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Radiografia do ESG no Brasil mostra o tamanho do tsunami

Estudo inédito revela o salto que teve a discussão da sigla no país e o que as empresas estão fazendo nas frentes ambiental, social e de governança

Quem fala sobre ESG nas redes ainda é a imprensa e há espaço a ser ocupado pelas marcas (Natnan Srisuwan/Getty Images)

Quem fala sobre ESG nas redes ainda é a imprensa e há espaço a ser ocupado pelas marcas (Natnan Srisuwan/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2021 às 19h23.

Última atualização em 4 de junho de 2021 às 18h04.

Por Renato Krausz

A discussão sobre ESG nas redes sociais no ano passado, no Brasil, foi quase sete vezes maior que em 2019. O número de citações pulou de 3,4 mil para mais de 22 mil. A descoberta está em estudo lançado na semana passada pela Rede Brasil do Pacto Global da ONU (PGNU) e pela plataforma de monitoramento digital Stilingue.

Além do mergulho nas redes, foram enviados questionários a empresas integrantes do pacto no país, e ao todo 308 deles voltaram preenchidos, revelando muita coisa. Por exemplo, que tipo de diversidade está obtendo mais atenção das companhias – é a de gênero, bem à frente da racial e da LGBTQIA+.

Mas vamos antes tratar brevemente do cenário digital. Quem fala sobre ESG nas redes ainda é predominantemente a imprensa. Ou seja, há um espaço a ser ocupado pelas marcas. Poucas delas conseguiram se apropriar de mensagens capazes de engajar seus públicos online.

Entre os dez que mais falam de ESG, seis são veículos de imprensa. Em primeiro lugar está a Exame, seguida do InfoMoney (em 3º) e da Folha (em 5º). Depois aparecem Estadão (7º), Forbes (9º) e Valor (10º). O segundo lugar no ranking geral é ocupado pelo Primo Rico. A única empresa que figura no top 10 é a Empiricus (em 4º).

Já a pesquisa com os participantes da Rede Brasil do PGNU mostrou que as cinco iniciativas mais identificadas atualmente nas empresas são:

1) criação de mecanismos de compliance e governança que inibam práticas desleais internamente (79%);

2) gestão de resíduos – reciclagem e reaproveitamento de insumos (76%);

3) criação de comitês e instâncias de governança que contribuam para integridade da organização (68%);

4) apoio emergencial à covid-19 (61%);

5) apoio às comunidades do entorno (60%).

Há um certo desalinhamento entre os anseios identificados no público das redes, que são sobretudo ambientais, e as aplicações práticas elaboradas pelas empresas, que estão mais focadas nos fatores sociais.

Entre os participantes da pesquisa, 72% disseram que já conheciam o termo ESG em 2020. Os que trabalham no agronegócio são os mais familiarizados com a sigla (87% deles já tinham ouvido falar desse negócio em 2020). Em segundo lugar, aparece o pessoal do setor financeiro (85%) e logo em seguida o povo da energia (71%). Já no setor de moda e beleza, 40% desconheciam o significado de ESG no ano passado.

Outro recorte mostra que 89% dos CEOs e presidentes de conselhos já conheciam o termo no ano passado. O percentual é menor entre proprietários e sócios das empresas: 77%.

Sabendo ou não do que se trata, 51% dos respondentes afirmaram que são estimulados com alta frequência a repensar e criar soluções que impactem positivamente nos três critérios ESG. Aqui podemos aplicar a teoria do copo meio cheio ou meio vazio, e fico em dúvida se classifico o número como uma boa notícia ou como, digamos, “uma notícia em processo de aprimoramento”. Seja lá como for, estudos como este do PGUN e do Stilingue são fundamentais para inspirar cada vez mais companhias e pessoas a fazer parte disso tudo

*Renato Krausz é sócio-Diretor da Loures Comunicação

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