Dúvida: é preciso saber a regência de nomes e pronomes para não errar (Wavebreakmedia Ltd/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 25 de julho de 2017 às 12h54.
Última atualização em 25 de julho de 2017 às 15h18.
Por meio de minhas mídias sociais, recebi uma dúvida muito interessante:
"Professor, é verdade que a expressão DE CUJAS está errada?"
Proveniente do latim "cuju, cujus", o pronome relativo cujo significa "de que ou de quem"; "do qual, da qual, dos quais, das quais". Traz o dicionário Aurélio uma interessante construção:
É um gás a cujas exalações ninguém resiste.
Para o adequado uso do pronome relativo, é importante conhecer a regência de nomes e verbos; não saber a possível preposição - exigida pelo regente - levará a uma construção inadequada de acordo com o padrão.
Sendo assim, usemos três importantes passos para a compreensão dos pronomes relativos:
1. Identificar verbo ou nome principal;
2. Conhecer a regência desse termo;
3. Inserir a possível preposição antes do pronome relativo.
No exemplo do Aurélio, o verbo principal é o resistir; tal verbo é transitivo indireto e exige a preposição "a"; em respeito a essa regência, a preposição deve aparecer antes do pronome relativo "cujas": "...A CUJAS EXALAÇÕES NINGUÉM RESISTE."
Em suma: a preposição antes do relativo dependerá do regente. Se trocássemos - naquela oração - o verbo resistir pelo verbo precisar:
"É um gás de cujas exalações ninguém precisa."
Se houver a troca pelo verbo acreditar:
"É um gás em cujas exalações ninguém acredita."
Sobre a ideia de posse ou pertença, lembremo-nos de que o nome posposto a "cujo" pertence ao anteposto, ou seja, "as exalações do gás".
Por fim, vale uma determinação gramatical: inexistentes são as expressões "cujo o" e "cuja a ". Não há razão para o uso do artigo, seja no singular, seja no plural.
Um abraço, até a próxima e siga-me pelo Twitter!
Diogo Arrais
@diogoarrais
Professor de Língua Portuguesa - CPJUR - portalcpjur.com.br
Autor Gramatical pela Editora Saraiva