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Saiba como aproveitar os recursos da empresa para crescer na carreira. Ou procure o que fazer mesmo com pouco dinheiro

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h33.

A maior unanimidade do mundo profissional brasileiro hoje é a educação. Universidade, MBA, cursos profissionalizantes, línguas: é difícil concorrer a alguma vaga sem apresentar essas linhas no currículo. As empresas investem cada vez mais no treinamento de seus funcionários, e quem está fora do mercado de trabalho corre para complementar a formação. Nesse cenário, não é você que vai ficar para trás. Aproveite o início de 2002 para planejar seu desenvolvimento profissional, apostando na educação continuada. Não faltam opções de cursos profissionalizantes, existem bons sites para se atualizar a distância e entidades para financiar estudos no exterior, inclusive o MBA. Se nada disso funcionar, peça ajuda para a empresa.

Veja o que diz a pesquisa anual de salários e benefícios realizada pela consultoria Andersen. Nada menos do que 78% das 130 empresas entrevistadas vão investir no desenvolvimento de seus recursos humanos em 2002. Dessas, 58% têm como principal preocupação melhorar a capacitação da mão-de-obra. Mais: 53% delas, concentradas nas regiões Sudeste e Sul, vão aumentar o percentual do faturamento destinado a programas de treinamento e desenvolvimento. "A tendência estratégica nas empresas é promover o crescimento com base no conhecimento das pessoas", diz Vicente Picarelli, sócio-diretor da Andersen. "Aumenta a cada ano a utilização da remuneração por competências e habilidades, premiando as pessoas que sabem desempenhar um número maior de funções." As empresas não estão valorizando esses profissionais apenas para premiar os esforços deles. Não. Elas estão preocupadas é com seus próprios negócios. Para competir no mercado globalizado, precisam de pessoas ágeis, capazes de aprender na velocidade das mudanças. Nada mais justo, então, do que recompensar quem pode ajudar a empresa a crescer.

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LEIA O AMBIENTE

Mas como pôr a mão nessa verba? Em boa parte das empresas, o dinheiro para treinamento fica nas mãos dos chefes de departamento. Uma boa saída é pedir diretamente a quem faz esse controle que a empresa banque (ou ajude) os custos do curso. As empresas têm dinheiro para investir em seus funcionários, mas não vão distribuí-lo ao vento. Se usar bons argumentos, é muito provável que o benefício saia. Antes de chegar com o pedido em mãos, é bom "ler o ambiente", segundo lembrou Marília Rocca, diretora da Endeavor Brasil, na mesa-redonda de VOCÊ s.a. Em outras palavras, Picarelli, da Accenture, reforça o conselho. "É importante olhar o mercado para descobrir qual área ou setor da empresa precisa ser melhorado", diz Picarelli.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) fez o mesmo trabalho, com a lente apontada para o mercado brasileiro. Quem está à procura de cursos profissionalizantes pode encontrar na entidade uma lista afinada com a modernização do trabalho. Uma pesquisa nas regiões metropolitanas e em 50 cidades de médio porte do Brasil resultou no livro Século XXI -- As Novas Ocupações. Ali, são apresentadas funções como administrador de rede, analista de logística, tecnólogo em turismo, webdesigner, entre outras. A procura por cursos do Senac, que preparam para profissões em alta, é um bom termômetro para avaliar as necessidades do mercado. No ano passado, entre os mais procurados estavam: desenvolvimento de chefia e liderança, gerência administrativa, técnico em turismo e técnico em informática. Uma das áreas mais concorridas foi a de saúde, principalmente os cursos de auxiliar e técnico em enfermagem. Não à toa: segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os negócios no setor médico dobraram de tamanho na década de 90, graças, principalmente, à profissionalização do setor.

USE A CRIATIVIDADE

Além dessas opções, você pode acessar a internet e fazer um curso a distância. Se ainda assim nada disso servir de estímulo para você crescer na carreira, inspire-se no exemplo do mineiro Flaviano Faleiro, 27 anos, consultor sênior na área de estratégia de telecomunicações da Accenture. Em 1997, ele pôs na cabeça que queria fazer estágio em alguma empresa fora do Brasil, mas não tinha dinheiro para bancar essa vontade. Seu chefe na época conhecia uma brasileira, Denise Ávila de Melo, que trabalhava na Compaq da Alemanha e contou que lá havia vagas de estágio abertas.

Faleiro mandou um e-mail para Denise e começou a negociação. Foram sete meses trocando mensagens e telefonemas, com direito até a negativa de visto. O mineiro só embarcou para a Alemanha um dia antes do começo do estágio. "A executiva colocou todos os entraves possíveis, achando que eu desistiria da vaga", diz Faleiro. "Tive muita persistência e não dei oportunidade a ela para encerrar a negociação." O final foi feliz: ele passou seis meses em Munique, na Alemanha, fazendo estágio na área de marketing do escritório central da Compaq para Europa, Oriente Médio e África. Voltou de lá e trabalhou na Telemig, no HSBC e na Telemar, antes de ir para a Accenture, "sempre com propostas melhores". Se sua empresa não pretende investir em treinamento ou se você não tem dinheiro para financiar seu desenvolvimento, sempre há a saída da criatividade, de correr por fora. Faleiro que o diga.

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