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Lupo, a empresa centenária que tem CEO mulher de 79 anos e maioria feminina entre funcionários

Entenda como a tradição e os valores do fundador da Lupo podem ser importantes para guiar o futuro e perenidade de uma empresa

Liliana Aufiero, CEO da Lupo (Lupo/Divulgação)
Aquiles Rodrigues

Repórter Bússola

Publicado em 18 de julho de 2024 às 13h00.

No Brasil, apenas2,4% dos cargos de CEO são ocupados por mulheres. A maioria dos executivos nesse cargo está na faixa dos 50 anos de idade. Com sucesso, Liliana Aufiero vai totalmente contra essas estatísticas.

A CEO daLupo,gigante daindústria têxtil brasileira, tem 79 anos, salvou a empresa mais de uma vez e vem desenhando uma estratégia de sucesso, que visa a abertura de IPO.

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Sob a liderança dela, que é bisneta do fundador, Henrique Lupo, a empresa chegou ao faturamento de R$ 1,5 bilhão em 2023.

E para além do business, Liliana também dá um show de governança corporativa priorizando o protagonismo feminino: dos 10 mil colaboradores daLupoem todo o país, 8500 são mulheres .

“Hoje em dia é necessário olhar para as empresas que valorizam efetivamente as mulheres. Nesse caminho, a Lupo é pioneira”, diz Daniela Lupo, parte da família fundadora, uma dos mais de 80 acionistas da empresa e especialista em cultura empresarial.

Para ela, o trabalho de Liliana tem muito a ver com o legado do fundador, das práticas cultivadas desde a fundação e é exemplo de como estruturar a cultura e os objetivos de uma empresa.

É preciso mergulhar na história para desenhar o futuro da empresa

Bisneta do fundador, Daniela é empresária, já foi franqueada da Lupo e é membro do Conselho de Família, que mantém os parentes e acionistas ligados à empresa e ao patrimônio com um estatuto próprio.

Ela aplica o que aprendeu com a Lupo em sua consultoria, atuando como mentora e facilitadora de projetos de desenvolvimento de cultura organizacional .

“O meu maior desafio é olhar para a tradição da empresa, o que eu chamo de ‘raízes’, e fazer a ponte com o futuro, que chamo de ‘asas’. Penso em como fazer com que os valores do fundador conversem com o hoje. Parece poético, mas traz resultado: menos turnover, menos estresse e mais lucratividade”, conta.

Ela diz que quando o fundador ainda está presente é preciso entender sua intenção e seu sonho original para guiar os próximos passos. E quando o fundador já partiu, a liderança ainda precisa passar por esse processo.

Para isso, Daniela aplica uma ferramenta chamada Teoria U, que propõe um mergulho na história e tradição da empresa, saindo do ponto A para o B com uma ideia completa sobre para onde seguir.

A empresa do seu bisavô é a sua principal inspiração.

Um exemplo de cultura saudável encontrado na família

Na Lupo , a tradição e os valores atuais estão presentes desde o início. Segundo Daniela, o seu bisavô sempre tratou os colaboradores como prioridade, dando destaque para a presença feminina – as mulheres são a maioria desde a fundação.

“Nas férias coletivas, ele levava as colaboradoras da Lupo para Santos, para passar uma semana lá. Chamava ‘caravana da Lupo ’ e saía em vários jornais. Essa valorização me orgulha muito”, conta.

Segundo Daniela, muitas pessoas entraram como office boy e a empresa custeou os estudos posteriores. Para ela, o desejo de ver o desenvolvimento do colaborador está presente em todas as ações da CEO Liliana, élegado do bisavô, postura chave da CEO e maior riqueza da empresa .

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