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5 saias justas de amargar no trabalho

Aprenda a driblar situações embaraçosas que acontecem no dia a dia e podem prejudicar sua imagem

Ilustração - Saia justa no trabalho (Orlandeli/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2013 às 13h30.

São Paulo - No início deste ano, após atender por cinco anos uma firma de tecnologia, o engenheiro Márcio, diretor de uma grande consultoria que pediu para não ter o sobrenome citado, passou a prestar serviços para outro cliente.

O problema: o novo cliente compete com o anterior. Márcio está numa saia justa: o freguês atual desconfia que ele permaneça leal ao antigo, que acha que ele entrega segredos ao novo. Situações como essa são mais comuns do que se imagina.

No caso de Márcio, a saída é buscar o respaldo do chefe, deixando tudo às claras, aconselha Julio Sergio Cardozo, consultor de carreira de São Paulo e ex-presidente para a América do Sul da empresa de auditoria Ernst & Young Terco. No mundo corporativo, os conflitos de interesse são frequentes e, muitas vezes, colocam o profissional diante de dilemas éticos.

Quando bem resolvidos, a pessoa preserva sua imagem e pode até ganhar pontos com a chefia. No caso de mancada, porém, os danos podem ser grandes. O mercado aquecido expõe o profissional a situações desse tipo.

Com empresas fazendo loucuras para preencher vagas, os convites de emprego partem de fornecedores, de companhias rivais e até de vizinhos de escritório. É preciso ficar atento para não entrar numa fria. Confira a seguir uma seleção de saias justas comuns e as dicas de especialistas para driblá-las.

Mudar para o concorrente

Mudar para uma companhia concorrente é algo comum, principalmente em época de ofertas quentes. Se você for procurado por um rival, adote uma postura ética. Não revele informações estratégicas do atual empregador. “Mesmo que o entrevistador insista, jamais ceda”, diz Daniela Ribeiro, headhunter da Robert Half, empresa de recrutamento de executivos.

Se aceitar o convite, comunique o quanto antes a decisão à organização. “Não há nada demais em ir para o concorrente que, claro, vai valorizar seu passe pelo conhecimento naquela área”, afirma Daniela. O grande problema, ressalta, é a forma como sair sem queimar o filme.

Levar ex-clientes para a empresa atual

Publicitários, executivos de vendas eadvogados muitas vezes levam clientes consigo quando trocam de trabalho. São casos em que existe uma relação de confiança pessoal em jogo. O cliente quer a pessoa, e não a empresa. Isso ocorreu com o advogado Valdo Cestari de Rizzo, de 45 anos, que há cinco montou um escritório próprio com um sócio e levou 26 advogados e 100 clientes do chefe antigo. “A coisa funcionou bem porque acertamos tudo com antecedência”, diz Valdo.


Ter vários chefes a quem se reportar

A gestão matricial, adotada pelas multinacionais e que tem ganhado força nas empresas brasileiras globalizadas, tira o sono de muita gente. Nas estruturas de comandos múltiplos, são comuns as ordens divergentes, que deixam o profissional perdido. “O melhor caminho é alinhar os interesses de todos”, ensina Jair Pianucci, diretor de RH da multinacional americana MetLife Seguros, ele mesmo subordinado a um chefe local e a outro no Chile. “Comunique suas prioridades e sugira o direcionamento que deve ser tomado”, diz.

Aceitar proposta de emprego de um fornecedor

Esse movimento pode colocar em risco a relação entre as duas empresas e manchar a reputação do profissional. Recentemente, um CEO aceitou um convite do principal fornecedor da companhia. Ao pedir demissão, o conselho pressionou o fornecedor, que recuou. “As organizações estão fazendo de tudo para reter executivos”, diz Rafael Souto, sócio da Produtive, firma de recolocação de profissionais, que acompanhou o caso. “O presidente está no cargo, mas ninguém esquecerá o episódio”, diz.

Trabalhar com o cônjuge

Pesquisa realizada pelo professor Ailton Amélio, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, revela que 37% dos relacionamentos se iniciam no escritório. Isso é uma brecha para problemas éticos, como suspeitas de beneficiamento, por exemplo. “Se possível, um dos dois deve mudar de área para evitar suspeitas”, diz Daniela, da Robert Half. Há também situações em que os cônjuges trabalham em empresas concorrentes. Nesses casos, assuma a relação. “Se a organização descobre, pode até demiti-lo”, diz o consultor Julio Sergio.

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São Paulo - No início deste ano, após atender por cinco anos uma firma de tecnologia, o engenheiro Márcio, diretor de uma grande consultoria que pediu para não ter o sobrenome citado, passou a prestar serviços para outro cliente.

O problema: o novo cliente compete com o anterior. Márcio está numa saia justa: o freguês atual desconfia que ele permaneça leal ao antigo, que acha que ele entrega segredos ao novo. Situações como essa são mais comuns do que se imagina.

No caso de Márcio, a saída é buscar o respaldo do chefe, deixando tudo às claras, aconselha Julio Sergio Cardozo, consultor de carreira de São Paulo e ex-presidente para a América do Sul da empresa de auditoria Ernst & Young Terco. No mundo corporativo, os conflitos de interesse são frequentes e, muitas vezes, colocam o profissional diante de dilemas éticos.

Quando bem resolvidos, a pessoa preserva sua imagem e pode até ganhar pontos com a chefia. No caso de mancada, porém, os danos podem ser grandes. O mercado aquecido expõe o profissional a situações desse tipo.

Com empresas fazendo loucuras para preencher vagas, os convites de emprego partem de fornecedores, de companhias rivais e até de vizinhos de escritório. É preciso ficar atento para não entrar numa fria. Confira a seguir uma seleção de saias justas comuns e as dicas de especialistas para driblá-las.

Mudar para o concorrente

Mudar para uma companhia concorrente é algo comum, principalmente em época de ofertas quentes. Se você for procurado por um rival, adote uma postura ética. Não revele informações estratégicas do atual empregador. “Mesmo que o entrevistador insista, jamais ceda”, diz Daniela Ribeiro, headhunter da Robert Half, empresa de recrutamento de executivos.

Se aceitar o convite, comunique o quanto antes a decisão à organização. “Não há nada demais em ir para o concorrente que, claro, vai valorizar seu passe pelo conhecimento naquela área”, afirma Daniela. O grande problema, ressalta, é a forma como sair sem queimar o filme.

Levar ex-clientes para a empresa atual

Publicitários, executivos de vendas eadvogados muitas vezes levam clientes consigo quando trocam de trabalho. São casos em que existe uma relação de confiança pessoal em jogo. O cliente quer a pessoa, e não a empresa. Isso ocorreu com o advogado Valdo Cestari de Rizzo, de 45 anos, que há cinco montou um escritório próprio com um sócio e levou 26 advogados e 100 clientes do chefe antigo. “A coisa funcionou bem porque acertamos tudo com antecedência”, diz Valdo.


Ter vários chefes a quem se reportar

A gestão matricial, adotada pelas multinacionais e que tem ganhado força nas empresas brasileiras globalizadas, tira o sono de muita gente. Nas estruturas de comandos múltiplos, são comuns as ordens divergentes, que deixam o profissional perdido. “O melhor caminho é alinhar os interesses de todos”, ensina Jair Pianucci, diretor de RH da multinacional americana MetLife Seguros, ele mesmo subordinado a um chefe local e a outro no Chile. “Comunique suas prioridades e sugira o direcionamento que deve ser tomado”, diz.

Aceitar proposta de emprego de um fornecedor

Esse movimento pode colocar em risco a relação entre as duas empresas e manchar a reputação do profissional. Recentemente, um CEO aceitou um convite do principal fornecedor da companhia. Ao pedir demissão, o conselho pressionou o fornecedor, que recuou. “As organizações estão fazendo de tudo para reter executivos”, diz Rafael Souto, sócio da Produtive, firma de recolocação de profissionais, que acompanhou o caso. “O presidente está no cargo, mas ninguém esquecerá o episódio”, diz.

Trabalhar com o cônjuge

Pesquisa realizada pelo professor Ailton Amélio, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, revela que 37% dos relacionamentos se iniciam no escritório. Isso é uma brecha para problemas éticos, como suspeitas de beneficiamento, por exemplo. “Se possível, um dos dois deve mudar de área para evitar suspeitas”, diz Daniela, da Robert Half. Há também situações em que os cônjuges trabalham em empresas concorrentes. Nesses casos, assuma a relação. “Se a organização descobre, pode até demiti-lo”, diz o consultor Julio Sergio.

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