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Receita de clubes brasileiros cresce e chega a R$ 8,1 bilhões no último ano

Levantamento da EY aponta 156% de crescimento da receita total de 2013 a 2022

Números vêm do levantamento anual da EY (Paula Reis / Flamengo/Divulgação)

Números vêm do levantamento anual da EY (Paula Reis / Flamengo/Divulgação)

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Publicado em 24 de maio de 2023 às 15h44.

Última atualização em 24 de maio de 2023 às 15h53.

Trinta dos 40 times que disputaram as Séries A e B do Campeonato Brasileiro em 2022 registraram um crescimento consolidado de 156% na receita total nos últimos dez anos, chegando a R$ 8,1 bilhões só no último ano. Os números fazem parte do levantamento anual realizado pela EY, uma das maiores empresas de consultoria e auditoria do mundo, que analisa a saúde financeira dos clubes brasileiros e acaba de divulgar o material com base na análise do cenário econômico e o desempenho financeiro dos clubes brasileiros no ano de 2022. Para esse material, Chapecoense, CRB, CSA, Ituano, Juventude, Londrina, Náutico, Novorizontino, Sampaio Corrêa e Tombense não foram incluídos, pois os clubes, até o momento desse levantamento, não haviam publicado suas demonstrações financeiras.

Todas as receitas se mantiveram no mesmo patamar em termos proporcionais, de 2021 para 2022, com exceção de Direitos de Transmissão e Premiação e matchday, que apresentaram mudanças. “Essa diferença aconteceu, principalmente, por conta da contabilização, em 2021, de Direitos de Transmissão e Premiação dos campeonatos de 2020, que se encerraram no ano seguinte, por conta da paralisação decorrente da pandemia”, afirma Pedro Daniel, diretor-executivo de esporte da EY. “Houve aumento das receitas de matchday dos clubes brasileiros em 2022. Essa fonte de renda foi contabilizada normalmente, decorrente do retorno dos públicos aos estádios, e retornou ao patamar de anos anteriores”, diz.

Como estão as receitas dos clubes brasileiros?

Olhando para as receitas com direitos de transmissão e premiação por clube, Flamengo e Palmeiras representaram 25% do total arrecadado pelos clubes e 47% das receitas estão concentradas em cinco clubes: Flamengo, Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Grêmio. “Esses resultados foram impulsionados pelas conquistas esportivas dos últimos anos, no período de 2018 a 2022. Vale ressaltar que o Flamengo tem 14% de receitas com direito de transmissão e premiações, maiores que o Grêmio e Internacional juntos, enquanto o Corinthians, com 9%, possui mais receitas com direitos de transmissão que Bahia, Fortaleza e Ceará somados”, declara o executivo.

Já quando o levantamento aponta a questão do endividamento, a EY analisa três aspectos: endividamento líquido, empréstimos e tributário. “No geral, todas as rubricas de endividamento apresentaram crescimento em 2022”, afirma o executivo. As Dívidas Tributárias aumentaram em 8%, os empréstimos em 19% e o endividamento teve alta de 9%, em relação ao ano anterior. O Endividamento Líquido apresentou um aumento de R$ 333 milhões, se comparado ao resultado de 2020, que até então tinha sido o maior nos últimos dez anos, e de R$ 900 milhões em relação ao ano de 2021, que havia tido uma queda. “Tanto as dívidas tributárias quanto os empréstimos apresentaram crescimento constante nos últimos cinco anos, com aumento de R$ 791 milhões e mais de R$ 1,2 bilhão, respectivamente, comparado ao valor de 2018.”

No que se refere aos indicadores de endividamento por receita total, metade dos clubes analisados apresentou índices abaixo de 1. Dentre os dez primeiros colocados, apenas três clubes participaram da série A em 2022: Botafogo, Atlético-MG e Fluminense, respectivamente. Já na série B, três clubes apresentaram índice abaixo de 1, sendo eles: Criciúma, Brusque e Operário-PR.

“O maior índice ficou com o Guarani, que apresentou o número de 8,49. Ou seja, o endividamento líquido do clube em 2022 foi oito vezes superior ao faturamento realizado. O Botafogo é o segundo clube com maior índice, apresentando endividamento 6,38 vezes maior que o seu faturamento, de R$163 milhões. Esses dois clubes juntamente com o Cruzeiro foram os únicos a apresentarem índice acima de 6”, diz Daniel.

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