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O que grandes executivos esperam da economia em 2021? Leia na Bússola & Cia

A coluna semanal de notas da Bússola ouviu algumas das principais lideranças empresariais sobre as expectativas para o próximo ano. Confira!

 (José Paulo Lacerda/CNI/Divulgação)

(José Paulo Lacerda/CNI/Divulgação)

Isabela Rovaroto

Isabela Rovaroto

Publicado em 23 de dezembro de 2020 às 11h56.

Última atualização em 23 de dezembro de 2020 às 11h58.

A coluna Bússola & Cia perguntou a alguns dos principais empresários e executivos do país o que eles esperam da economia em 2021. Veja a primeira parte (tem mais na próxima semana) das respostas sobre a expectativa para o próximo ano de alguns gestores das maiores empresas e entidades do país:

 Vencer o flagelo

“Ainda que num ritmo aquém do desejável, a economia brasileira deverá entrar em 2021 num cenário positivo, o que nos proporciona uma base mínima para continuar avançando. Para isso, é fundamental que o Governo Federal e o Congresso Nacional trabalhem em harmonia para darem continuidade às reformas estruturais, imprescindíveis para a melhora do ambiente de negócios – especialmente a Tributária e a Administrativa. É preciso remover crônicos obstáculos ao avanço dos setores produtivos, para conseguirmos uma retomada sustentável da economia, sobretudo com a redução do desemprego, flagelo que atinge cerca de 14 milhões de brasileiros.”

Robson Braga de Andrade - Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

Vacina para todos

“O ano de 2021 será de retomada econômica após o impacto brutal da pandemia. A velocidade dessa retomada dependerá, principalmente, de três fatores: crédito, emprego e o equilíbrio fiscal do governo. O Banco Central possui um papel fundamental nesse processo de retomada econômica, e iniciativas como o Open Banking tendem a estimular a competição entre as instituições financeiras, aumentando o acesso da população ao crédito com taxas mais competitivas. Outro fator determinante para a aceleração da retomada econômica é o retorno pleno das atividades diante da vacina da Covid-19 para toda população.”

Marcelo Scarpa - Diretor-executivo do Digio

Harmonia entre poderes

“O cenário de 2021 vai depender, com certeza, do momento da crise sanitária que estamos vivendo. Se houver normalização, temos boas perspectivas. A economia já vem dando sinais de reação. Mas vamos precisar ficar atentos à dívida pública interna e evitar, com todo empenho, o aumento da carga tributária. O Brasil já não aguenta pagar tantos tributos. Será fundamental, também, garantir um ambiente de segurança jurídica e o fortalecimento da nossa democracia, com poderes harmônicos, mas independentes entre si. Isto feito, podemos pensar em um país moderno, dinâmico, ativo e que venha a ocupar o lugar que nós sempre almejamos.”

José Roberto Tadros - Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)

Aeroporto; Azul; Santos Dumont; Pista; Espera;

(Germano Lüders/Exame)

Retomada gradual

“Analisando pela ótica do turismo, espero e acredito na recuperação do setor, bem como no restabelecimento, a médio e longo prazo, da economia. Estamos em um processo gradual de retomada, atentos aos novos rumos e atuando com muita responsabilidade. Acredito estarmos no caminho certo para essa retomada.”

Sandro Fernandes - CEO do Bondinho Pão de Açúcar

Aprendizado on-line

 “O mercado de empreendedorismo e aprendizado on-line mais do que dobrou este ano, oferecendo alternativa de renda, além de desenvolvimento pessoal e profissional, a milhões de pessoas. O acesso a especialistas ficou mais fácil; e a aplicação do conhecimento prático, mais rápida. Vivemos um novo paradigma de formação profissional, que transformará o mundo.”

João Pedro Resende – CEO e cofundador da Hotmart

Suprimentos instáveis

“Esperamos uma recuperação econômica parcial em 2021, que dependerá da capacidade de avançarmos na prevenção efetiva da doença e na retomada de uma agenda político-econômica pós-Covid que enderece os reflexos da crise. Especificamente, no setor de Lubrificantes, apesar da rápida recuperação do volume de negócios, a pandemia trouxe uma certa instabilidade na cadeia de suprimentos de matéria-prima, que gerou volatilidade no mercado e aumento na participação de insumos importados. O impacto deste desequilíbrio deve se estabilizar no primeiro trimestre de 2021. Por fim, vejo uma mobilização de todos para fazermos de 2021 um ano de recuperação, o que é muito bom.”

Leonardo Linden - CEO da ICONIC

Despertar com 5G

“Em 2021, confio que o Brasil vai despertar deste pesadelo que foi a pandemia, com espírito otimista e de construção. Teremos uma sociedade diferente, em um mundo novo e virtual, uma mudança que chegou sem quase ninguém reparar, em um lapso de poucos meses. Trabalho de casa, eventos em streaming, aulas das crianças on-line – tudo agora é pela internet. E uma tecnologia nova, de comunicação em alta definição, o 5G, já a partir de maio, vai acelerar ainda mais o processo de transformação do Brasil numa economia digital. Portanto: olhos abertos em 2021!”

Alessandro Lombardi – CEO da Piemonte Holding

Devo, não nego

“Esperamos que 2021 nos entregue as promessas feitas por 2020 e frustradas pela pandemia. Que seja o início de um ciclo de crescimento econômico, com a volta dos investimentos estrangeiros de longo prazo, a modernização da nossa infraestrutura, a geração de riqueza e renda para a redução das desigualdades e construção de um país mais justo. Que o próximo ano traga a aprovação das reformas tributária e administrativa, tão aguardadas e importantes para destravar a economia. É possível também que, em 2021, haja um aumento no número de reestruturações financeiras de empresas que, mesmo tendo atravessado o ano em curso, precisarão renegociar suas dívidas com seus credores para sobreviver.”

Amir Bocayuva Cunha – Sócio-diretor do BMA Advogados

Sobreviver

“Após o veto à ajuda financeira de R$ 4 bilhões para reanimar o setor de transporte público, fortemente combalido com a pandemia, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) está apreensiva com o futuro dessa atividade essencial em 2021. Além do prejuízo acumulado de R$ 8,8 bilhões até o momento e da perda de 27.697 postos de trabalho, o setor de transporte coletivo urbano não abre mão do marco legal para esse serviço essencial, a exemplo do que foi feito para o saneamento. Esta será a grande bandeira para o novo ano, mas antes precisamos sobreviver até lá, o que não será possível sem o socorro do Governo Federal.”

Otávio Cunha – Presidente-executivo da NTU

Escola Elvira Brandão na zonal Sul, aula de Biologia do professor Felipe Limão Foto: Leandro Fonseca

Tecnologia educacional

“Em 2020, aceleramos nosso movimento em tecnologia educacional como ferramenta principal das nossas instituições, uma decisão que refletiu muito positivamente em nossos resultados. Para 2021, a estratégia é manter esses investimentos para assegurar as escolas como protagonistas do projeto acadêmico, facilitando o ensino híbrido de verdade. Estamos otimistas, mas cientes que há muito a ser feito. O mais importante é que o fomento às novas tendências do mercado e aos novos modelos de negócios educacionais esteja nas pautas prioritárias da agenda econômica, porque serão fundamentais para potencializar a qualificação intelectual e cultural dos nossos  estudantes.”

André Aguiar – CEO Inspira Rede de Educadores

Dias melhores

“Muda apenas o calendário, porém, importante é saber como estará a saúde das pessoas em 2021. Se a vacina chegar e conseguir conter esta pandemia, tenho certeza de que as empresas e seus colaboradores voltarão às suas atividades normais e com as mudanças de hábitos que vieram para ficar. O mundo sempre se recuperou após uma crise, e isto não será diferente desta vez, por isso, acredito em dias melhores para todos nós.”

John Anthony Von Christian – Presidente da Associação Brasileira de Telesserviços (ABT)

Logística vacinal

“A recuperação da China e o início da vacinação contra o Covid-19 darão tração à economia para que tenhamos um ano melhor em 2021. O desafio de logística para que possamos vacinar pelo menos 70% da população brasileira não é pequeno. Precisamos de harmonia entre o Governo Federal e os governadores para que tenhamos êxito. Estou confiante na força e capacidade de adaptação do setor privado. No 3º trimestre de 2020, o setor de seguros teve alta no seu faturamento de 7,7%. Esta promissora recuperação nos anima, demonstrando a força do nosso setor.”

Antonio Carlos Costa - Presidente do Sindseg RJ/ES

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