Ano novo, metas novas! E, para te ajudar, o Estudar Fora organizou um passo a passo para você tirar do papel o projeto de fazer intercâmbio em 2016. As orientações foram escritas com a ajuda da psicóloga Andrea Tissenbaum, do Blog da Tissen, que é especialista em estudos fora do país. Confira:
1. Entenda o que você realmente quer e qual é o seu perfil como estudante
O primeiro passo é descobrir o que você quer e que faculdades ou cursos combinam com você. Para isso, é necessário compreender seu perfil acadêmico: pense em seu histórico escolar, projetos extracurriculares, nível de proficiência no idioma do país (ou países) de interesse, entre outros, para poder fazer escolhas mais assertivas. Andrea aconselha conversar com professores e outras pessoas que possam te avaliar nesse sentido, mas lembra que nada te impede de tentar uma vaga em uma universidade que esteja no topo dos rankings.
Quem não puder passar anos fora do país pode apostar em outros tipos de vivência internacional, como trabalho voluntário ou cursos rápidos (short term courses). De idiomas à gastronomia, passando por história da arte e resolução de conflitos, há uma infinidade de programas e instituições. Há também os cursos oferecidos pelas summer schools, que acontecem no verão do hemisfério norte e duram até três meses.
Reflita sobre o que você quer – intercâmbio universitário de seis meses ou de um ano, curso de idioma, curso de curta duração, especialização, pós-graduação – e por que quer isso.
2. Pesquise bastante e escolha muito bem seu destino
O mundo é vasto e as opções de destino, inúmeras. Por isso, às vezes, é difícil até saber por onde começar. Mas vamos pelo básico:“Entenda se escolheu um lugar ou lugares nos quais poderá viver sem se apertar financeiramente e que estão em sintonia com quem você é”, aconselha Andrea.
Vale pesquisar um pouco da história e da cultura de cada destino e buscar informações sobre sua situação atual, como custos de vida médios (há o Budget Your Trip e outros sites parecidos para isso) e índices socioeconômicos. Fica mais difícil achar um emprego se o país está passando por uma recessão, por exemplo.
É preciso também fazer uma análise realística de suas condições atuais para entender se o destino que almeja é, de fato, o mais indicado para você neste momento. Uma opção pode escolher países que lhe permitam trabalhar com visto de estudante. O Estudar Fora publicou recentemente as regras de trabalho de 9 países para estudantes brasileiros. Austrália, Irlanda e Nova Zelândia, por exemplo, permitem que alunos de cursos de idioma também trabalhem. Já outros destinos, como Estados Unidos e Canadá, não dão essa opção.
3. Informe-se sobre as melhores formas de lidar com o câmbio
Em tempos de volatilidade cambial, é imprescindível programar-se. A recomendação é manter planilhas de receitas e gastos diários, seja no Excel, em apps de controle de custos ou mesmo na ponta do lápis. Lembre-se que a chegada é sempre mais cara, seja pelo deslumbre com um lugar novo ou necessidades inadiáveis, como depósitos para moradia.
Também é interessante checar outras oções de transferência financeira, como PayPal e Western Union, que trabalham com diversas moedas, e ver se funcionam para suas necessidades.
“Outra dica boa é o seguro de saúde, que deve ser feito antes de viajar e que é uma questão para muita gente”, lembra Andrea. Ponha em outra planilha todas as opções disponíveis, de bancos a seguradoras, para avaliar quais são as melhores. É útil também dar uma olhada nos contratos de seus cartões de crédito – alguns oferecem gratuitamente um seguro de até 30 dias caso a passagem seja comprada com eles.
4. Tire suas dúvidas com consulados, embaixadas e representantes
Se ainda não tem um lugar em mente ou se quiser conversar com quem já esteve lá, experimente visitar consulados e entidades representantes de governos, como Education USA, Campus France, Goethe Institut, Study in Australia e British Council. Quem está em Brasília também pode checar eventos culturais das embaixadas e saber um pouco mais sobre cada destino. Confira a lista de embaixadas na capital aqui.
5. Defina o idioma e a instituição de ensino
Caso o intuito não seja aprender um novo idioma, é melhor ir para um lugar em que a língua já é familiar para você. Pensando nisso, instituições da Holanda ao Japão costumam oferecer cursos em pelo menos dois idiomas: o nativo e o inglês. É sempre possível, estudar em um idioma mais familiar e aproveitar para aprender outra língua nas horas vagas.
Para os que querem fazer graduação ou pós-graduação fora, o processo é mais focado. As escolhas estarão relacionadas com sua área de interesse profissional e é necessário combinar seu perfil e aspirações acadêmicas aos programas que as universidades oferecem.
6. Comece a se preparar: veja documentos necessários e como funciona o processo de candidatura
Com a decisão tomada, dê início ao seu processo de candidatura (application), que varia entre cursos e escolas. Para a graduação e a pós-graduação no exterior, os processos são mais complexos e, em geral, envolvem provas, teste de proficiência no idioma, envio de currículo, cartas de recomendação e redações. Especialistas recomendam que os estudantes comecem a se preparar com pelo menos um ano de antecedência.
Cursos rápidos têm processos mais simples e, normalmente, exigem do aluno apenas um teste de domínio do idioma para verificar se ele terá condições de acompanhar as aulas. É bom familiarizar-se o quanto antes com os formulários e requisitos exigidos.
E em qualquer curso que vá fazer fora do Brasil, seja um intensivo de francês na Bélgica ou um curso de empreendedorismo na Califórnia, você terá que cuidar de seu passaporte, passagem aérea e hospedagem. Não deixe nada para a última hora: confira se o seu passaporte estará valido por todo o tempo em que estará fora e comece a buscar as opções de moradia.
* Este artigo foi originalmente publicado peloEstudar Fora, portal da Fundação Estudar
São Paulo - Ano após ano,
Harvard aparece em
rankings internacionais como a
melhor e
mais prestigiada universidade do planeta. Fundada em 1636, é a instituição de ensino superior mais antiga dos
Estados Unidos e coleciona ex-alunos ilustres como Barack Obama, Bill Gates e Mark Zuckerberg. Com tantos atrativos, é natural que a
universidade seja cobiçada por estudantes do mundo inteiro. Entre os brasileiros, esse interesse só tem aumentado. Segundo dados da universidade, no ano letivo 2010-2011, havia 62 estudantes do país em Harvard. Hoje são 117 - e esse número segue crescendo. O caminho até a admissão, porém, é difícil: a instituição é famosa por aplicar processos seletivos rigorosos, que exigem muito mais do que um excelente desempenho acadêmico do candidato. Dez brasileiros aceitos em Harvard em 2015 contaram a
EXAME.com quais os fatores que mais contribuíram para sua aprovação na universidade. Navegue pelos slides para ler suas histórias.
2. Camila Kataguiri, 26 anos 2 /12(Divulgação)
Cidade natal: São Paulo (SP) Curso em Harvard: MBA na Harvard Business School Qual foi a maior dificuldade do processo seletivo? “Não basta ter um histórico acadêmico brilhante ou uma nota excepcional no teste de admissão; você precisa ter atividades extracurriculares, acumular experiências desafiadoras e mostrar espírito de liderança”, explica Camila. “Encontrar tudo isso com apenas 26 anos foi o meu grande desafio”. O que mais contribuiu para sua aprovação? Aluna de “notas normais” na faculdade, Camila diz que seu grande diferencial foram as atividades extracurriculares. “Sempre fui muito esportista, cheguei a praticar 8 modalidades ao mesmo tempo e fui capitã de alguns times”, conta. Além disso, ela diz que suas experiências profissionais no Deutsche Bank e na Janos Holding fizeram brilhar os olhos dos avaliadores.
3. Rafael Andrade, 28 anos 3 /12(Divulgação)
Cidade natal: Limeira (SP) Curso em Harvard: Master of Laws (LLM) na Harvard Law School. Qual foi a maior dificuldade do processo seletivo? O maior obstáculo foi a falta de tempo para a preparação. “Estava trabalhando a todo vapor quando decidi me candidatar", diz Rafael. "Só tinha tempo para estudar de madrugada ou no fim de semana”. O que mais contribuiu para sua aprovação? Reunir características raras em outros candidatos foi o trunfo de Rafael. “Harvard gosta de montar turmas diversas, então é bom ter algo de único no seu perfil”, explica. "No meu caso, contou muito minha pesquisa acadêmica sobre fusões e aquisições, uma área pouco desenvolvida pelos meus concorrentes".
4. João Guarisse, 27 anos 4 /12(Divulgação)
Cidade natal: Porto Alegre (RS) Curso em Harvard: MBA na Harvard Business School Qual foi a maior dificuldade do processo seletivo? “Meu maior desafio foi parar para pensar nos meus pontos fortes, objetivos de vida, exemplos de liderança", conta João. “Não estamos acostumados a processos seletivos assim nas faculdades do Brasil”. O que mais contribuiu para sua aprovação? Contar uma história pessoal coerente e autêntica é o segredo para cativar Harvard, afirma João. “Eu mencionei que era nerd e gostava de videogame, por exemplo, o que soou genuíno, provou que eu não estava interpretando um personagem”, diz ele. Experiências de liderança e participação em projetos internacionais também contaram pontos a favor do estudante.
5. Arthur Lopes, 18 anos 5 /12(Divulgação)
Cidade natal: Curitiba (PR) Curso em Harvard: Graduação (curso só será escolhido após o 3º semestre) Qual foi a maior dificuldade do processo seletivo? O processo é extremamente diferente do vestibular. A parte mais difícil foi o ensaio pessoal, um texto de até 650 palavras com tema livre. "Além da dificuldade de escolher um assunto, reescrevi tudo seis vezes até ficar satisfeito", conta o estudante. O que mais contribuiu para sua aprovação? Arthur tem uma história de vida singular: foi morar sozinho aos 14 anos, no Reino Unido, para cursar o ensino médio. “A escolha de sair de casa tão cedo para estudar a 10 mil quilômetros de distância foi completamente minha, meus pais nunca me forçaram a nada”, diz ele. “É essa individualidade de pensamento, associada com excelência acadêmica e dedicação a projetos pessoais, que universidades como Harvard querem”.
6. Cecília Pessanha, 26 anos 6 /12(Divulgação)
Cidade natal: Rio de Janeiro (RJ) Curso em Harvard: mestrado em políticas públicas na Harvard Kennedy School of Government. Qual foi a maior dificuldade do processo seletivo? Os ensaios foram a parte mais difícil do processo. Para Cecília, conseguir descrever toda a sua história e seus objetivos profissionais de forma clara e sucinta foi um exercício e tanto de introspecção. "Além disso, muitas vezes é difícil soar autêntica em uma folha de papel”, afirma. O que mais contribuiu para sua aprovação? Provar que estava alinhada com a missão da escola foi fundamental. A estudante também acredita que se diferenciou da concorrência porque conseguiu mostrar como poderia contribuir para a comunidade caso fosse aprovada.
7. Vitor Moutinho, 33 anos 7 /12(Divulgação)
Cidade natal: Belém (PA) Curso em Harvard: Mestrado em epidemiologia do câncer na Harvard School of Public Health. Qual foi a maior dificuldade do processo seletivo? A falta de tempo para se preparar foi o maior empecilho para Vitor. “Eu fazia especialização, então minha rotina era atender pacientes e fazer cirurgias de dia e estudar à noite”, conta. “Sei que é difícil comparar, mas entendo quando as mães se falam sobre dupla jornada”. O que mais contribuiu para sua aprovação? O apoio de amigos brasileiros e as bolsas de estudo da Fundação Lemann são os fatores lembrados pelo médico. Ele também diz acreditar em “sonhos impossíveis”. “O povo brasileiro é extremamente talentoso e inteligente, precisa colocar em prática seus planos”, diz Vitor.
8. Erick Ribeiro, 31 anos 8 /12(Divulgação)
Cidade natal: Niterói (RJ) Curso em Harvard: Master of Laws (LLM) na Harvard Law School. Qual foi a maior dificuldade do processo seletivo? “O maior desafio foi atravessar todo o processo um pouco 'no escuro', já que não existe nenhum guia explicando o que cada universidade gostaria de ouvir”, explica. “Aprendi que o importante é ser autêntico”. O que mais contribuiu para sua aprovação? "Acho que a minha experiência profissional contou muito para os avaliadores”, explica Erick. “Tive muito contato com a prática do setor público, que será justamente o foco dos meus estudos em Harvard".
9. Maria Júlia Spínola, 25 anos 9 /12(Divulgação)
Cidade natal: São Paulo (SP) Curso em Harvard: MBA na Harvard Business School Qual foi a maior dificuldade do processo seletivo? O principal desafio foi se preparar para o GMAT (Graduate Management Admission Test), um dos exames aplicados por Harvard. “Eu queria tirar uma nota alta, mas estava trabalhando num banco de investimentos na época’”, conta. “Conciliar o trabalho com os estudos foi extremamente difícil”. O que mais contribuiu para sua aprovação? Maria Júlia diz que sempre foi muito dedicada ao trabalho e aos estudos. “Além da minha experiência profissional, minhas notas altas na faculdade e o fato de ter me formado com honra ajudaram muito”, explica.
10. Fernanda Muzzio Almirão, 29 anos 10 /12(Divulgação)
Cidade natal: São José dos Campos (SP) Curso em Harvard: MBA na Harvard Business School Qual foi a maior dificuldade do processo seletivo? A etapa das provas foi a mais estressante para Fernanda. “ Apesar da preparação, eu não consegui melhorar significativamente minha nota do GMAT (Graduate Management Admission Test) e refiz a prova algumas vezes, o que me consumiu muito tempo”, lembra. O que mais contribuiu para sua aprovação? Fernanda acredita que seu diferencial foi a experiência com gestão de pessoas. “Antes do MBA, trabalhei por cinco anos gerenciando equipes direta ou indiretamente”, explica. Ela também menciona o apoio de seus empregadores, fundamental para conseguir conciliar a rotina de trabalho na empresa com o processo seletivo.
11. Arthur Aguillar, 23 anos 11 /12(Divulgação)
Cidade natal: São Paulo (SP) Curso em Harvard: MPA/ID na Harvard Kennedy School of Government. Qual foi a maior dificuldade do processo seletivo? O primeiro desafio foi montar uma estratégia para a sua candidatura, isto é, o que dizer nas redações, quais aspectos da sua história pessoal destacar, quais disciplinas mais estudar para os exames. “Outro grande desafio foi ter paciência com a burocracia do processo”, comenta. O que mais contribuiu para sua aprovação? Para Arthur, foi fundamental ter participado projetos de desenvolvimento econômico em diversas instituições internacionais. “Trabalhei com instituições como a London School of Economics e me envolvi com projetos no Brasil e em Moçambique”, conta. Ele também menciona o apoio de chefes e professores, que serviram como "fiadores" de sua candidatura nas cartas de recomendação.
12. Veja agora o preço do MBA nas escolas mais difíceis de entrar dos EUA 12 /12(Thinkstock)