégias e também sobre quem manda em quem. O ideal é separar completamente a vida pessoal da empresarial. Incluam nessa separação as contas, jamais fazendo compras ou pagamentos pessoais ou familiares com cheque de pessoa jurídica, mas sim após transferir recursos para a conta pessoal. Definam rigorosamente as funções de cada um na empresa e respeitem essas regras e a hierarquia.
Mas, felizmente, a administração a dois não é só problemas. Se houver entendimento, é mais fácil gerir a firma tendo ao lado mais uma cabeça com os mesmos objetivos, os mesmos valores, os mesmos princípios e a mesma paixão.
Além disso, há maior afinidade em relação a planos para o futuro, facilidade em entender os porquês de alguns momentos de sacrifício e mais oportunidades de convivência. É o olho do dono que engorda o gado, e dois donos certamente deixam o gado bem mais gordinho.
Unir amor e dinheiro é possível, desde que haja dedicação. Porém, se o casal chegar à conclusão de que o trabalho a dois pode estar minando o relacionamento, uma conversa franca talvez leve à conclusão de que um dos dois deve sair do negócio.
Se houver respeito mútuo, essa mudança pode acontecer sem traumas. Por outro lado, se o casal não souber incluir o assunto "dinheiro" em suas conversas, o trabalho conjunto pode acabar com o relacionamento.
Como sempre, o verdadeiro vilão da história, o dinheiro, estará disfarçado com outros nomes, por exemplo, "falta de tempo para nós", "rotina" e "a chefia lhe subiu à cabeça", entre outros. Estejam atentos a isso.
Gustavo Cerbasi escreve sobre finanças pessoais. É consultor financeiro e autor do livro "Casais inteligentes enriquecem juntos"