Direitos da comunidade LGBTQIA+ incluem direito ao trabalho e ao desenvolvimento profissional (Javier Zayas Photography/Getty Images)
Bússola
Publicado em 14 de julho de 2021 às 11h52.
Última atualização em 15 de julho de 2021 às 11h56.
Quase metade (44,3%) das pessoas LGBTQIA+ tiveram suas atividades totalmente paralisadas durante isolamento. 40% dos LGBTQIA+ e metade das pessoas trans (53,35%) não conseguem sobreviver sem renda por mais de um mês caso percam sua fonte financeira hoje e uma em cada quatro perdeu o emprego em razão da covid-19. Esses são os resultados de uma pesquisa online com grupos distintos de classe social, idade, gênero, raça e escolaridade, pelo Vote LGBT+ e pelo Box1824.
Para comentar os resultados da pesquisa, a Bússola conversou com Larissa Medeiros Rocha, advogada da área trabalhista do BMA Advogados. “A pesquisa evidencia que, como resultado do preconceito, grande parte das pessoas LGBTQIA+ vive em situação de fragilidade profissional, amplificada pela pandemia. É um cenário que precisa ser mudado. Quando falamos sobre a garantia dos direitos da comunidade LGBTQIA+, não podemos esquecer do direito ao trabalho e ao desenvolvimento profissional”, afirma.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, mostram que seis em cada dez dos desempregados que integram a comunidade (59,47%) já estão sem trabalho há um ano ou mais. Essa parcela quase dobrou em relação à pesquisa realizada em 2020 (31,65%) e é maior do que a porcentagem nessa situação no país. Para Larissa, o papel das empresas se torna essencial para que o Brasil possa, no médio prazo, reverter esses números.
“A atual tendência é de que companhias assumam compromissos com a pauta de diversidade e inclusão, ajudando a promover transformações significativas. Com as empresas, que são parte importante da sociedade, se engajando verdadeiramente, veremos efeitos práticos sobre as taxas de desemprego e, consequentemente, sobre a situação de vulnerabilidade da população LGBTQIA+”, diz.
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