Presidente Jair Bolsonaro (EVARISTO SA/AFP/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2021 às 18h05.
E ao final a Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 foi lida em plenário no Senado e tornou-se um dado da realidade. A reunião do pleno do Supremo Tribunal Federal para decidir sobre o antes decidido monocraticamente acabou sendo quase protocolar.
Mas teve pelo menos uma função. Doravante os presidentes do Congresso Nacional estarão de mãos amarradas. Juntadas as assinaturas necessárias, instala-se automaticamente a comissão inquiridora. Ou seja, qualquer governo precisará doravante ter dois terços (mais um) de ultrafiéis na Câmara e no Senado.
Mas já era meio que assim.
A medição preliminar da correlação de forças na CPI da Covid-19 aponta o governo em desvantagem. Na teoria, o fiel da balança serão os senadores chamados de "independentes". Ocorre que na política, e especialmente no Legislativo, independência rima bem mais com oposição do que com situação.
A operação política do Planalto precisará funcionar muito bem para evitar que a CPI se transforme numa máquina de moer, num foco apenas de desgaste para o governo federal. Mesmo a inclusão das verbas a estados e municípios não é garantia de nada.
Porque é perfeitamente possível senadores e governadores articularem-se para colocar o foco no presidente e proteger o resto.
*Alon Feuerwerker é analista político da FSB Comunicação