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4 mitos sobre o estudo do inglês que você precisa esquecer

Rosangela Souza, fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas, traz algumas falsas noções sobre o estudo do idioma que é melhor superar

botao-delete (Thinkstock/Ravindra Joisa)

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Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2016 às 09h42.

* Escrito por Rosangela Souza, fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas e da ProfCerto

Segundo a Pearson, há no mundo aproximadamente dois bilhões de pessoas que estão aprendendo ou querem aprender inglês. Com tanta gente buscando se apropriar do idioma, é natural que surjam alguns mitos em torno do processo.

Um relatório da Pearson se dedica a esclarecer alguns desses mal-entendidos. É claro que, num estudo com dados mundiais, tudo deve ser colocado em perspectiva, considerando e relativizando com o ambiente, o país, os alunos, a cultura etc. Mas o assunto tem importância incontestável.

Confira a seguir 4 mentiras que é melhor esquecer:

1. "Todo o aprendizado do inglês atualmente depende da tecnologia"
A tecnologia é um apoio fundamental para o aprendizado, mas há uma diferença entre usá-la para facilitar o ensino e acreditar que ela por si só gerará o aprendizado. Ele só ocorre “quando o aluno está interessado e presta atenção”, diz a PhD Katharine Nielson. Para isso acontecer, não é necessário tecnologia.

Contudo, é inegável que atualmente os avanços técnicos proporcionam amplo acesso a conteúdos, atraindo o interesse e a atenção de grande parte dos estudantes da língua. Mas, assim como se matricular na academia não gera resultados, ter acesso a conteúdos graças à tecnologia também não contribui necessariamente para o seu aprendizado – a não ser que você tenha interesse, atenção e regularidade no contato com o idioma.

2. "Em pouco tempo, os professores de idiomas não serão mais necessários"
É verdade que algumas pessoas estão aprendendo idiomas de graça, com conteúdos e interações pela internet, sem professor. Mas também há centenas delas que não conseguem manter o interesse, a atenção e a regularidade de estudo. Elas ainda precisam de um professor, de avaliações constantes, notas, uma certa pressão para estudarem.

Muitos alunos também não sabem escolher conteúdo de qualidade na internet e se perdem em meio a tanta oferta. O professor atua nesses casos como uma espécie de líder que motiva o estudo e a prática, mas também como curador de conteúdo. Isso sem contar que, para ter um inglês fluente e com bom nível, precisamos interagir com pessoas com frequência e ter nossos erros corrigidos. Então, a afirmação é verdadeira apenas se as pessoas encontrarem, em pouco tempo, qualidade, prática, motivação e interação autêntica.


3. "Gramática é o assunto mais importante do estudo de uma língua"

Podemos até aprender partes do que compõe um idioma, ao estudar a gramática. Mas só conseguimos nos comunicar (falar e compreender) quando praticamos a língua através da leitura, da escrita e da fala, diz Chris Brumfit. Algumas escolas sistematizam o ensino pela gramática da língua (simple present, simple past, present perfect); mas poderiam fazer o mesmo através de funções (como cumprimentar, como negociar, como descrever uma cidade), ou situações (no restaurante, no posto de gasolina, em casa, no trabalho).

O importante é que o aluno descubra que tipo de método, foco ou ambientação é mais motivador para ele, e como ele vai praticar para dominar todas as habilidades da comunicação: fala, compreensão, escrita e leitura.


4. "Em breve será inútil aprender idiomas, graças aos apps e softwares de tradução simultânea"

Não é bem assim. Já são bem populares o Google Translate (o app que tem mais idiomas) , o Lexifone (ótimo para conversas ao telefone, em duas línguas diferentes), o Jibbigo Translator (tradutor vocal bom para viagens) , o Verbalizeit (útil para termos técnicos) . Alguns deles já são capazes de interpretar nuances da língua. Mas eles não dão conta de todas as necessidades.

Numa situação de comunicação mais complexa, como uma reunião de negócios, a precisão no uso de estruturas, vocabulário e pronúncia são determinantes para o sucesso daquela interação, com agilidade e sem mal entendidos. Isso as máquinas ainda não conseguem fazer. É claro que elas estão “aprendendo” todos os dias e pode ser que a tecnologia caminhe rapidamente nessa direção. Ou, pode ser que você se arrependa por não ter estudado língua e dependa dela para sobreviver em um mercado que se torna cada vez competitivo. Por via das dúvidas, é melhor usar a tecnologia disponível hoje para aprender.

Rosangela Souza é fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas e da ProfCerto. Também é professora de técnicas de comunicação, gestão de pessoas e estratégia no curso de Pós-Graduação ADM da Fundação Getulio Vargas. 
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