Inglês (TongRo Images/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2017 às 12h45.
Última atualização em 27 de setembro de 2017 às 12h45.
Se você manja muito de inglês, pode ter a sensação de que já é bilingue. Mas será que você realmente domina o idioma de Shakespeare em pé de igualdade com o português, ou só é um aluno de nível avançado?
Segundo especialistas em linguística, você é bilíngue se, além de fluente em uma segunda língua, responder “sim” a estas 5 perguntas:
Em entrevista ao El País, o linguista Youssef Rochdi explica que, quando você elabora sonhos em outra língua, é porque sua mente já é capaz de acessar todo o conteúdo assimilado daquele idioma de forma inconsciente. Esse é um sinal típico de bilinguismo.
Jon Andoni Duñabetia, pesquisador do Basque Center of Cognition, Brain and Language, cita ao El País a “diglossia emocional”, ou a diferença entre a carga emocional do contexto familiar (em que geralmente aprendemos a língua materna) e a carga emocional do contexto escolar/laboral (em que geralmente aprendemos uma segunda língua).
Está provado que, em linhas gerais, o contexto familiar e a língua materna carregam uma carga emocional maior do que o contexto escolar/laboral. Então, se você consegue expressar suas emoções na segunda língua como expressaria na língua materna, é possível que seja bilíngue.
A resposta mais superficial seria: “Claro que sim, meus valores não mudam quando me expresso em outra língua!”. Mas o pesquisador Albert Costa diz ao "El País" que tendemos a tomar decisões mais influenciados pela razão do que pela emoção em uma segunda língua.
Ou seja, é possível que dilemas morais tenham respostas com viés diferente, racional ou emocional, dependendo do idioma usado. Se você responde a problemas éticos igualmente, tanto em inglês quanto em português, é possível que tenha atingido o bilinguismo.
De acordo com Rochdi, um bilíngue seria capaz de fazer isso. Já Duñabetia diz que costumamos nos sentir menos ofendidos com um insulto se ele tiver sido falado em nossa segunda língua. Novamente, parece que somos mais racionais na segunda língua e mais emocionais na língua materna, de acordo com os pesquisadores.
Rochdi lembra que bilíngue não é aquele que domina gramática, vocabulário e pronúncia, mas aquele que compreende o aspecto cultural da língua, rindo das piadas “internas” do país ou contando algumas delas.
E então? Você é bilíngue, fluente ou continua no nível intermediário? As fontes usadas neste artigo foram o Basque Center on Cognition, Brain and Language (BCBL), Speech Production and Bilingualism (SPB) da Universitat Pompeu Fabra e o jornal El País Brasil.
Rosangela Souza é fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas e da ProfCerto. Também é professora de técnicas de comunicação, gestão de pessoas e estratégia no curso de Pós-Graduação ADM da Fundação Getúlio Vargas.