Cada CEO recebeu, em média, cerca de 1,4 milhão em incentivos de longo prazo em 2010 (EXAME.com)
Talita Abrantes
Publicado em 11 de maio de 2011 às 18h53.
São Paulo - Em 2010, os CEOs receberam 12,5 salários ou o equivalente a 1,472 milhão de reais por ano em incentivos de longo prazo. É o que indica pesquisa da consultoria Towers Watson.
Diante de uma economia aquecida e da falta de profissionais com qualificação suficiente, a ordem do dia é apostar todas as fichas para reter bons funcionários na empresa.
Por isso, este ano, mais empresas estão investindo nos programas de incentivos de longo prazo. Ao todo, 42 % (133) das companhias com operação no Brasil ouvidas pela pesquisa adotam um programa do tipo.
Para se ter uma ideia do crescimento, das 133 empresas que admitiram apostar nessa estratégia, 81 oferecem programas de restricted stock and performance share. Em 2009, apenas 51 companhias investiam nessa espécie de incentivo.
Neste ano, os presidentes das subsidárias de empresas estrangeiras no Brasil receberam 527 mil reais por meio de programas do tipo. Já para os vice-presidentes, o incentivo foi de 402 mil reais. Diretores e gerentes seniores ganharam, respectivamente, 144 mil e 55 mil reais por ano.
Curto prazo
O estudo mostra que, só em remuneração variável, os 330 mil profissionais ouvidos pela pesquisa receberam juntos 1,16 bilhão de reais em 2010 – cerca de 97% da meta definida para este ano.
Calcula-se que, em 2010, os CEOs de empresas com operação no Brasil receberam, em média, o equivalente a 15,5 salários em bônus e participação em lucros e resultados.
Já os presidentes das subsidiárias brasileiras receberam o equivalente a 6,9 salários. Já para os vice-presidentes, a proporção foi de 10,9 salários. Diretores, o equivalente a 5,1 e gerentes seniores, 3,7.
Do total de executivos participantes da pesquisa, apenas 4,5% não receberam qualquer valor referente a bônus em 2010.
Melhor que nos EUA
A pesquisa constatou também que, este ano, os executivos que trabalham no Brasil receberam aumento salarial maior do que seus pares americanos.
Os brasileiros estão ganhando 20% mais do que há quatro anos. Já para os americanos, o reajuste foi de 10%. Quando o salário oferecido em solo brasileiro é convertido para dólar, a diferença fica mais gritante: o reajuste salarial para quem trabalha no Brasil foi de 50%.
Por trás destes dados estão a inflação acumulada para o período e a valorização do real frente ao dólar.
Realizado com base em dados de maio deste ano, o estudo consultou 330 mil profissionais de 314 empresas com operação no Brasil. Juntas, elas empregam 830 mil funcionários e possuem um faturamento total superior a 330 bilhões de dólares.