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Qual o peso dos consumidores no avanço da agenda de sustentabilidade?

Os consumidores são partes necessárias e devem ser partes interessadas para mitigar os impactos globais no clima ao redor do planeta

Sem a participação dos consumidores não há avanço significativo na agenda ambiental do Brasil. (Leo Correa/Glow Media/AP)

Sem a participação dos consumidores não há avanço significativo na agenda ambiental do Brasil. (Leo Correa/Glow Media/AP)

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Publicado em 26 de novembro de 2021 às 17h00.

Por André Jácomo*

No mês de novembro, todos fomos (justamente) inundados com uma quantidade grande e importante de informações sobre o estado da arte do cenário da sustentabilidade e das mudanças climáticas no planeta Terra. E desse lado, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP 26, deixou um grande recado: os consumidores são partes necessárias e devem ser partes interessadas para mitigar os impactos globais no clima ao redor do planeta.

Uma pesquisa recente realizada pelo Instituto FSB Pesquisa para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) com mil empresários industriais de todo o país, com representatividade regional e por porte das empresas do setor, mostrou que, na visão dos empresários, a reputação junto à sociedade e consumidores é citada como o principal fator para as empresas investirem mais em ações voltadas para a sustentabilidade. Independentemente do porte da empresa, o lado do consumidor foi citado como o principal catalisador de investimentos em sustentabilidade no país.

Mas, de fato, a parcela dos consumidores que deixaram de escolher produtos e marcas usando a sustentabilidade como um critério de decisão ainda é baixa: outro estudo conduzido pelo Instituto FSB Pesquisa mostrou que apenas 26% dos consumidores brasileiros evitaram comprar produtos usando como corte critérios verdes.

Do lado das empresas, o estudo realizado para a CNI ainda mostra algumas assimetrias importantes: 38% das empresas grandes e médias do país não exigem certificações ambientais de seus fornecedores e também não são exigidas por clientes. Esse percentual alcança 54% nas pequenas empresas do país. A exigência mútua, ou seja, por clientes e também das empresas de seus fornecedores, é maior nas empresas grandes e médias (26%) do que nas empresas pequenas (14%).

A mesma pesquisa realizada para a CNI também mostra que a balança da percepção sobre benefícios ou riscos de implementação de ações de sustentabilidade pelas empresas é bastante equilibrada. A maior parte das empresas enxerga benefícios e riscos iguais na agenda de sustentabilidade (43% nas empresas médias e grandes e 47% nas empresas pequenas). Há sensíveis diferenças, no entanto, na percepção de mais oportunidades: 37% das empresas grandes e médias enxergam mais oportunidades do que riscos, enquanto que esse percentual chega a 29% nas empresas pequenas.

Ainda há muito que se avançar, mas o recado é claro: sem a participação dos consumidores, não há avanço significativo na agenda ambiental do país.

*André Jácomo é diretor do Instituto FSB Pesquisa

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.

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