Carreira

Brasileiros estão fugindo das empresas sem flexibilidade, mostra estudo

Em pesquisa do IBM Institute for Business Value (IBV), um em cada 10 brasileiros entrevistados deixou o emprego voluntariamente no ano passado

Jovens esperam por entrevista de emprego:  Grande São Paulo tem bolsas- auxílio bem de quase o dobro do que as oferecidas por empresas da região Norte (gpointstudio/Thinkstock)

Jovens esperam por entrevista de emprego: Grande São Paulo tem bolsas- auxílio bem de quase o dobro do que as oferecidas por empresas da região Norte (gpointstudio/Thinkstock)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 25 de fevereiro de 2021 às 10h55.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2021 às 12h31.

Mesmo com as incertezas da pandemia e o alto desemprego, muitos brasileiros pediram demissão de seus empregos em 2020. O principal motivo: a busca por mais flexibilidade de horário ou de local de trabalho.

Cansaço? Estafa? Burnout? Faça da pandemia uma oportunidade de reset mental

Em pesquisa do IBM Institute for Business Value (IBV), um em cada 10 brasileiros entrevistados deixou o emprego voluntariamente no ano passado. E 31% também disseram que planejam mudar de emprego em 2021.

Entre os que já pediram demissão, 29% afirmaram que precisavam de mais flexibilidade para poder trabalhar remotamente ou ajudar com as demandas familiares; 26% estavam em busca de mais benefícios e suporte de bem-estar e 23% afirmaram que não tinha boas perspectivas de progressão de carreira ou segurança no emprego.

O estudo foi feito com mais de 14.000 adultos em todo o mundo, incluindo o Brasil. Segundo Kelly Ribeiro, Líder de Talento e Transformação da IBM para a América Latina, a pesquisa mostrou a mudança de prioridades na busca de emprego para 2020 e a tendência do que vem para 2021.

“A gente percebe pelas respostas do público o quanto aumentou a preocupação com a própria carreira. A busca por desenvolvimento virou uma prioridade e as pessoas estão preocupadas com o seu futuro”, afirma ela.

Para quem quer trocar de emprego nesse ano, as razões mais comuns mencionadas foram:

  • 33% - aumento salarial ou promoção
  • 29% - mais benefícios e suporte para seu bem-estar
  • 27% - mudar de profissão
  • 25% - ter um trabalho com maior propósito e significado
  • 23% - Burn-out

A executiva destaca as menções de busca por uma melhor qualidade de vida e também a gravidade do alto número de pessoas se afastando de uma empresa por causa do esgotamento.

“Nós vemos aqui as consequências da pandemia. Tanto em termos da necessidade de flexibilidade, quanto na busca por saúde física e mental”, diz.

Foco no futuro

No mundo todo, 58% dos entrevistados planejam fazer cursos de educação continuada em 2021, principalmente online. E 25% colocaram como meta fazer uma requalificação com programas formais de graduação ou certificação.

E a mesma porcentagem de brasileiros também deseja investir em sua própria educação. Para 52% dos profissionais do Brasil, o atributo mais importante de uma empresa é gerar oportunidades de desenvolvimento e ascensão de carreira.

“Um dado importante do estudo é a visão antagônica entre o que a empresa entende e o que o empregado entende. Muitas vezes, os executivos acreditam que estão empenhados na saúde física e emocional dos colaboradores. E quando contrapõe com o empregado, ele diz que não vê dessa forma”, explica a líder da IBM.

Quando se fala em habilidades do futuro, a pesquisa mostra um abismo nessa percepção. Enquanto 87% dos profissionais acreditam que já possuem as habilidades necessárias para cumprir suas metas de emprego para 2021, 45% das organizações pesquisadas indicaram que não conseguem encontrar as habilidades de que precisam.

Para ajudar os profissionais a encontrar recursos sobre as habilidades do futuro, a IBM lançou uma plataforma gratuita chamada SkillsBuild. O site, com versão em português, tem cursos para desenvolver habilidades técnicas, como Analytics e Blockchain, e também ferramentas de trabalho, como metodologia ágil.

 

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