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É hora de virar gestor financeiro?

A redução dos juros pode levar mais investidores para a renda variável. Esse movimento beneficia os agentes autônomos de investimento. Entenda por quê

Charles Sussekind, de 34 anos: agende autônomo de investimentos há quatro anos (Ricardo Benichio/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - Segundo levantamento da gestora de investimentos Franklin Templeton, apenas 7,7% dos brasileiros aplicam em renda variável. Porém, diante do novo quadro de juros baixos, o investidor terá de fazer uma escolha: ter menor rentabilidade com aplicações mais conservadoras ou aumentar sua exposição ao risco.

Esse novo cenário cria uma tremenda oportunidade para administradores, economistas e financistas que querem se aventurar na carreira de agente autônomo de investimento, profissão semelhante à do financial planner americano, responsável por aconselhar o pequeno investidor em suas aplicações. Nos Estados Unidos, 600 000 pessoas atuam na função.

De acordo com o ranking do The U.S. Bureau of Labor Statistics, trata-se da quinta melhor profissão no mercado de trabalho americano, considerando-se critérios como nível de estresse e perspectivas de remuneração e de crescimento na carreira. Oito em cada dez americanos confiam parte de seu dinheiro a esses conselheiros financeiros.

No Brasil, entretanto, há apenas 5 000 agentes autônomos em atividade. Em grande parte, isso se deve ao cenário de juros altos que durante anos favoreceu as aplicações mais conservadoras. “Com a maior estabilidade da economia, as pessoas também começam a poupar e a buscar opções diferenciadas de investimento”, diz Gabriel Leal, diretor de expansão da corretora XP Investimentos, de São Paulo.

Na Bovespa, a meta é sair dos 600 000 investidores atuais e chegar a 5 milhões até 2018. Com isso, a expectativa das entidades do setor financeiro é de que nos próximos cinco anos o número de agentes autônomos de investimentos em operação no Brasil seja quintuplicado, atingindo 25 000 profissionais.

“Para investir no mercado de ações, o cidadão precisa de uma corretora, à qual será levado por um agente autônomo”, diz José David Martins, diretor superintendente da Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (Ancord).

Hoje, os bancos são os principais responsáveis por orientar os investimentos dos aplicadores brasileiros por meio de 250 000 gerentes bancários. “O gerente tem perfil generalista. Ele é responsável pela abertura de contas, concessão de empréstimos e cartão de crédito e pode estar mais preocupado em cumprir as metas pessoais do que orientar o cliente”, diz Gabriel Leal, da XP.

A expectativa é que, se no novo cenário ao menos uma parte dessa clientela buscar o atendimento personalizado dos agentes autônomos de investimento, com opções diversificadas de produtos sob medida para o perfil de cada cliente, o mercado de trabalho desses profissionais já terá um aumento significativo.


Segundo quem atua na área, o agente autônomo em início de carreira fatura, em média, 5 000 reais por mês em comissões pagas pelas corretoras. Mas os profissionais com melhor desempenho podem chegar a 10 000 reais mensais.

Ingressar na carreira não é difícil. Basta o diploma de Ensino Médio e a aprovação no exame realizado pela Ancord, que avalia os conhecimentos básicos sobre o funcionamento do mercado financeiro, opções de investimentos, ética e regulamentação do setor.

O sucesso na profissão depende da habilidade do agente de conquistar uma boa carteira de clientes. É essencial entender profundamente o cenário macroeconômico e passar credibilidade. “É o boca a boca que faz com que outros clientes procurem espontaneamente os serviços do agente autônomo”, diz Mauro Calil, diretor-geral do Instituto Nacional de Investidores, de São Paulo.

Com experiência de 13 anos, o agente Artur Vieira de Moraes, de 34, concorda que um cenário favorável à profissão vem se delineando, mas ele alerta que quem quiser seguir a carreira deveter paciência, já que a atual situação global de queda nas bolsas de valores não tem favorecido ganhos elevados pelos agentes autônomos.

No Brasil, de acordo com levantamento feito pela Economática, o desempenho da BMFBovespa em maio foi o pior desde outubro de 2008. “Nas épocas de alta no mercado de ações é fácil se deslumbrar com a carreira, mas, para enfrentar os períodos de crise, é preciso paciência e reserva de capital”, diz. Artur está cursando pós-graduação em produtos financeiros e gestão de riscos na Fundação Instituto de Administração (FIA), em São Paulo, para atender melhor a sua clientela.

Ele acredita que quem sobreviver no mercado nesse período difícil será recompensado quando a bonança chegar, colhendo os frutos da confiança conquistada com os clientes

. “Nada melhor do que uma crise para ganhar experiência”, diz. Se a sua pergunta é “será que os profissionais que estão ingressando no ramo e os agentes já estabelecidos irão prosperar com o novo cenário?”, a resposta é bem simples. O mercado se encarregará de fazer a seleção natural.

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São Paulo - Segundo levantamento da gestora de investimentos Franklin Templeton, apenas 7,7% dos brasileiros aplicam em renda variável. Porém, diante do novo quadro de juros baixos, o investidor terá de fazer uma escolha: ter menor rentabilidade com aplicações mais conservadoras ou aumentar sua exposição ao risco.

Esse novo cenário cria uma tremenda oportunidade para administradores, economistas e financistas que querem se aventurar na carreira de agente autônomo de investimento, profissão semelhante à do financial planner americano, responsável por aconselhar o pequeno investidor em suas aplicações. Nos Estados Unidos, 600 000 pessoas atuam na função.

De acordo com o ranking do The U.S. Bureau of Labor Statistics, trata-se da quinta melhor profissão no mercado de trabalho americano, considerando-se critérios como nível de estresse e perspectivas de remuneração e de crescimento na carreira. Oito em cada dez americanos confiam parte de seu dinheiro a esses conselheiros financeiros.

No Brasil, entretanto, há apenas 5 000 agentes autônomos em atividade. Em grande parte, isso se deve ao cenário de juros altos que durante anos favoreceu as aplicações mais conservadoras. “Com a maior estabilidade da economia, as pessoas também começam a poupar e a buscar opções diferenciadas de investimento”, diz Gabriel Leal, diretor de expansão da corretora XP Investimentos, de São Paulo.

Na Bovespa, a meta é sair dos 600 000 investidores atuais e chegar a 5 milhões até 2018. Com isso, a expectativa das entidades do setor financeiro é de que nos próximos cinco anos o número de agentes autônomos de investimentos em operação no Brasil seja quintuplicado, atingindo 25 000 profissionais.

“Para investir no mercado de ações, o cidadão precisa de uma corretora, à qual será levado por um agente autônomo”, diz José David Martins, diretor superintendente da Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (Ancord).

Hoje, os bancos são os principais responsáveis por orientar os investimentos dos aplicadores brasileiros por meio de 250 000 gerentes bancários. “O gerente tem perfil generalista. Ele é responsável pela abertura de contas, concessão de empréstimos e cartão de crédito e pode estar mais preocupado em cumprir as metas pessoais do que orientar o cliente”, diz Gabriel Leal, da XP.

A expectativa é que, se no novo cenário ao menos uma parte dessa clientela buscar o atendimento personalizado dos agentes autônomos de investimento, com opções diversificadas de produtos sob medida para o perfil de cada cliente, o mercado de trabalho desses profissionais já terá um aumento significativo.


Segundo quem atua na área, o agente autônomo em início de carreira fatura, em média, 5 000 reais por mês em comissões pagas pelas corretoras. Mas os profissionais com melhor desempenho podem chegar a 10 000 reais mensais.

Ingressar na carreira não é difícil. Basta o diploma de Ensino Médio e a aprovação no exame realizado pela Ancord, que avalia os conhecimentos básicos sobre o funcionamento do mercado financeiro, opções de investimentos, ética e regulamentação do setor.

O sucesso na profissão depende da habilidade do agente de conquistar uma boa carteira de clientes. É essencial entender profundamente o cenário macroeconômico e passar credibilidade. “É o boca a boca que faz com que outros clientes procurem espontaneamente os serviços do agente autônomo”, diz Mauro Calil, diretor-geral do Instituto Nacional de Investidores, de São Paulo.

Com experiência de 13 anos, o agente Artur Vieira de Moraes, de 34, concorda que um cenário favorável à profissão vem se delineando, mas ele alerta que quem quiser seguir a carreira deveter paciência, já que a atual situação global de queda nas bolsas de valores não tem favorecido ganhos elevados pelos agentes autônomos.

No Brasil, de acordo com levantamento feito pela Economática, o desempenho da BMFBovespa em maio foi o pior desde outubro de 2008. “Nas épocas de alta no mercado de ações é fácil se deslumbrar com a carreira, mas, para enfrentar os períodos de crise, é preciso paciência e reserva de capital”, diz. Artur está cursando pós-graduação em produtos financeiros e gestão de riscos na Fundação Instituto de Administração (FIA), em São Paulo, para atender melhor a sua clientela.

Ele acredita que quem sobreviver no mercado nesse período difícil será recompensado quando a bonança chegar, colhendo os frutos da confiança conquistada com os clientes

. “Nada melhor do que uma crise para ganhar experiência”, diz. Se a sua pergunta é “será que os profissionais que estão ingressando no ramo e os agentes já estabelecidos irão prosperar com o novo cenário?”, a resposta é bem simples. O mercado se encarregará de fazer a seleção natural.

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