Oposição e a mídia ficaram sem a foto da prisão do ex-assessor de Bolsonaro. (Jefferson Rudy/Agência Senado/Flickr)
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2021 às 20h04.
Por Márcio de Freitas*
O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz, salvou da prisão o ex-secretário Especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Fábio Wajngarten, que depôs nesta quarta.
Primeiro, Aziz suspendeu a sessão para que o relator Renan Calheiros não formalizasse o pedido. O senador deu tempo ao advogado do depoente atuar. Orientado, Wajngarten tentou fugir ao desfecho nada desejável para si e desastroso ao Palácio do Planalto. Horas depois, Renan enfim formulou o pedido de prisão, com endosso de outros senadores, Aziz refutou a medida. “Não serei carcereiro de ninguém”, bradou.
A oposição e a mídia ficaram sem a foto da prisão do ex-assessor de Jair Bolsonaro. Seria um troféu no dia mais tenso da CPI até agora.
Wajngarten acabou sendo vítima de sua entrevista recente à revista Veja. Suas frases, e as interpretação delas, deram ensejo a acusações contra o governo. O que ele recusou a endossar no depoimento.
Noutra ponta, o depoente não conseguiu explicar corretamente as ações da Secom, e caiu em contradições. Ficou tudo truncado. Até porque existe confusão no posicionamento do governo entre priorizar saúde ou economia.
O governo foi sempre disfuncional na comunicação da pandemia. E o secretário acabou informalmente negociando vacinas, porque havia um problema formal no Ministério da Saúde. A CPI quer provar que havia gente incompetente na Pasta, que não conhecia o setor.
Wajngarten entrou sozinho em solo minado, o setor de compras da Saúde. E quase pagou com a própria liberdade ao tentar trazer a vacina por vias alternativas.
E então o senador Flávio Bolsonaro, filho 01, chamou Calheiros de "vagabundo". O termômetro foi desligado antes de explodir. Amanhã tem mais…
*Márcio de Freitas é analista político da FSB Comunicação
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