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Vale a pena abandonar o uso de máscaras com 3ª onda chegando ao fim?

Neste domingo, a média móvel de novos casos ficou em 40.130 por dia, índice 60% inferior ao registrado há duas semanas

Rua 25 de Março, na capital paulista: depois de ser fortemente afetado no auge da pandemia, o comércio na cidade registra 7.000 novos postos de trabalho em 2021 (Eduardo Frazão/Exame)
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Bússola

Publicado em 7 de março de 2022 às 15h08.

Última atualização em 7 de março de 2022 às 15h49.

Por Marcelo Tokarski*

A pandemia segue em forte desaceleração no Brasil. Com isso, a discussão não é mais até quando irá a terceira onda, mas sim, como será nossa vida daqui para a frente. E a primeira discussão que começa a se impor com mais força em várias cidades do país é a obrigatoriedade do uso de máscaras. Até quando deveremos continuar usando esse equipamento que já virou rotina para a esmagadora maioria dos brasileiros?

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Muitas prefeituras e governos estaduais começaram a liberar as pessoas para não utilizarem mais máscaras em locais abertos. A cidade do Rio de Janeiro, onde o uso do equipamento de segurança já não é mais obrigatório nas ruas, foi além e já estuda abolir a exigência inclusive em espaços fechados.

A decisão tem causado polêmica entre os especialistas. É fato que as chances de se contaminar ao ar livre são muito baixas. Estudos mostram que menos de 1% das contaminações se deram nessas circunstâncias. Mas espaços abertos com aglomeração, como jogos de futebol ou shows, por exemplo, aumentam sensivelmente o risco de contaminação. Além disso, pessoas com comorbidades certamente estarão mais seguras utilizando as máscaras mesmo em locais abertos.

Já nos espaços fechados, a obrigatoriedade deveria ser mantida, pelo menos por enquanto. Nesses locais, o vírus expelido por alguém contaminado permanece por até 2 horas no ar, o que aumenta e muito a chance de contaminação. O risco é ainda maior em espaços com grande concentração de pessoas e locais em que os presentes aumentem a frequência respiratória, como é o caso das academias.

Por tudo isso, independentemente de serem ou não obrigatórias em locais fechados, utilizar as máscaras de maneira correta continua sendo uma forma relevante de se aumentar o grau de proteção contra a covid-19. Pessoas vacinadas e que usem o equipamento em locais com maior exposição, sejam espaços abertos com grande concentração de pessoas, seja espaços fechados, certamente terão menos chance de se contaminar.

E, convenhamos, não é um sacrifício tão grande assim usar a máscara nessas situações. Ruim mesmo era não poder sair de casa, frequentar locais de lazer, não ver os amigos. Se dentre a herança que a pandemia nos deixar o uso de máscaras em algumas circunstâncias for uma delas, não será nada demais.

Contágio cada vez menor

Enquanto as cidades discutem a necessidade de manter o uso de máscaras, os números da pandemia no Brasil seguem indicando que a terceira onda está mesmo se encaminhando para o fim, como vem sendo dito neste espaço há duas semanas. Neste domingo, a média móvel de novos casos ficou em 40.130 por dia, índice 60% inferior ao registrado há duas semanas. Desde 3 de fevereiro, quando a média atingiu o patamar recorde de 189.526 casos novos por dia, a queda é de 79%.

O número de mortes também acompanha essa forte desaceleração. A média móvel atingiu agora 430 óbitos diários, queda de 48% na comparação com duas semanas atrás. Mantida essa tendência de desaceleração — e não há nada no radar que indique o contrário —, em no máximo duas semanas poderemos dizer que saímos da terceira onda da pandemia. Com grandes chances de que ela tenha sido a última.

*Marcelo Tokarski é sócio-diretor do Instituto FSB Pesquisa e da FSB Inteligência

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a EXAME. O texto não reflete necessariamente a opinião da EXAME.

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