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Retorno sobre investimento deve estar na pauta da inovação

Muitas organizações públicas e privadas entendem que a agenda da inovação se resume na geração de parcerias com startups, mas vai muito além disso

É preciso ter boas iniciativas, mas também é importante ter profundidade de pesquisa e desenvolvimento, gestão e alinhamento com a transformação digital. (patpitchaya/Getty Images)

É preciso ter boas iniciativas, mas também é importante ter profundidade de pesquisa e desenvolvimento, gestão e alinhamento com a transformação digital. (patpitchaya/Getty Images)

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Publicado em 21 de fevereiro de 2022 às 17h43.

Por Hugo Tadeu*

Muitas organizações públicas e privadas entendem que a agenda da inovação se resume na geração de parcerias com startups. Virou moda ter um ambiente leve, compartilhando ideias, projetos e iniciativas transformadoras. Além disso, estruturar grupos de trabalho multidisciplinares e com entregas rápidas também tem sido foco. Vale destacar que é preciso sim ter boas iniciativas com parceiros de mercado, mas a agenda da inovação vai além, compreendendo bem a profundidade da boa e velha pesquisa e desenvolvimento, gestão da inovação e alinhamento com a transformação digital, por exemplo.

Além destas iniciativas, muitos fundos de investimentos têm sido estruturados por grandes empresas, buscando aprender com empresas nascentes sobre as novas tecnologias de mercado, bem como adotando participação acionária e até mesmo fazendo as tradicionais fusões e aquisições. No entanto, os dados de pesquisas do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC indicam que existe uma dificuldade não imaginada em concretizar resultados com estes fundos.

Se por um lado, as organizações ainda demandam um melhor entendimento sobre o que realmente seria fazer parcerias, isto é, adotar corretamente as técnicas da inovação aberta, sugere-se também conhecer os riscos para alocar recursos para inovar.

Conforme o relatório executivo “Práticas do Corporate Venture Capital no Brasil”, produzido pela FDC e publicado no início deste ano, os desafios são os mais variados, desde o entendimento estratégico da inovação, passando pelo conhecimento das práticas de fundos de investimentos e a maturidade do mercado de startups brasileiro.

Não se iluda! Apesar de tantos casos de sucesso, empresas abrindo capital na Bolsa de Valores e recebendo aportes de capital consideráveis, muito ainda tem que ser desenvolvido no ecossistema de startups em solo nacional. Em grande parte, tem-se um número grande de empreendedores com ótimas ideias, mas sem conseguir concretizá-las em propostas comerciais, clientes e resultado financeiro. Isto mesmo! Quaisquer startups, sendo reconhecidas como um negócio, devem trazer retorno sobre o investimento.

Percebe-se um número crescente de investidores preocupados com o desenvolvimento do nosso mercado da inovação e procurando alocar recursos financeiros em empresas sólidas, por consequência, com boa governança e métricas de acompanhamento da sua gestão.

O maior desafio seria educar os empreendedores brasileiros, trazendo dados, metodologias adequadas e evidências concretas de outros países, destacando que boas apresentações devem virar projetos sólidos e gerar riqueza. Como diz uma frase muito conhecida entre economistas “não existe almoço de graça”, muito menos para inovadores.

*Hugo Tadeu é diretor do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC e Senior Advisor da Deloitte

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