Universidade de Toronto. Governo canadense limita permissão para estudantes estrangeiros em cursos de longa duração (Divulgação: Spondylolithesis/Getty Images)
Repórter
Publicado em 23 de janeiro de 2024 às 16h04.
Última atualização em 23 de janeiro de 2024 às 16h06.
Nesta segunda-feira, autoridades do Canadá informaram que irão limitar por dois anos, de forma temporária, a permissão de estudo para estrangeiros.
De acordo com o anúncio do ministro de Imigração, Marc Miller, a principal razão para controlar a quantidade de permissões de estudo é proteger os estudantes de faculdades de serviços inadequados a custos elevados, e para aliviar a pressão sobre habitação e serviços.
O governo canadense anunciou que pretende aprovar, ainda este ano, cerca de 360 mil permissões para estrangeiros na graduação, o que representa uma redução de 35% em relação a 2023. A restrição dos estudantes será realizada a partir deste ano de acordo com cada província e território que terão uma parcela determinada de permissões para serem concedidas. Segundo a Câmara de Comércio Brasil Canadá (CCBC), essa medida não afeta quem já está estudando no Canadá e tem a permissão e pretende renová-la. Também não se aplica a Québec, que possui suas próprias leis de imigração.
A medida é válida para os estudantes estrangeiros de qualquer nacionalidade que vão para o Canadá, inclusive brasileiros, para programas de bacharelado e graduação, ou seja, cursos de longa duração que exigem a permissão de estudo, segundo a Câmara.
“Vale lembrar que a medida não elimina as permissões, apenas limita a quantidade emitida por ano. Brasil e Canadá possuem uma relação sólida e de muitos anos, com excelentes relações na área da educação”, diz CCBC em nota.
De acordo com a Pesquisa Selo Belta 2023, divulgada pela Associação Brasileira das Agências de Intercâmbio (Belta), o número de estudantes brasileiros que buscaram o exterior cresceu 18% em 2022 em relação ao período pré-pandemia de 2019. Foram 455,4 mil pessoas, em um mercado que movimentou mais de R$ 3,7 bilhões no ano.
Os cursos mais procurados por esses estudantes, segundo a Câmara, foram os programas de idiomas, de curta duração e que não necessitam da permissão de estudo, portanto não são afetados pela restrição anunciada pelo governo canadense. Depois deles, vêm as outras categorias de programas de formação ou aprimoramento de carreira internacional.
O Canadá segue como um dos destinos preferidos dos brasileiros que querem aprimorar uma segunda língua ou ampliar os conhecimentos em sua área de atuação. Até para aqueles que ainda se sentem inseguros em estudar em inglês ou francês há alternativas em programas de reforço.
As associações e instituições educacionais canadenses são muito ativas no Brasil e várias delas possuem acordos de cooperação com entidades públicas e privadas brasileiras, sejam de ensino ou pesquisa, diz CCBC.
O Canadá continua sendo um destino interessante para os brasileiros, tanto que a Câmara reforça que se o brasileiro tem vontade de estudar lá, não deve desistir por conta dessa limitação do governo.
“Brasil e Canadá tem uma relação sólida e excelente na área da educação. Há muitas oportunidades ainda a serem exploradas. O importante é se planejar com antecedência e ter um plano bem estruturado.”
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