Editor troca de e-mail com colega mulher e sofre com machismo
Ela teve a semana mais produtiva da sua carreira; ele passou por maus bocados, sendo tratado de forma rude pelos clientes
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de março de 2017 às 13h56.
Última atualização em 14 de março de 2017 às 09h57.
São Paulo — O americano Martin R. Schneider relatou um experimento que fez em seu trabalho para provar como mulheres ainda são muito subestimadas em muitas áreas. Schneider é um escritor e editor no "Front Row Central", um site de críticas de cinema.
Ele começa contando que o chefe de Nicole, sua colega de trabalho, sempre reclamava que ela demorava muito tempo para realizar os trabalhos com os clientes.
Por isso, Schneider começou a fazer a mesma tarefa, porque ele tinha mais experiência - ao menos ele achava que este era o motivo.
Porém, um dia, ele acidentalmente enviou e-mails para um cliente usando a assinatura de Nicole, e esse cliente foi muito rude com ele.
"Então um dia eu estava mandando e-mail para um cliente e ele está apenas sendo IMPOSSÍVEL. Rude, desdenhoso, ignorando minhas perguntas", tuitou. Até que ele percebeu que estava assinando como Nicole.
Ele então passou a mandar e-mails para o mesmo cliente sob a assinatura dele mesmo, e tudo mudou. "Recepção positiva, me agradecendo pelas sugestões, responde prontamente, dizendo 'ótimas questões!'. Tornou-se um cliente modelo", disse ele no Twitter.
Após ver a mudança repentina, Schneider e Nicole tiveram uma ideia: iriam mandar e-mails com as assinaturas trocadas por duas semanas.
"Eu estava no inferno. Tudo o que eu pedia ou sugeria era questionado. Clientes com os quais eu antes poderia lidar até dormindo mostraram-se arrogantes. Um perguntou se eu era solteiro", relatou.
Já para a colega, as coisas melhoraram muito. "Nicole teve a semana mais produtiva de sua carreira. Eu percebi que a razão pela qual ela demorava mais é porque ela tinha que convencer os clientes de respeitá-la", explicou o editor.
"Eu não era melhor que ela no trabalho, eu apenas tinha essa vantagem invisível", afirmou. O editor então mostrou isso ao chefe, que não acreditou.
"Eu disse que tudo bem, mas eu nunca mais iria questionar a agilidade dela com clientes novamente". Enquanto Schneider ficou surpreso, Nicole já sabia disso o tempo todo, mas apenas lidava com isso como parte do trabalho.