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5 formas de estragar um currículo (quase) perfeito

Quando o assunto é currículo, o diabo mora nos detalhes. Veja 5 erros sutis que comprometem até os CVs mais impecáveis

Currículo: pequenos esquecimentos podem comprometer até os CVs mais exemplares (Thinkstock/ adrian825)

Claudia Gasparini

Publicado em 25 de agosto de 2015 às 06h00.

São Paulo - Você não precisa cometer um erro primário para afastar recrutadores do seu currículo : muitas vezes, o problema está nos detalhes.

Segundo Ricardo Karpat, diretor da consultoria Gábor RH, não é raro encontrar CVs aparentemente perfeitos que pecam em algum ponto pequeno, porém crucial.

“Já recebemos currículos maravilhosos em que faltavam ‘apenas’ o e-mail e o telefone do candidato, por exemplo”, conta Karpat. “Sem isso, sequer pudemos entrar em contato com ele”.

É longa a lista de detalhes que arruinam as suas chances de sucesso . Confira abaixo os mais mencionados pelos recrutadores:

1. Não reler o que você escreveu
Dois erros de digitação no currículo são o bastante para desclassificar um candidato nos Estados Unidos, mostra uma pesquisa recente da Robert Half.

No Brasil, não é muito diferente. O que decepciona o recrutador, explica Karpat, é perceber que o candidato não se deu ao trabalho de revisar o próprio CV.

Quando há erros de português ou mesmo de inglês, por menores que sejam, o efeito também pode ser devastador.

2. Exagerar na forma
O seu currículo pode até ter um conteúdo impecável - mas o recrutador engolirá em seco se ele tiver um design extravagante.

Excesso de cores, imagens desnecessárias e fontes inadequadas são alguns dos problemas visuais lembrados por Felippe Virardi, gerente da Talenses.

Ao menos para carreiras executivas, observa ele, essas características podem transmitir falta de foco e até frivolidade.

3. Omitir informações essenciais
Pequenos esquecimentos também podem comprometer CVs exemplares. A ausência da seção "objetivo profissional" é uma das omissões mais comuns.

“Muita gente não se lembra de mencionar o cargo e a área de atuação pretendidos”, afirma Cristina Fortes, consultora de carreira da LHH. “A impressão que fica é a de que o candidato espera que o recrutador decida onde ele se encaixaria melhor”.

Não mencionar os resultados que você trouxe em cada emprego ou deixar de citar alguma passagem profissional também são lacunas a evitar.

4. Praticar o autoelogio
Acontece nos melhores currículos, diz Karpat. “Às vezes o candidato parece muito promissor, até começar a usar adjetivos positivos sobre si mesmo ou descrições exageradas de seus resultados”, afirma.

A falta de modéstia azeda o humor do recrutador - mesmo que apareça poucas vezes no CV.

Segundo Virardi, o problema está na subjetividade da avaliação: ou você apresenta dados concretos sobre o seu desempenho, ou parecerá amador e pretensioso.

5. Queimar etapas
Os recrutadores também se decepcionam com currículos que revelam, nos detalhes, uma certa impaciência para conquistar a vaga.

Cristina menciona o caso de candidatos que incluem pretensão salarial, referências e cartas de recomendação no documento.

"São passos que precisam ocorrer no devido tempo, geralmente durante as entrevistas", explica a consultora. Ainda que de forma sutil, a presença desses elementos pode ser vista como sinal de ansiedade e desconhecimento do processo.

São Paulo - Design , ensinava Steve Jobs, não é aparência de uma coisa; é como ela funciona. Currículos não são iPhones, mas nem por isso escapam à máxima do gênio da Apple: seu papel diante de um recrutador depende fortemente de seu visual. Você é um profissional sóbrio ou irreverente? Moderno ou tradicionalista? A estética do seu CV contribuirá muito para essa resposta. Segundo o designer Gustavo Pizzo, as fontes usadas no texto são uma parte importante da mensagem não-verbal contida no documento. A escolha deve ser "calibrada" de acordo com o cargo ou a área pretendida pelo candidato. Também há uma questão importante atrelada à legibilidade do texto. "Algumas fontes são fáceis de enxergar na tela do computador, outras ficam melhor no papel impresso", comenta Pizzo. Da clássica Arial à execrada Comic Sans, reunimos 10 exemplos de fontes populares e suas respectivas peculiaridades para o contexto dos currículos. Clique nas fotos para vê-las.
  • 2. 1. Arial

    2 /12(EXAME.com)

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    A Arial é uma cópia aproximada da Helvetica, uma fonte idolatrada pelos designers e presente em muitas mídias do dia a dia - até nas placas do metrô de São Paulo.  Tradicional, sóbria e fácil de ler, ela tem uma desvantagem importante, segundo Pizzo. "É básica demais, saturada", explica. "É uma fonte adequada, correta, mas não diferencia nenhum candidato". Além disso, em textos longos, a fonte pode se tornar cansativa. Uma saída para isso, diz o designer, é aumentar um pouco o espaçamento entre as linhas.
  • 3. 2. Calibri

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  • Criada para acompanhar a chegada de monitores de computador mais modernos, a fonte tem visibilidade ótima em telas de LED e LCD. "A Calibri é ótima para currículos em formato digital, especialmente para textos corridos", afirma Pizzo. "Também tem a vantagem de ser sóbria, mas não tão saturada e quadrada quanto a Arial, por exemplo".
  • 4. 3. Times New Roman

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    Criada nos anos 1930 para o jornal britânico "The Times", a fonte tem uma estética associada ao mundo dos jornais impressos. "Ela é ótima para currículos impressos, com letra pequena, mas tem uma legibilidade péssima para o meio digital", diz Pizzo. Se a sua intenção é mandar o arquivo para o recrutador pela internet, portanto, é melhor desistir da fonte. Como a Arial, a Times é vítima de sua própria popularidade: ninguém mais aguenta vê-la. Mas há alternativas menos saturadas, como a Cambria, a próxima fonte desta lista.
  • 5. 4. Cambria

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    Da mesma forma como a Calibri é uma boa substituta para a Arial, a Cambria pode ser uma alternativa interessante à Times New Roman. Isso porque, além de funcionar bem no papel impresso, ela também proporciona uma boa leitura em telas de computador. Como é menos usada, ela também conta pontos em originalidade. "Ela tem a sobriedade da Times, sem ser tão cansativa", explica Pizzo.
  • 6. 5. Comic Sans

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    Motivo de ódio e chacota, a Comic Sans foi criada para o mundo dos quadrinhos. Mas seu uso acabou escapando aos gibis: de cardápios de restaurante a comunicados no elevador do prédio, a fonte é usada em todos os possíveis contextos. "Os designers têm pavor dela, e ficou engraçado dizer como ela é horrível pelo uso inadequado que acabou adquirindo ao longo do tempo", explica Gustavo. Para currículos, a negativa do designer é enfática. "A mensagem é brincalhona, infantil", diz. "Até se você fosse um palhaço profissional, existiriam outras fontes mais interessantes para o seu currículo".
  • 7. 6. Impact

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    Criada nos anos 1960, a Impact adquiriu um status cultural imprevisto a partir dos anos 2000: virou a fonte oficial dos memes de internet. A associação com as imagens engraçadinhas das redes sociais é motivo mais que suficiente para ela passar longe dos currículos, diz Pizzo. "Ela traz inevitavelmente um tom cômico, irônico, nada profissional", explica.
  • 8. 7. Monotype Corsiva

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    Inspirada na letra cursiva, a fonte fica bem em materiais impressos - e só. Segundo Gustavo, ela não deve ser usada de forma alguma em currículos digitais.  Além de ser difícil de ler em telas, a Monotype Corsiva tem outra particularidade que pode comprometer seu uso: sua aparência elaborada, quase kitsch, tem tudo a ver com convites de casamento e formaturas. "No máximo, pode ser usada por profissionais mais tradicionais em títulos e assinaturas", diz o designer. Mesmo nesses casos, é importante usá-la com parcimônia.
  • 9. 8. Courier New

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    A fonte é outro "patinho feio" entre os designers. Pelo seu ar antiquado, típico dos textos de máquinas de escrever, ela é pesada, grosseira e cansativa para a leitura, na visão de Gustavo. A Courier New também traz uma associação com o mundo da informática, por ser tipicamente usada em código de programação de computadores. "É um visual que pode causar estranhamento no contexto de um currículo", afirma o designer.
  • 10. 9. Book Antiqua

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    O nome da fonte não deixa dúvidas: ela pertence ao universo dos livros. Graças ao seu estilo clássico, ela pode ser uma boa opção para profissionais de áreas tradicionais, como Direito. Apesar disso, a Book Antiqua tem algumas limitações. "Ela fica bem melhor no papel, já que foi projetada para uma mídia impressa", explica Pizzo. Para aumentar a legibilidade na tela, você pode aumentar ligeiramente o tamanho das letras e o espaçamento entre as linhas.
  • 11. 10. Garamond

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    Como a Book Antiqua, a fonte deve suas origens à impressão dos livros. Sua ancestral mais remota, projetada pelo francês Claude Garamond, apareceu numa obra publicada no ano de 1530. A fonte dá um ar sério e tradicionalista a currículos, com a vantagem de ter uma legibilidade melhor em telas de computador do que a Book Antiqua. "A Garamond é sóbria, elegante e muito usada por designers", diz Pizzo. "Ela está saturada no mundo dos livros, mas em outros contextos pode ser uma ótima opção".
  • 12. Por falar em currículo...

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