Carreira

Cinco dias por semana no escritório? Para Larry Fink, esse mundo morreu

Em sua carta anual, o CEO da gestora BlackRock faz uma lista de prioridades para as lideranças

Larry Fink: “Nenhuma relação foi alterada mais pela pandemia do que aquela entre empregados e empregadores" (Alex Kraus / Bloomberg/Getty Images)

Larry Fink: “Nenhuma relação foi alterada mais pela pandemia do que aquela entre empregados e empregadores" (Alex Kraus / Bloomberg/Getty Images)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 18 de janeiro de 2022 às 17h03.

Última atualização em 19 de janeiro de 2022 às 11h40.

“Esse mundo morreu”, escreve Larry Fink, CEO da BlackRock, maior gestora do mundo com 9,5 trilhões de dólares sob gestão, em sua carta anual endereçada a CEOs.

Como em anos anteriores, o executivo se direciona a investidores e empresas investidas para falar sobre o capitalismo de stakeholder, a mudança de foco para que negócios gerem valor para todas as partes interessadas.

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Entre questões sobre sustentabilidade, ele inclui no documento de 2022 o debate sobre o novo mundo do trabalho.

Para Fink, três pilares do antigo mundo do trabalho ficaram no passado com a pandemia:

  1. Empresas esperarem que trabalhadores vão ao escritório cinco dias por semana
  2. Saúde mental ser raramente discutida no trabalho
  3. Falta de crescimento dos salários para trabalhadores com baixa e média renda

“Nenhuma relação foi alterada mais pela pandemia do que aquela entre empregados e empregadores. A taxa de demissões nos Estados Unidos e no Reino Unido teve alta histórica. E nos EUA, nós estamos vendo o maior crescimento de remunerações em décadas. Trabalhadores aproveitando novas oportunidades é uma boa coisa: demonstra que estão confiantes no crescimento econômico”, escreve.

Os pedidos de demissão nos EUA atingiram níveis recorde de 4,5 milhões em novembro. O movimento de demissão em massa está sendo chamado de “The great resignation” e sendo acompanhado de perto por especialistas no mundo.

No Brasil, a consultoria Robert Half constatou em pesquisa com mais de mil profissionais empregados que 49% desejam trocar de empresa neste ano. Segundo o estudo "The Working Future:Re-humanizing work" da Bain & Company, 30% dos brasileiros desejam continuar no modelo "home office" em pelo menos cinco dias na semana, enquanto que 33% optariam por trabalhar de dois a três dias por semana no escritório. 

Fink vê que a maior pressão dos trabalhadores com demandas a seus empregadores é essencial para o capitalismo.

“Incentiva a prosperidade e cria um cenário mais competitivo para o talento, pressionando empresas a criar ambientes melhores e mais inovadores para seus empregados - ações que ajudam a alcançar mais lucro para os shareholders”, afirma.

Segundo ele, empresas que fortaleceram os vínculos com seus empregados ao longo da pandemia estão sofrendo menos com a rotatividade agora. E quem ainda não está ouvindo seus funcionários, o faz por sua conta e risco.

O CEO aponta que criar esse ambiente vai além de uma simples política de trabalho mais flexível, o que era um luxo antes da pandemia e agora se tornou o esperado pelos profissionais; e lista alguns dos assuntos que devem ficar na lista de prioridades para as lideranças. São:

  • Igualdade racial
  • Cuidado infantil
  • Saúde mental
  • Diferenças geracionais

 

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