Nas redes sociais a perfeição atrai, mas é a imperfeição que conecta
Única maneira de o ser humano se conectar, verdadeiramente, é se sentir parte de algo, e ninguém consegue se sentir parte de algo perfeito
Bússola
Publicado em 20 de julho de 2022 às 11h00.
Última atualização em 20 de julho de 2022 às 11h46.
Por Carolina Fernandes*
Você já abriu o Instagram de uma marca e viu um feed lindo, bem padronizado e profissional? É realmente muito agradável aos olhos. Mas você lembra do que fez depois? Abriu algum post para curtir ou comentar? Nem sequer lembra qual era a marca ou o produto?
Existem altas chances de que a resposta para essas últimas perguntas seja não. Isso porque, mesmo ao apreciar uma construção de imagem perfeita, a admiração acaba aí: não vira conexão. É ver, achar legal, e fechar a janela. Acabou.
No marketing e, especialmente, nas redes sociais, a última coisa que queremos é que as pessoas deem meia-volta. Atrair é importante, mas manter é ainda mais. E é isso que não acontece, na maioria das vezes, quando trabalhamos com a ideia de “perfeição”.
Todo mundo sabe que aquele feed incrível foi minuciosamente produzido, que as fotos são embelezadas, que os vídeos são editados. E não é um problema que sejam, mas, quando essa é a única coisa que a marca oferece, falta um ingrediente essencial, sendo a autenticidade.
A única maneira do ser humano se conectar, verdadeiramente, é ao se sentir parte de algo. E ninguém consegue se sentir parte de algo perfeito. As pessoas se conectam com o orgânico, o genuíno, o espontâneo; em suma, o imperfeito.
A melhor forma de fazer isso, pelo menos nas redes sociais, é mostrando as pessoas que estão por trás de toda empresa. De vez em quando, um post ou story no trabalho, uma brincadeira, ou até algo mais pessoal, como uma história que valha a pena ser contada.
Como o nome já diz, o intuito dessas plataformas é socializar. Você não socializa com o outdoor ou com a placa de entrada de uma loja, certo? Você socializa com os atendentes, outros clientes, até com o dono.
Lembrando: nada é 8 ou 80. Existem milhares de maneiras de produzir conteúdo e cada uma pode funcionar de um jeito diferente para cada marca. Por isso mesmo, vale a pena equilibrar e testar, para não correr o risco de se prender a uma única estratégia e perder os potenciais de outra.
Às vezes, é difícil entender que a conexão depende da simplicidade. Quando pensamos apenas no sentido estético, faz sentido buscar a melhor imagem possível, com toda a perfeição. E se o objetivo é ficar bonito, esse é o caminho.
Contudo, se o objetivo é se relacionar com os clientes (e potenciais clientes), essa não deve ser a maior preocupação.
Para toda marca que quer criar conexões reais com seu público, fica a dica: o conteúdo que funciona, às vezes, pode ser mais o que parece ter sido feito no celular do que o que parece saído de um catálogo.
*Carolina Fernandes é CEO da Cubo Comunicação, palestrante e especialista em Marketing & Comunicação.
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