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Mercado de startups ignora a pandemia e cresce no Brasil em 2021

São mais de 1.400 novas empresas emergentes abertas em 710 cidades de todas as regiões do país

Em relação ao mercado de atuação, 9% das startups brasileiras são voltadas para a educação. (Germano Lüders/Exame)

Em relação ao mercado de atuação, 9% das startups brasileiras são voltadas para a educação. (Germano Lüders/Exame)

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Publicado em 10 de dezembro de 2021 às 16h45.

Última atualização em 14 de dezembro de 2021 às 16h36.

As restrições da pandemia não frearam o mercado de startups no Brasil em 2021, que continuou crescendo. De acordo com a Associação Brasileira de Startups, de 2015 até 2019, o número saltou de uma média de 4.100 para 12.700 startups criadas, representando um aumento de 207%. Hoje, o país tem 14.065 startups distribuídas em 78 comunidades e 710 cidades brasileiras.

No ranking de estados com mais startups no Brasil, lidera São Paulo, com 4.027 empresas, seguido de Minas Gerais, com 1.240, Rio Grande do Sul, com 976 e Rio de Janeiro, com 880.

Em relação ao mercado de atuação, 9% das startups brasileiras são voltadas para a educação, 7% direcionada para outros serviços, 6% para finanças e 5% para saúde e bem-estar. Sendo que 47% das startups brasileiras tem como público alvo B2B, ou seja, negócios para negócios; 29% para B2B2C (negócios para negócios e consumidores) e 19% B2C, negócios para o consumidor.

Já em modelo de negócio, 41% das empresas são SaaS (Software como Serviço), seguido de 19% delas oferecidas como Marketplace. As redes sociais e o mundo conectado de hoje permitem que qualquer pessoa possa iniciar o seu negócio em poucos passos. E uma das vantagens é poder criar a conexão com os clientes em ambientes virtuais, como no caso de aplicativos.

“Negócios em ambiente virtual são conduzidos em um ambiente com alcance nacional e até mesmo internacional, não limitados à geografia de um endereço específico. São, dessa forma, capazes de atingir escala com investimentos direcionados ao marketing digital, não requerendo investimentos como aluguéis e adequações de espaços físicos. Essa característica dos negócios virtuais permite que entrantes em quaisquer indústrias, munidos de uma estratégia digital adequada, consigam competitividade com players maiores em igualdade de condições, disputando tráfego para seus negócios através da geração inteligente de conteúdo e outras estratégias empregadas para atração de cliques. A eMutua oferece uma plataforma apta à entrada nesse ambiente, com um modelo de contratação onde praticamente não existe investimento financeiro antes de se obter resultado, acompanhando o sucesso de nossos clientes”, afirma Giuliano Carioca, diretor de Operação na eMutua Digital, startup que oferece consultoria, gestão e plataforma para migração de comércios físicos para o ambiente digital.

Para Hélio Moreira, CMO da eMutua Digital, “acreditamos que o mundo virtual possa ser complementar ao mundo físico. Levamos em nosso DNA o conceito de “high-tech” aliado ao conceito de “high-touch”. De nada vale um website ultramoderno (high tech) mas que não passa confiança, credibilidade e proximidade junto ao usuário (high touch). Quando construímos nossas plataformas pensamos em todo o momento como o cliente final”.

Segundo pesquisa recente da Nielsen, 54% dos jovens da Geração Z querem começar seus próprios negócios. O maior número de Startups no mundo está nos Estados Unidos. E é lá que estão 50% dos unicórnios — termo referente a empresas que atingem um valor superior a US$ 1 bilhão.

O Brasil segue em 20º lugar no ranking de Startups, e isso significa um grande avanço no mercado nacional.

Rafael Macari, CEO da Refriplay, startup que oferece soluções para técnicos, consumidores e marcas do mercado de refrigeração, explica sobre o sucesso do negócio ao levar sua empresa para o ambiente digital:

“A Startup foi uma extensão do meu negócio atual (indústria e manufatura). Eu queria conhecer mais de perto o meu consumidor final, entender seu comportamento de compra. Porém o sucesso no lançamento foi tão grande que o negócio foi pivotado, saindo de uma grande rede social de técnicos brasileiros para se tornar maior solução em controles para técnicos, empresas e fabricantes de ar condicionado da América Latina”, diz Macari.

De acordo com ele, as principais vantagens de uma startup incluem o baixo custo fixo, alta lucratividade e principalmente potencial de escalar o negócio a níveis muitas vezes não planejados.

Ainda segundo a Abstartups, 50% das startups no Brasil sentiram o maior impacto na venda e aquisição de clientes pelo covid-19. Mesmo assim, o modelo de negócio serviu como solução para muitos empresários no país durante a fase da pandemia.

“O crescimento foi grande no primeiro e segundo ano, porém foi na pandemia que crescemos mais de 300% ultrapassando a marca de 80.000 usuários, entre técnicos e empresas”, diz Rafael Macari, da Refriplay.

Para ressaltar a importância ao mercado, também entrou em vigor no país o Marco Legal das Startups e do empreendedorismo inovador, em junho de 2021. Lei que busca criar um ambiente regulatório favorável para as empresas inovadoras.

As startups também têm um papel importante na implementação de políticas públicas, e isso nas mais variadas áreas, como saúde, educação, moradia e tecnologia.

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