Gestão Sustentável: a relevância do futuro nos orçamentos corporativos
Esta semana, Danilo Maeda discute a forma como diferentes lideranças priorizam ou não a sustentabilidade
Head da Beon - Colunista Bússola
Publicado em 15 de maio de 2024 às 12h30.
Última atualização em 15 de maio de 2024 às 13h06.
Se o sucesso dos objetivos de desenvolvimento sustentável são críticos para o futuro da humanidade, podemos dizer que profissionais (e áreas) de sustentabilidade são “representantes do futuro”, que atuam para que sejam tomadas hoje as medidas necessárias para um amanhã mais inclusivo, justo e viável em termos ambientais, sociais e econômicos.
No discurso, basicamente todas organizações tem se colocado como aliadas desse futuro desejável. Mas e na alocação de recursos, o grau de relevância do futuro parece ser menor do que o necessário. Segundo um estudo da Roland Berger , em 46% das empresas, os investimentos em sustentabilidade não representam 1% de sua receita, enquanto 36% investem entre 1% e 5% do faturamento na área e 18% investem mais de 5% em sustentabilidade.
Por outro lado, para 84% da alta liderança, a sustentabilidade tem importância central para a estratégia do seu negócio. Uma evidente contradição, que pode se justificar pela dificuldade de medição do retorno dos investimentos em sustentabilidade – que são muitas vezes de longo prazo, com resultados diluídos ao longo dos anos e que se apresentam de maneira indireta.
É urgente reverter esse cenário, uma vez que o grau de degradação atual faz com que a sustentabilidade não seja mais sobre evitar o esgotamento de recursos ou que se excedam os limites ecossistêmicos. É preciso construir também resiliência e regeneração. O primeiro conceito remete à física e descreve a “ propriedade de alguns materiais retornarem à forma original após submetidos a uma deformação elástica ”. Figurativamente, resiliência significa capacidade de suportar adversidades e se adaptar a momentos difíceis. Não é à toa que falamos tanto dela recentemente.
Apesar do cenário desafiador, é muito comum que organizações acostumadas a tocar seus processos de geração de valor com boas práticas de redução de danos se considerem sustentáveis. Mas essa classificação fica desatualizada diante de um meio ambiente que precisa ser reconstituído por termos extrapolado os limites ecossistêmicos e uma sociedade com desigualdades abissais e necessidades básicas não atendidas para milhões de pessoas.
Para produzirmos um futuro sustentável de verdade, é preciso que os investimentos nesse cenário estejam devidamente presentes nos orçamentos de hoje.
Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube