Carreira

Conexões para o sucesso

As pessoas estão mais conectadas do que nunca por meio das redes sociais, mas o networking continua negligenciado. Saiba por que essa prática é crucial para a carreira

Luciano Lacerda, CEO da Tovus Goiás: contatos até ao praticar atividades de lazer (François Calil/EXAME.com)

Luciano Lacerda, CEO da Tovus Goiás: contatos até ao praticar atividades de lazer (François Calil/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2013 às 12h24.

São Paulo - Networking ajuda até quem não precisa dele. Estrelas de cinema, por exemplo, têm uma rede de contatos própria e se beneficiam dela, apesar de pensar no assunto mais como consequência da fama do que um hábito a ser cultivado, como fazem mortais como nós. Um estudo da University of Southern California mapeou 7 000 pessoas presentes em 12 000 eventos, como préestreias, festas e vernissages ao redor do mundo. 

A conclusão: as 20 maiores estrelas de Hollywood, como Brad Pitt, Angelina Jolie e Tom Hanks, se encontram sempre nos mesmos eventos, o que ajuda a reforçar a condição de megacelebridade que eles têm. 

O estudo traz a moral da história para os mortais: não é preciso estar entre os 20 profissionais mais notórios de seu mercado, mas é fundamental para a carreria conhecer pessoas que estão na rede de contatos deles. Por quê? Porque são esses profissionais um pouco abaixo da linha do estrelato que os headhunters e as companhias procuram. 

São os talentos que ainda não têm o reconhecimento máximo, embora claramente tenham realizações e façam networking com quem importa. "O sucesso de um profissional se apoia em três pilares: competência, sorte e uma boa rede de contatos", diz Adrian Tsallis, sócio-diretor da 2Get, empresa de executive search, que tem sede em São Paulo. 

"Negligenciar o networking significa menosprezar um fator que está totalmente sob o seu controle." Nunca foi tão fácil, como hoje, fazer networking. As redes sociais, os smartphones e os notebooks garantem comunicação eficiente em qualquer tempo e lugar.

Com eles, ficou fácil encontrar uma pessoa, entrar em contato e iniciar um relacionamento profissional. Mas, apesar da alta conectividade do mundo, boa parte dos profissionais ainda descuida da construção e manutenção de sua rede de conhecidos. Uma parcela da culpa, apontam especialistas, está na própria tecnologia. As pessoas substituíram parte do que faziam pessoalmente, no café do corredor da empresa ou na happy hour, por interações digitais, como MSN, Twitter, Facebook ou Blackberry.

A tecnologia é ótima, desde que não perca em profundidade. "O contato virtual pode anteceder ou suceder o encontro pessoal, mas nunca terá o poder de substituí-lo", diz José Augusto Minarelli, sócio da Lens & Minarelli, consultoria de recolocação de executivos de São Paulo. Mas o fato é que o hábito de sentar e conversar com as pessoas e criar vínculos consistentes está sob ameaça. A questão é mais séria entre jovens. 

Algumas companhias já detectaram que alguns profissionais que ingressaram no mercado de trabalho recentemente têm maior resistência a situações como chamar o chefe para conversar e menos habilidade para tecer os laços do networking eficiente. "Só existe networking se você cria um vínculo com as pessoas que conhecer, se elas se lembrarem de você quando telefonar para elas", afirma Marcelo Cuellar, headhunter da consultoria Michael Page, do Rio de Janeiro. Os mais velhos levam vantagem com relação ao tipo de relacionamento que têm com seus pares, pautado por um maior grau de intimidade. 

Em contrapartida, não costumam se sentir confortáveis em buscar o relacionamento com pessoas desconhecidas e não têm o hábito de usar ferramentas tecnológicas para registrar e organizar sua lista. Seja pela sobrecarga de trabalho, seja pela acomodação, muitos negligenciam a rede de contatos. A partir de certa idade, cultivar relacionamentos é ainda mais crítico para uma recolocação profissional. "Esse público não dedica tempo para essa atividade quando está empregado", diz Adrian Tsallis. 

Os especialistas alertam que o networking não é uma prática momentânea, que se encerra após a listagem e a organização de uma série de contatos. Fazer networking é uma atitude que exige a convivência e traz benefícios para todas as partes. "Você se relaciona onde quer que esteja: na fi la do banco, no lançamento de um livro, numa ONG, em palestras, na cozinha trocando receitas ou até na porta da escola dos filhos", diz José Augusto Minarelli. Mas como aproveitar essas oportunidades para construir um networking eficaz? A questão, então, é buscar o networking correto, que use a tecnologia de maneira inteligente para desenvolver relacionamentos reais e de benefícios mútuos fora da web. 

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