Como se faz um presidente
Leia depoimentos exclusivos de quem comanda grandes empresas
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h31.
Não existe uma fórmula. A reportagem de EXAME consultou, então, cinco presidentes para saber como cada um deles planejou a sua carreira. Confira abaixo os depoimentos exclusivos.
Presidente do ABN Amro Real
Fabio Barbosa, administrador de empresas
"Iniciei minha carreira na área financeira da Nestlé e tive a oportunidade de seguir a carreira para a área comercial, mas sabia que a minha vocação estava mesmo nas finanças. Nesse momento, decidi mudar para uma empresa que as finanças fossem o negócio principal e fui trabalhar no Citibank.
Nunca permaneci mais do que dois anos no mesmo cargo. Nem sempre a escolha mais óbvia é a melhor. Por vezes decidi fazer movimentos laterais ou mesmo para baixo, com o objetivo de ampliar o escopo da minha experiência. O meu objetivo era ter uma formação sólida e abrangente. Você não controla a sorte, controla o preparo. Não sonhava chegar à presidência de um banco. Buscava crescer. Gosto de uma frase que li uma vez, de autoria do jogador de basquete Michael Jordan: mantenha os seus olhos na bola, e não no placar nem no público."
Presidente da Promon
Ernesto Gemignani, engenheiro
"Não formulei um objetivo de longo prazo para chegar à presidência. As minhas movimentações eram motivadas sobretudo à busca por ser relevante e fazer a diferença. Fiz carreira na área financeira, mas não fui um executivo de finanças típico. Desde muito cedo trabalho com questões relacionadas a compra de outras empresas e a possibilidade de expansão internacional, por exemplo.
A visão de super-homem não se aplica à cultura da Promon. Os líderes na empresa são eleitos, o que visa garantir legitimidade perante os demais funcionários."
Diretor-geral da Telefônica
Manoel Amorim, engenheiro
"Tinha 29 anos quando planejei minha carreira pela primeira vez. Até então tinha seguido o caminho natural que um engenheiro químico teria na Petrobras prestei concurso e seguia a trajetória na área técnica. Naquele momento percebi que, se continuasse ali, dificilmente chegaria à área de vendas que me interessava.
Para mudar a rota da minha carreira, decidi cursar MBA em Harvard aos 27 anos, em 1986. Ao concluir o curso, tive 18 propostas de emprego. Aceitei a que oferecia menor salário e uma posição hierárquica mais baixa assistente de marketing na Procter & Gamble americana. Minha mulher passou uma semana sem falar comigo. Era o preço para me tornar um especialista em gestão de marcas. Isso me fez crescer dentro da P&G e, depois, conquistar posições em empresas que precisam justamente dessa especialidade, como a AOL e a própria Telefônica."
Presidente da Reckitt Benckiser
Carlos Trostli
"Há princípios que levam as pessoas ao sucesso profissional. Um traço comum entre todas as pessoas em posição de comando é a insatisfação construtiva consigo mesmo e com os negócios. É achar que sempre pode ficar melhor. Sempre segui esse princípio e sempre tive muito claro aonde queria chegar. Logo cedo decidi que seria um especialista em vendas e marketing e que queria chegar á presidência antes dos 40 anos. Para mim, parece muito natural saber o que se quer. Não consigo entender muito bem quando as pessoas se dizem perdidas em relação às suas ambições e pretensões profissionais. Uma das regras que ouvi certa vez ao longo da minha carreira é: nunca fique em cima do muro porque você será um alvo fácil para os dois lados."
Não existe uma fórmula. A reportagem de EXAME consultou, então, cinco presidentes para saber como cada um deles planejou a sua carreira. Confira abaixo os depoimentos exclusivos.
Presidente do ABN Amro Real
Fabio Barbosa, administrador de empresas
"Iniciei minha carreira na área financeira da Nestlé e tive a oportunidade de seguir a carreira para a área comercial, mas sabia que a minha vocação estava mesmo nas finanças. Nesse momento, decidi mudar para uma empresa que as finanças fossem o negócio principal e fui trabalhar no Citibank.
Nunca permaneci mais do que dois anos no mesmo cargo. Nem sempre a escolha mais óbvia é a melhor. Por vezes decidi fazer movimentos laterais ou mesmo para baixo, com o objetivo de ampliar o escopo da minha experiência. O meu objetivo era ter uma formação sólida e abrangente. Você não controla a sorte, controla o preparo. Não sonhava chegar à presidência de um banco. Buscava crescer. Gosto de uma frase que li uma vez, de autoria do jogador de basquete Michael Jordan: mantenha os seus olhos na bola, e não no placar nem no público."
Presidente da Promon
Ernesto Gemignani, engenheiro
"Não formulei um objetivo de longo prazo para chegar à presidência. As minhas movimentações eram motivadas sobretudo à busca por ser relevante e fazer a diferença. Fiz carreira na área financeira, mas não fui um executivo de finanças típico. Desde muito cedo trabalho com questões relacionadas a compra de outras empresas e a possibilidade de expansão internacional, por exemplo.
A visão de super-homem não se aplica à cultura da Promon. Os líderes na empresa são eleitos, o que visa garantir legitimidade perante os demais funcionários."
Diretor-geral da Telefônica
Manoel Amorim, engenheiro
"Tinha 29 anos quando planejei minha carreira pela primeira vez. Até então tinha seguido o caminho natural que um engenheiro químico teria na Petrobras prestei concurso e seguia a trajetória na área técnica. Naquele momento percebi que, se continuasse ali, dificilmente chegaria à área de vendas que me interessava.
Para mudar a rota da minha carreira, decidi cursar MBA em Harvard aos 27 anos, em 1986. Ao concluir o curso, tive 18 propostas de emprego. Aceitei a que oferecia menor salário e uma posição hierárquica mais baixa assistente de marketing na Procter & Gamble americana. Minha mulher passou uma semana sem falar comigo. Era o preço para me tornar um especialista em gestão de marcas. Isso me fez crescer dentro da P&G e, depois, conquistar posições em empresas que precisam justamente dessa especialidade, como a AOL e a própria Telefônica."
Presidente da Reckitt Benckiser
Carlos Trostli
"Há princípios que levam as pessoas ao sucesso profissional. Um traço comum entre todas as pessoas em posição de comando é a insatisfação construtiva consigo mesmo e com os negócios. É achar que sempre pode ficar melhor. Sempre segui esse princípio e sempre tive muito claro aonde queria chegar. Logo cedo decidi que seria um especialista em vendas e marketing e que queria chegar á presidência antes dos 40 anos. Para mim, parece muito natural saber o que se quer. Não consigo entender muito bem quando as pessoas se dizem perdidas em relação às suas ambições e pretensões profissionais. Uma das regras que ouvi certa vez ao longo da minha carreira é: nunca fique em cima do muro porque você será um alvo fácil para os dois lados."
Presidente da Ford
Antônio Maciel Neto
"Tive uma carreira eclética e nunca elaborei planos de longo prazo. Acredito ciclos de projetos em associados a metas. Acho interessante definir prazos para tomar decisões. Na Cecrisa, por exemplo, meu objetivo era levantar concordatas em três anos. Ao longo desse período, recebi várias propostas para mudar de emprego, mas me mantive firme e não hesitei em sair antes de concluir o ciclo a que tinha me proposto.
Depois, acho que o negócio é partir para oportunidades novas executar tarefas difíceis em situações em que eu possa contribuir e aprender. Se não estiver mais aprendendo, parto pra outra."