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Contrabando retira mais de R$ 280 bilhões da economia brasileira

Fórum lança ação nacional de valorização do mercado legal, mostrando os prejuízos que produtos contrabandeados trazem ao país e à sociedade

Setor que mais tem perdido com produtos ilegais é o de roupas e acessórios (Divulgação/Divulgação)

Setor que mais tem perdido com produtos ilegais é o de roupas e acessórios (Divulgação/Divulgação)

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Publicado em 9 de novembro de 2021 às 17h37.

A campanha “O Contrabando Rouba o Futuro dos Brasileiros” destaca o quanto o Brasil perde com o mercado de produtos ilegais: tanto na economia, como no potencial de investimento em melhorias sociais. A iniciativa, lançada pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), revela os efeitos nocivos do contrabando para a sociedade e como a conscientização do cidadão é importante para combater os impactos destrutivos causados por essa prática.

Na última década, o submundo do contrabando só tem prosperado no Brasil. Balanço anual divulgado pelo FNCP indica que o prejuízo econômico resultante desse avanço dos produtos ilegais — considerando as perdas dos setores produtivos e de arrecadação de impostos — cresceu 191% no curto período de sete anos. Isso significa ir de R$ 100 bilhões em 2014 para R$ 288 bilhões em 2020. Um dinheiro que deixa de movimentar a economia de forma sustentável e próspera.

“A campanha vem para conscientizar as pessoas do impacto do comércio ilegal.  A solução para o contrabando deve envolver medidas que afetem a demanda, reduzindo a vantagem que o produto ilícito tem sobre o produto legal em termos de preço. E a oferta, com a repressão aos contrabandistas e sonegadores também é importante, mas sozinha ela não conseguirá resolver o problema em um longo prazo. Ainda é importante trazer o cidadão para uma postura ativa de ajudar a combater o problema”, afirma Edson Vismona, presidente do FNCP.

Prejuízo

Dos R$ 288 bilhões perdidos em 2020, segundo levantamento do FNCP, quase R$ 91 bilhões foram impostos não recolhidos pelo governo que poderiam ter sido transformados em investimentos em programas de educação e até mesmo em melhorias de infraestrutura pelo Brasil. O prejuízo é equivalente, em média, a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) de toda a América Latina e representa 3,9% do total de riquezas produzidas pelos brasileiros.

Entre os setores afetados, o que mais tem perdido com os produtos ilegais é o de roupas e acessórios. Em 2020, a perda estimada com a concorrência de produtos ilícitos pelas empresas de vestuário no Brasil chegou ao impressionante patamar de R$ 54 bilhões. Na sequência, temos combustíveis com perdas que chegam aos R$ 26 bilhões e, logo após, produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumaria com R$ 25 bilhões de prejuízo resultantes da concorrência desleal de produtos contrabandeados.

Além da perda econômica, o contrabando faz com que as empresas brasileiras fiquem para trás na corrida de desenvolvimento porque é um movimento que acelera o processo de desindustrialização do Brasil. A criação de empregos formais é outra consequência negativa do avanço da entrada de produtos contrabandeados no país. Diminui a oferta de vagas para profissionais qualificados e, com isso, ainda prejudica a ascensão social da população.

“Empregos que poderiam ter contratado brasileiros para produção local”, afirma Vismona. Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) relativos ao primeiro trimestre de 2021 indicam que 14,8 milhões de pessoas estão em busca de recolocação profissional no Brasil.

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