Breno Masi e seu quadro de chips de celular: "O importante é realizar os sonhos" (Simon Plestenjak)
José Eduardo Costa
Publicado em 7 de setembro de 2013 às 10h38.
São Paulo - O que não falta a Breno Masi, de 30 anos, é história para contar. Paulistano da Vila Mariana que hoje mora em Barueri, ele conta que desde pequeno é aficionado de computadores.
"Fui trabalhar aos 15 anos numa empresa que instalava cabos coaxiais e montava servidores", diz. Queria comprar um computador para si. Breno comprou o aparelho, aprendeu a programar e sua vida virou do avesso. De lá para cá, montou empresas e, no mês passado, vendeu uma delas, a Fingertips, por 13 milhões de reais.
Semanas depois, foi contratado pela Movile, que produz softwares para smarthphone, como seu principal executivo de produtos. Sua contratação é um sinal de como as grandes empresas estão atrás de profissionais com perfil de empreendedor. A seguir, Breno dá mais detalhes de sua trajetória.
"Aos 15 anos, fui trabalhar como técnico de informática. E me dei bem na função, mas, como não sabia me comunicar com os clientes, era escalado para trabalhar à noite. Percebi que me comunicar bem era uma habilidade que eu precisaria aprender para me destacar.
Dois anos depois, um recrutador da IBM me chamou para uma entrevista. Fui contratado para a área de consultoria. Aprendi a me comunicar, mas ficava incomodado por não ganhar tanto quanto os colegas mais velhos, fazendo o mesmo que eles. Pedi demissão, peguei minhas economias e montei meu negócio.
Na empresa, fazia de tudo. Consertava micro, fazia site, montava rede. Quando se é dono, não dá para recusar trabalho.
Começou a me incomodar o fato de eu não estudar. Fiz vestibular para engenharia elétrica, passei e fui para Santa Rita do Sapucaí. A empresa continuava aberta, quatro funcionários tocavam o negócio. Os projetos continuavam aparecendo. Larguei o curso depois de dois anos e voltei à empresa.
Comprei o primeiro celular em 2002. Aprendi a desbloqueá-lo e comecei a me especializar em diferentes marcas. Desbloquear aparelhos com nota não era proibido.
Com o lançamento do iPhone, fiz um filme e botei no YouTube. Fui o primeiro brasileiro a desbloquear o iPhone. Desbloqueei mais de 1.000 aparelhos, cobrando cerca de 600 reais por aparelho. Desbloqueei o celular da Hebe Camargo, do Faustão, do Ronaldinho.
Fechei essa empresa e montei então a Fingertips para fazer games com outros quatro colegas. Olhando para trás, foi tudo muito rápido. O importante é realizar os sonhos."