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CEO que tem filha oferece salário melhor para mulheres

De acordo com estudo, após nascimento de uma menina, presidentes de empresas aumentaram a remuneração das funcionárias

Efeito filha: Diferença de salários entre homens e mulheres caiu até 3% depois do nascimento da filha do CEO (Stock.xchng)

Efeito filha: Diferença de salários entre homens e mulheres caiu até 3% depois do nascimento da filha do CEO (Stock.xchng)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 11 de maio de 2011 às 14h38.

São Paulo – A lacuna entre o salário oferecido para mulheres e homens persiste. No entanto, essa diferença pode diminuir quando os presidentes das empresas têm filhas.

É o que indica um estudo recente elaborado por economistas da Aalborg University (Dinamarca), University of Maryland e da Columbia Business School (Estados Unidos). De acordo com a pesquisa, o salários femininos cresceram relativamente aos masculinos após o nascimento da primeira filha do CEO da empresa.

Com base nos salários oferecidos a 734.200 trabalhadores dinamarqueses de 6.230 empresas durante o período de 1995 a 2006, o grupo de pesquisadores analisou as datas de nascimento e o gênero dos filhos dos presidentes dessas companhias.

Os pesquisadores perceberam que, nas empresas em que os CEOs tinham filhas, a diferença salarial entre homens e mulheres diminuiu 0,5% no mesmo ano. Quando a criança era a primogênita da família do gestor, a situação ficava ainda melhor para as funcionárias. Nesse caso, a lacuna na remuneração oferecida caía cerca de 3%.

Nesse caso, segundo o estudo, as mulheres receberam um aumento salarial médio sete vezes maior do que o oferecido aos seus colegas do sexo masculino.

Em artigo publicado no site de notícias da Columbia Business School, David Ross, que é co-autor do estudo, explica que o nascimento de uma menina causa uma revolução nas mentes dos CEOs. “A ideia é que o pai que tem filhas se torna mais empático e comprensivo com relação às questões femininas”, explica.

A qualificação da funcionárias também pesou no balanço final. Quando as mulheres tinham uma qualificação melhor, a influência do nascimento de uma menina era ainda mais forte. Novamente, isso se explica por uma espécie de identificação dos gestores com a realidade feminina.

“Boa parte dos CEOs fizeram faculdade e tiveram uma mais educação formal que as pessoas de sua idade, eles esperam que suas filhas também sejam educadas nesse sentido”, afirma o professor.

O “efeito filha”, no entanto, só vale para empresas de pequeno porte, com cinquenta ou menos funcionários. Isso porque, segundo os pesquisadores, nesses ambientes os gestores estão mais ligados aos pacotes de salário oferecidos individualmente.

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