Como ter “pavio curto” pode atrapalhar sua carreira
Profissionais de personalidade complicada tendem a prejudicar o andamento dos negócios, piorar o ambiente de trabalho e tornar a vida dos subordinados um tormento
Da Redação
Publicado em 19 de abril de 2013 às 18h47.
São Paulo - O paranaense Antonio Carlos Ferreira da Silva Junior, de 30 anos, gerente de controladoria da Positivo , fabricante de produtos de informática, com sede em Curitiba, sempre teve uma personalidade forte. No trabalho, frequentemente era rotulado como uma pessoa complicada de lidar.
"O profissional difícil fica sempre na defensiva, é reativo, tem baixo nível de autoconhecimento e, normalmente, é dominado por emoções e sentimentos negativos", diz Vera Martins, autora do livro Tenha Calma!, da Editora Campus/Elsevier e especialista em medicina comportamental, de são Paulo.
A forma como Antonio Carlos se relacionava com o chefe, pares e subordinados se encaixava perfeitamente na definição. Intolerante com atrasos ou erros, ele também era ríspido na fala com os colegas de escritório. "As pessoas tinham dificuldade de me abordar. Diziam que eu era exigente e tentava me impor", diz.
Com esse jeito de agir, Antonio Carlos afastava as pessoas de si. "Os colegas passaram a me evitar por causa do negativismo." Até o chefe começou a evitá-lo. Há seis meses, orientado pelo diretor de recursos humanos, Antonio Carlos decidiu buscar a ajuda de um coach. hoje, já sente os reflexos da mudança.
O executivo tenta ser mais cordial e investe no relacionamento aberto e mais leve com a equipe, que está mais motivada. "Sinto-me até mais educado", brinca o gerente.
Antonio Carlos é um exemplo de profissional de difícil relacionamento que percebeu a necessidade de procurar ajuda. Segundo Vera Martins, pessoas de personalidade mais complicada são inseguras, têm medo de ser vistas como incompetentes ou de não ser aceitas e reconhecidas.
Esses fatores, muitas vezes, fazem com que a pessoa tenha dificuldade de se autovaliar e ouvir feedback. "Qualquer um, em um momento de incerteza, pode se tornar um profissional assim", diz Vera. Ela cita algumas frases comuns quando se fala de alguém difícil de lidar: "Não sei como abordá-lo", "Ele é pavio curto e não escuta ninguém" ou "Não dá para conversar com ele pois para tudo ele tem uma justificativa".
Se você já escutou frases do tipo, está na hora de rever seus conceitos. Isso porque a maior parte das demissões acontece pelo aspecto comportamental, como lembra Eduardo Ferraz, consultor de gestão de pessoas.
"Quase 70% das demissões estão relacionadas ao comportamento, e não à parte técnica", afirma. Segundo ele, apesar de não mudar de personalidade, quem possui traços difíceis deve tentar administrá-los ou buscar empresas onde o perfil agressivo, por exemplo, seja valorizado.
É claro que cada um tem seu próprio jeito de lidar com as diversas situações no ambiente de trabalho — há os profissionais mais diretos e há os mais políticos. Porém, Vera ressalta que aquele cujo temperamento pode prejudicar o desempenho de uma equipe inteira e o andamento dos negócios tem de tentar mudar.
De acordo com ela, um profissional difícil não consegue criar vínculos e parceiros no trabalho. "Hoje em dia, as relações profissionais exigem reciprocidade e interdependência para agilizar os processos e a tomada de decisões", afirma.
Sem rótulos
Para não ser rotulado como um profissional difícil, uma boa dose de bom humor vai bem. "Você pode ser alguém difícil chato e ríspido ou ser um difícil bem-humorado.
Isso faz toda a diferença", afirma Vera. De acordo com ela, a assertividade também pode ajudar. Se não quer ser rotulado como uma pessoa complicada, seja assertivo.
"Diga o que pensa, sente e precisa, sem rodeios ou constrangimento." Para a especialista, é preciso falar com firmeza e autoconfiança, mas sem usar palavras e gestos agressivos. "Mantenha sempre o respeito e a educação e esteja sempre embasado em fatos e dados para vender suas ideias e administrar conflitos."
Desenvolver habilidades de comunicação, resolução de conflitos e relacionamentos interpessoais também pode ser uma boa ferramenta de auxílio, já que dependendo de sua área de atuação não é suficiente ter um grande conhecimento técnico sobre um produto ou serviço se você não se relaciona bem com os outros.
"Isso pode, até mesmo, impedir o crescimento de uma carreira, dependendo da forma que um diálogo é conduzido, seja uma conversa difícil, seja uma avaliação de desempenho ou um feedback", afirma o consultor Karim Khoury, autor do livro Vire a Página - Estratégias para Resolver Conflitos, da Editora Senac. De acordo com Karim, esse comportamento pode gerar estresse, desgaste e ressentimento no ambiente corporativo.
Comunicar-se e relacionar-se com pessoas no trabalho pode ser um desafio desgastante, ou não. Depende da sua forma de agir e da maneira como conduz uma conversa. Pessoas com aracterísticas mais difíceis, como arrogância, impaciência e agressividade, podem colocar tudo a perder. Pense nisso.
São Paulo - O paranaense Antonio Carlos Ferreira da Silva Junior, de 30 anos, gerente de controladoria da Positivo , fabricante de produtos de informática, com sede em Curitiba, sempre teve uma personalidade forte. No trabalho, frequentemente era rotulado como uma pessoa complicada de lidar.
"O profissional difícil fica sempre na defensiva, é reativo, tem baixo nível de autoconhecimento e, normalmente, é dominado por emoções e sentimentos negativos", diz Vera Martins, autora do livro Tenha Calma!, da Editora Campus/Elsevier e especialista em medicina comportamental, de são Paulo.
A forma como Antonio Carlos se relacionava com o chefe, pares e subordinados se encaixava perfeitamente na definição. Intolerante com atrasos ou erros, ele também era ríspido na fala com os colegas de escritório. "As pessoas tinham dificuldade de me abordar. Diziam que eu era exigente e tentava me impor", diz.
Com esse jeito de agir, Antonio Carlos afastava as pessoas de si. "Os colegas passaram a me evitar por causa do negativismo." Até o chefe começou a evitá-lo. Há seis meses, orientado pelo diretor de recursos humanos, Antonio Carlos decidiu buscar a ajuda de um coach. hoje, já sente os reflexos da mudança.
O executivo tenta ser mais cordial e investe no relacionamento aberto e mais leve com a equipe, que está mais motivada. "Sinto-me até mais educado", brinca o gerente.
Antonio Carlos é um exemplo de profissional de difícil relacionamento que percebeu a necessidade de procurar ajuda. Segundo Vera Martins, pessoas de personalidade mais complicada são inseguras, têm medo de ser vistas como incompetentes ou de não ser aceitas e reconhecidas.
Esses fatores, muitas vezes, fazem com que a pessoa tenha dificuldade de se autovaliar e ouvir feedback. "Qualquer um, em um momento de incerteza, pode se tornar um profissional assim", diz Vera. Ela cita algumas frases comuns quando se fala de alguém difícil de lidar: "Não sei como abordá-lo", "Ele é pavio curto e não escuta ninguém" ou "Não dá para conversar com ele pois para tudo ele tem uma justificativa".
Se você já escutou frases do tipo, está na hora de rever seus conceitos. Isso porque a maior parte das demissões acontece pelo aspecto comportamental, como lembra Eduardo Ferraz, consultor de gestão de pessoas.
"Quase 70% das demissões estão relacionadas ao comportamento, e não à parte técnica", afirma. Segundo ele, apesar de não mudar de personalidade, quem possui traços difíceis deve tentar administrá-los ou buscar empresas onde o perfil agressivo, por exemplo, seja valorizado.
É claro que cada um tem seu próprio jeito de lidar com as diversas situações no ambiente de trabalho — há os profissionais mais diretos e há os mais políticos. Porém, Vera ressalta que aquele cujo temperamento pode prejudicar o desempenho de uma equipe inteira e o andamento dos negócios tem de tentar mudar.
De acordo com ela, um profissional difícil não consegue criar vínculos e parceiros no trabalho. "Hoje em dia, as relações profissionais exigem reciprocidade e interdependência para agilizar os processos e a tomada de decisões", afirma.
Sem rótulos
Para não ser rotulado como um profissional difícil, uma boa dose de bom humor vai bem. "Você pode ser alguém difícil chato e ríspido ou ser um difícil bem-humorado.
Isso faz toda a diferença", afirma Vera. De acordo com ela, a assertividade também pode ajudar. Se não quer ser rotulado como uma pessoa complicada, seja assertivo.
"Diga o que pensa, sente e precisa, sem rodeios ou constrangimento." Para a especialista, é preciso falar com firmeza e autoconfiança, mas sem usar palavras e gestos agressivos. "Mantenha sempre o respeito e a educação e esteja sempre embasado em fatos e dados para vender suas ideias e administrar conflitos."
Desenvolver habilidades de comunicação, resolução de conflitos e relacionamentos interpessoais também pode ser uma boa ferramenta de auxílio, já que dependendo de sua área de atuação não é suficiente ter um grande conhecimento técnico sobre um produto ou serviço se você não se relaciona bem com os outros.
"Isso pode, até mesmo, impedir o crescimento de uma carreira, dependendo da forma que um diálogo é conduzido, seja uma conversa difícil, seja uma avaliação de desempenho ou um feedback", afirma o consultor Karim Khoury, autor do livro Vire a Página - Estratégias para Resolver Conflitos, da Editora Senac. De acordo com Karim, esse comportamento pode gerar estresse, desgaste e ressentimento no ambiente corporativo.
Comunicar-se e relacionar-se com pessoas no trabalho pode ser um desafio desgastante, ou não. Depende da sua forma de agir e da maneira como conduz uma conversa. Pessoas com aracterísticas mais difíceis, como arrogância, impaciência e agressividade, podem colocar tudo a perder. Pense nisso.