A COP é o berço das políticas climáticas e de pautas estratégicas (imagesourcecurated/envato)
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Publicado em 23 de dezembro de 2024 às 10h00.
Marlos Baptista, diretor de Sustentabilidade da Imagem Geosistemas*
Tive a oportunidade de observar e viver, na prática, a Conferência das Partes (COP29) em Baku, no Azerbaijão. Durante o período de 11 a 22 de novembro, importantes discussões se refletiram em todos os níveis: da visão mais operacional aos chefes de Estado e núcleos executivos das grandes corporações.
A COP é o berço das políticas climáticas e de pautas estratégicas que orientam intenções, movimentos, demandas setoriais e necessidades globais. Esta é uma reunião anual de signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), que tem como objetivo debater medidas e encontrar soluções para problemas ambientais que afetam o planeta. Participam desta conferência os 193 países da ONU e cinco territórios, incluindo o Brasil.
Este ano, vimos desdobramentos importantes relacionados às agendas de financiamento climático, regulação do mercado de carbono, energias renováveis, promoção do turismo sustentável, tecnologias sustentáveis e medidas de adaptação climática. Esses pontos são base para a tão esperada COP30 no Brasil, que será realizada em 2025, em Belém (PA).
Esses debates trazem desafios ainda maiores, demandando uma efetiva colaboração de toda a massa empresarial. E é aqui que entramos com a criação de soluções baseadas em tecnologia, dados e ciência, que podem transformar a forma como enfrentamos os desafios climáticos e sociais que impactam o planeta.
O primeiro quesito são os dados, pois para enfrentar os problemas ambientais, precisamos de uma plataforma que capture a realidade e crie um banco de informações confiável. O segundo ponto é a ciência, pois necessitamos de uma plataforma que suporte a implementação, integração e conexão de bases de conhecimento para informar nossas decisões. Por último, tecnologia, porque precisamos de sistemas que forneçam uma base para as melhores práticas. Por exemplo, processos e aplicações para desenvolvimento rápido, como plataformas de low-code. Esses sistemas devem permitir tanto análises simples quanto complexas, oferecendo previsões e insights que direcionem soluções práticas.
Ao integrar esses três pilares, é possível construir soluções robustas e eficazes para combater os efeitos das mudanças climáticas. Tecnologias geoespaciais, por exemplo, possibilitam o monitoramento contínuo das mudanças ambientais e a criação de cenários que suportam a tomada de decisão ágil e eficaz.
Acredito que focarmos nessa missão, nos permitirá enfrentar desafios relevantes para a sustentabilidade, de transições energéticas, logística verde, à economia circular.
Como cientistas de soluções, nossa responsabilidade será transformar políticas em plataformas, desenvolver instrumentos e criar ferramentas que sustentam processos e negócios, seja no financiamento climático, em estratégias de descarbonização, na busca por justiça social, na transição energética ou na adaptação climática.
Durante os 10 dias intensos em Baku, no Azerbaijão, compartilhamos, discutimos e provocamos reflexões sobre esses temas e estratégias; inclusive, presenciamos o importante anúncio do Brasil em relação à meta de reduzir em 67% as emissões de gases de efeito estufa até 2035, em relação ao ano de 2005. O anúncio foi feito pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que destacou ser um novo paradigma para o desenvolvimento econômico e social do país.
A primeira COP ocorreu em 1995, em Berlim, na Alemanha, e entre as principais conquistas obtidas até aqui está o Protocolo de Kyoto, que entrou em vigor em 2005 - o tratado visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa que contribuem para o aquecimento global. Outra importante decisão foi o Acordo de Paris, assinado na COP21 e adotado em 2015, que tem por objetivo fortalecer a resposta à ameaça da mudança do clima e reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos gerados pelo aquecimento global. Este é um tema fortemente tratado desde então, o que demonstra a relevância deste encontro anual.
Então, para fechar, deixo aqui algumas lições aprendidas no evento deste ano. A primeira delas é que as soluções tecnológicas podem apoiar empresas e governos na prevenção de desastres naturais, no monitoramento de emissões de carbono e na implementação de sistemas que acelerem a transição para um futuro sustentável. O segundo tema é o tripé “Dados, Ciência e Tecnologia”, que pode construir soluções robustas e eficazes para combater os efeitos das mudanças climáticas. Na sequência, as tecnologias geoespaciais possibilitam o monitoramento contínuo das mudanças. E, por fim, que o Brasil tem muito a oferecer no campo das tecnologias sustentáveis, com potencial para inspirar e colaborar com a comunidade global em busca de um futuro mais resiliente e equilibrado.
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