PLAY: A doação que virou o maior complexo de museus do mundo
James Smithson deixou sua fortuna para os Estados Unidos, país que nunca havia visitado
Bússola
Publicado em 11 de setembro de 2021 às 16h00.
Por Danilo Vicente*
O maior complexo de museus e centros de pesquisa do planeta é resultado de filantropia — e de uma história para lá de pitoresca. História que pode servir de inspiração para milionários e bilionários.
A Smithsonian Institution reúne 19 museus, oito centros de pesquisa (alguns integrados aos museus) e até um zoológico, todos nos Estados Unidos, a maioria na capital Washington.
Esse conglomerado nasceu da doação de um inglês que, apesar de nômade, conhecedor de toda a Europa, jamais pisou em solo americano.
James Smithson, na verdade, nasceu na França, mas foi criado na Inglaterra, onde conseguiu cidadania. E morreu em 1829, aos 64 anos, na Itália. Ele deixou em testamento toda a sua fortuna, moedas de ouro que valiam US$ 500 mil (hoje equivalentes a cerca de US$ 200 milhões), para o sobrinho, Henry James Hungerford.
Porém, se o sobrinho morresse sem herdeiros, o patrimônio dos Smithson deveria ser doado ao governo dos Estados Unidos para a criação de um “estabelecimento para a expansão e difusão de conhecimento entre os homens, em Washington”. Eis que o sobrinho morreu em 1935... sem herdeiros.
Em 10 de agosto de 1846, o Senado dos Estados Unidos aprovou a lei organizando a Smithsonian Institution.
Não se sabe ao certo por que James Smithson deixou o dinheiro para os Estados Unidos. Mas a própria Smithsonian Institution especula três razões:
1) Como era filho de fora do casamento de seu pai, quis criar uma fama póstuma longe de sua história “ilegítima”;
2) Fã da democracia americana recém-criada, quis contribuir para a causa;
3) Os ingleses já tinham a Royal Institution, fundada 1799 com ideais semelhantes.
Deu certo. A Smithsonian, que aqui no Brasil é mais conhecida pelo canal de TV (parceria entre Showtime Networks, ViacomCBS e Smithsonian Institution), não para de crescer, apesar de já enorme. Ganhará dois novos museus, aprovados pelo Congresso americano em dezembro de 2020, dedicados aos latino-americanos e às mulheres. Um legado e tanto.
*Danilo Vicente é sócio-diretor da Loures Comunicação
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.
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