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PLAY: No 9 de julho, procure um livro de Guilherme de Almeida, o poeta de 32

Feriado em homenagem à revolta contra Getúlio Vargas é oportunidade de conhecer um ícone da cultura paulista

Guilherme de Almeida é o poeta da Revolução de 32 (Creative Commons/Divulgação)

Guilherme de Almeida é o poeta da Revolução de 32 (Creative Commons/Divulgação)

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Publicado em 8 de julho de 2023 às 10h00.

Por Danilo Vicente*

Guilherme de Almeida, o “poeta da Revolução de 32”. Pouco conhecido hoje em dia, ícone paulista da Semana de Arte Moderna de 1922 e da cultura paulista nas décadas de 1920 a 1960. Este 9 de Julho, feriado em São Paulo para homenagear a revolta armada, é um bom momento para entender quem foi o poeta, jornalista, advogado e tradutor. Melhor ainda para comprar um de seus livros ou visitar o museu dedicado à sua obra.

Almeida desempenhou um papel proeminente nas esferas literária e política durante a Revolução Constitucionalista de 1932, que defendia uma Constituição nova para o Brasil e atacava o autoritarismo da Presidência de Getúlio Vargas. Esteve em combates como soldado raso na cidade de Cunha, atuou como político e jamais deixou de usar sua principal arma: a palavra.

Sua obra compreende cerca de 70 publicações, entre poesia, prosa, ensaio e tradução (de William Shakespeare e Edgard Allan Poe, especialmente), além do extenso trabalho jornalístico. Seu poema "Revolução Constitucionalista" virou um dos símbolos da revolta. Nele, o escritor exalta o espírito de luta e bravura do povo paulista, clamando por justiça e liberdade. Sua poesia capturou o sentimento coletivo da época e se tornou um hino de resistência.

A importância de Almeida vai além da Revolução. Antes, foi organizador da Semana de Arte Moderna e, em 1930, o primeiro modernista a entrar para a Academia Brasileira de Letras. É de sua autoria a letra da Canção do Expedicionário, com música de Spartaco Rossi, referente à participação dos soldados brasileiros na Segunda Guerra Mundial em 1939. É o autor da letra do Hino da Televisão Brasileira, executado na primeira transmissão televisiva no país, pela extinta Tupi, em 1950.

No local de sua morte, em 1969, a Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo mantém a Casa Guilherme de Almeida, no bairro do Pacaembu (visitação de terça a domingo, das 10h às 18h). O acervo tem uma coleção de gravuras, desenhos, esculturas e pinturas, em grande parte oferecidos ao poeta por artistas do modernismo brasileiro, como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Emiliano di Cavalcanti, Lasar Segall e Victor Brecheret. A ampla e diversificada biblioteca do escritor é outro atrativo, assim como a hemeroteca e o arquivo fotográfico.

Almeida é tão intrínseco à história de São Paulo que seus restos mortais estão guardados no Obelisco do Ibirapuera, aquele em homenagem aos “Heróis de 32”.  Poemas e frases dele estão distribuídos pelo local. Está aí a derradeira opção para transformar o feriado dominical em um dia dedicado ao “poeta da Revolução de 32”.

*Danilo Vicente é sócio-diretor da Loures Comunicação

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