Carreira

Como escolher hoje sua carreira do futuro

Daniel Pedrino, presidente da Faculdade Descomplica Digital, dá dicas de como se tornar um profissional no mundo das carreiras digitais

Novas carreiras: "os jovens estão nessa transição do presencial para o online, onde o diploma não é algo essencial, e o formato dos cursos também está mudando" (We Are/Getty Images)

Novas carreiras: "os jovens estão nessa transição do presencial para o online, onde o diploma não é algo essencial, e o formato dos cursos também está mudando" (We Are/Getty Images)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 8 de março de 2022 às 16h09.

Última atualização em 11 de março de 2022 às 11h30.

Em 2020, o Fórum Econômico Mundial fez a previsão que até 2022 seriam criados 6,1 milhões de empregos entre as novas carreiras da economia digital.

Em 2021, a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) viu a criação de mais de 123 mil novos empregos apenas no setor de Tecnologia da Informação. O número superou projeções anteriores de estimava uma demanda de 56.693 profissionais.

Olhando somente para a área de tecnologia, a associação vê a criação de 797 mil empregos até 2025 no Brasil. Essa demanda vai se concentrar em áreas tecnológicas como Big Data & Analytics, Nuvem, Web Mobile, Internet das coisas, Blockchain e muitas outras.

Com tantas oportunidades novas sendo criadas, fica a grande dúvida: que carreira eu posso seguir?

Ajudar a responder essa questão é um dos objetivos do evento da Faculdade Digital Descomplica com a empresa Transformação Digital, o “Carreiras da Nossa Geração”.

O evento é gratuito e acontece em dois dias, 8 e 10 de março, das 19h30 às 21h30. Serão 40 horas de conteúdo exclusivo e 4 horas de evento ao vivo, com dezenas de especialistas em profissões da era digital. Ainda é possível realizar a inscrição e ter acesso ao conteúdo.

Para ajudar com as dúvidas iniciais sobre as carreiras do futuro, a EXAME entrevistou Daniel Pedrino, Presidente da Faculdade Descomplica Digital.

O executivo explica uma simples forma de entender as trilhas de carreira para seguir e buscar formação, separando as profissões em quatro grupos:

  • Carreiras técnicas
    Exemplos: desenvolvedores, UX designers, designers de jogos, médicos, advogados
  • Carreiras de negócios
    Exemplos: cientista de dados, gerente de projetos, gerente de produtos, marketing digital
  • Carreiras criativas
    Exemplo: web design, social media, copywriter
  • Carreiras inovadoras
    Exemplo: inteligência artificial, block chain, crypto money

No esquema abaixo, as carreiras técnicas ficam mais próximas de um núcleo por serem mais específicas e as carreiras inovadores, mais generalistas, ficam na parte de fora. Quanto mais longe do centro, mais uma carreira precisa de competências sociais e conhecimento sobre as outras áreas "de dentro".

"Em inteligência artificial, parece algo numérico, mas você precisa saber do negócio, ser criativo e entender de desenvolvimento. Quanto mais amplo, mais você precisa entender um pouco do que tem no centro", explica.

Trilhas de carreira do futuro

Trilhas de carreira do futuro (Camila Santiago)

Confira a explicação do CEO e suas dicas para escolher uma carreira no mundo digital:

Quais são as principais dúvidas dos jovens escolhendo graduação hoje? 

A geração Z vai passar e está passando pela maior transformação do ensino superior já vista. Na nossa geração, o currículo olha muito para o retrovisor da carreira. E profissões tradicionais, como direito ou engenharia, são relevantes, mas estamos falando de uma geração que é totalmente digital. O offline para eles não existe.  

A nova economia está transformando todos os mercados. E para quem nasce nesse mundo, diria que existem múltiplas informações na influência social. Antes, existia pra gente o guia do estudante para escolher a faculdade. Hoje, existe muita informação social e isso gera um grande conflito com os pais, que ainda têm muito forte a lembrança das profissões de antes. 

E os jovens estão nessa transição do presencial para o online, onde o diploma não é algo essencial, e o formato dos cursos também está mudando.  

Então, na busca de uma carreira, existem três pontos principais: o que eu quero fazer? O que eu posso fazer? E o que eu consigo fazer? 

E as respostas são diferentes. Na primeira, olhamos para qual é a carreira da nova geração e qual oferece renda hoje. No final das constas, montamos a faculdade como meio para gerar renda para o aluno. Na hora de influência da família e influência social, ele vê que médico, engenheiro e advogado têm dinheiro. E para o jovem, crescendo e vivendo no mundo digital, as carreiras de alto emprego são outras. 

Então, o “o que posso fazer” gera esse conflito. E no “o que consigo fazer”, a resposta deve passar pela acessibilidade. E isso é mais possível com o digital, EAD e uma faculdade como a Descomplica. O curso tem como premissa o menor preço possível para dar disponibilidade de localização e preço. 

No passado, grande parte das pessoas achava que a tecnologia ia mudar as carreiras e todos os empregos serão tomados por robôs. Estudos da McKinsey mostram que até 2030 apenas 5% das produções serão totalmente automatizadas, mas todas as outras, mais de 90%, vão passar por algum tipo de ressignificação. As carreiras da nova geração também incluem medicina, advocacia... a tecnologia transpassa tudo. 

Daniel Pedrino, presidente da Faculdade Descomplica Digital: 'A diferença das carreiras anteriores é isso, não temos mais quadradinhos" (Descomplica/Divulgação)

Que dicas daria para escolher uma formação hoje? Ou para quem deseja fazer uma transição de carreira?

Primeiro, uma influência grande que temos é o professor. Qual o melhor professor que teve na infância? Essa matéria teve relação com a decisão profissional nossa. Se você está querendo buscar uma profissão, a primeira coisa eu recomendo é listar todas as matérias e cursos que mais teve prazer, que mais te desafiaram, que teve mais curiosidade de ir atrás.

A partir disso, o segundo item é se perguntar o porquê gostou mais disso. Sempre tem algumas habilidades, competências inerentes, que desenvolveu ao longo da vida. Eu adorava escola, sou curioso, adoro comunicação, conversar com as pessoas. São as habilidades que as pessoas ao redor dizem que você é bom.

E o terceiro ponto é olhar quais carreiras que existem hoje no mercado. A escolha não pode ser de fora para dentro, tem que começar de dentro para fora. Entender o que faz com prazer, o que acordaria cedo para fazer e trabalhar nisso até o final do dia. 

E quarto: agora que sei o que sou bom, as habilidades e as carreiras que potencializam isso, eu posso procurar pessoas que acabaram de entrar nessa carreira e que já estão há 10 anos nela. Essas duas visões vão ser complementares.  

E, se for possível, procure as tendências de como vai ser a profissão em 10, 30, 40 anos... e digo isso na medida do possível, pois ninguém iria prever o mercado que jogos digitais se tornaria isso.  

E a última coisa, no final, a se fazer é escolher a faculdade. Não começar de trás para frente, no curso mais barato ou pelo nome. Eu digo de maneira bem transparente que me preocupava em não aceitarem a Descomplica, mas todas as empresas da nova economia disseram “é isso que a gente quer”.

Eu diria que o nome da faculdade tem contado menos. A Sofia Esteves, da Cia de Talentos, fala que no processo de trainee a pergunta de “qual faculdade você faz?” não existe mais. Hoje ainda temos boas opções de financiamento, o Prouni ou privados, que ajudam no acesso.

Como escolher uma direção de especialização entre as carreiras digitais?

Não são só as carreiras digitais, mas todas vão passar por transformação. Tem um estudo que diz que, até 2025, 50% da força de trabalho vai precisar ser retreinada por causa de competências que vão mudar em cinco anos. E isso pede uma capacidade de aprender de maneiras diferentes.

Pensando nisso, separo as carreiras digitais em alguns grupos. Primeiro, as carreiras específicas, que podem atuar em qualquer mercado. São os desenvolvedores, UX designers, designers de jogos, médicos. Eles têm atuação transversal.

Em segundo lugar, aparecem as carreiras de negócios digitais, como cientista de dados, gerente de projetos, gerente de produtos, marketing digital, administração 2.0, RH 2.0 e logística 2.0. São negócios com viés da tecnologia.

Em terceiro, temos as carreiras criativas, como web design, social media, copywriter, a geração de conteúdo em si. E quarto, são as carreiras inovativas, como inteligência artificial, blockchain, crypto money.

Se pegar essa ordem, você imagina uma bola, com as técnicas no centro, depois as camadas de negócios, criativas e inovativas.

Cada carreira vai exigir um perfil diferente, quanto mais para fora será maior a habilidade de sociabilidade ou mais técnica quanto mais profunda. Então você precisa entender qual amplitude de carreira quer seguir.

Em inteligência artificial, parece algo numérico, mas você precisa saber do negócio, ser criativo e entender de desenvolvimento. Quanto mais amplo, mais você precisa entender um pouco do que tem no centro.

Um exemplo clássico, o copywriter. Você pode criar um botão para gerar leads. Se o copy não souber o quanto a pessoa de desenvolvimento pode mudar em um botão, ele não consegue direcionar o trabalho. Não se entrega mais no ‘word’ só, você precisa pensar no negócio também.

A diferença das carreiras anteriores é isso, não temos mais quadradinhos. Todas as carreiras estão juntas. Nas disciplinas, nenhum conhecimento é perdido.

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