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Diário IBP na COP 28: como encarar o desafio do financiamento climático

Acompanhe a Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas. Nesta terça-feira: destaques do primeiro e do segundo dia de acordo com a chair do Comitê de Transição Energética do IBP.

No primeiro dia, a questão dos mecanismos financeiros foi destaque entre os painéis (Galeanu Mihai/Getty Images)
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Publicado em 5 de dezembro de 2023 às 15h00.

Última atualização em 5 de dezembro de 2023 às 17h59.

Por Clarissa Lins*

O mundo precisa se esforçar no enfrentamento às mudanças no clima . Pensando nisso, quase 200 países estão reunidos na COP 28, em Dubai, para debater estratégias de combate às mudanças climáticas. No evento, que começou no dia 30 e segue até o dia 12 de dezembro, líderes mundiais, governos, organizações não governamentais e especialistas em sustentabilidade discutem temas relevantes como a transição energética, financiamento climático, entre outros.

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1° dia da COP28: mecanismos financeiros para alavancar a transição energética

No meu primeiro dia de COP 28, tive a oportunidade de acompanhar dois painéis. O primeiro deles foi liderado pelo Ministério da Fazenda, com a presença da secretária Tatiana Rosito. Participaram também representantes do BNDES, da sociedade civil e órgãos financiadores internacionais, como o Global Cimate Fund e o banco de infraestrutura da Ásia.

A mensagem central deste painel foi a de que precisamos pensar em novos mecanismos financeiros para alavancar a transição energética . Nesse contexto, o blended finance foi o assunto da vez. Estruturas de blended finance utilizam recursos não reembolsáveis e filantropia visando engajar capital de terceiros para realização de iniciativas com impacto socioambiental. Essas estruturas híbridas podem combinar instrumentos diversos para apoio aos projetos, como por exemplo: dívida, equity, garantias, seguros, programas ou fundos garantidores, entre outros.

Com isso, seria possível fazer com que os recursos cheguem em volume necessário a todos os desenvolvedores de projetos, em todos os locais possíveis, de maneira não concentrada. Mas, para isso, na visão dos especialistas, é preciso uma nova mentalidade, que aceite mais riscos e também partes de retornos diferentes.

2° dia da COP28: o papel da América Latina, avanços da China e políticas nacionais

Já o segundo painel foi aberto pelo presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, e contou com as presenças do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e do diretor executivo da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol. Esse painel enfatizou o papel da América Latina e do Brasil na nova configuração energética global. Entre os temas discutidos, falou-se da necessidade de aumentar a competitividade em novas cadeias de valor, como a de hidrogênio de baixo carbono, por exemplo. O conceito da justiça energética e de uma transição justa também permeou o debate.

No meu segundo dia na COP 28, o blended finance continuou sendo um dos grandes temas, sempre com a tônica de que é necessário ter novos mecanismos para atender às necessidades de financiamento da transição.

Em um painel muito interessante no pavilhão da China, pude ouvir o enviado especial para o Clima, Zhenhua Xie, afirmar que a China já tem um plano de redução de emissões de metano, o qual contempla as emissões da indústria de óleo e gás, de aterros sanitários e de minas de carvão. O entendimento recém assinado com os Estados Unidos reforça isso, mas é preciso que o mundo reconheça o que a China já vem fazendo nessa área.

No painel organizado pelo Ministério de Minas e Energia, pude debater a respeito da Política Nacional de Transição Energética com o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Barral, e demais painelistas. Já no painel da Petrobras realizado no Pavilhão Brasil, no qual representei o IBP como moderadora, o foco foi em descarbonização da indústria de O&G e transporte.

*Clarissa Lins é sócia-fundadora da consultoria Catavento e chair do Comitê de Transição Energética do IBP

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