Conheça iniciativas sustentáveis que podem ajudar o Brasil de amanhã
Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 mostra a urgência do comprometimento com a sustentabilidade por parte de todos
Bússola
Publicado em 30 de dezembro de 2021 às 14h34.
Última atualização em 30 de dezembro de 2021 às 14h45.
Estamos fechando 2021 com um tema que une todo o planeta: a emergência climática. Líderes de países desenvolvidos e emergentes discursam em conferências globais como a COP26, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021, acerca da urgência do comprometimento com a sustentabilidade por parte de todos.
Apesar da discussão acerca do tema envolver fundamentalmente lideranças políticas, há muito o que a sociedade civil e a iniciativa privada podem fazer para ajudar ativamente em diferentes frentes e as cleantechs, startups de tecnologia limpa, reúnem algumas atividades essenciais.
De acordo com o Mapeamento Cleantech 2021 realizado pela Associação Brasileira de Startups em parceria com a EDP, empresa responsável pelo fornecimento de energia elétrica dos estados de São Paulo e Espírito Santo, o segmento conta com 102 startups, sendo que apenas as categorias Ar e Meio Ambiente e Energia Limpa são responsáveis por mais de 65% das cleantechs do país.
“Apesar do cuidado com o meio ambiente ser um dos assuntos-chave para os próximos anos e o segmento ser um dos mais promissores, apenas 32,7% das cleantechs receberam investimentos. Desse número, apenas 27,3% foram aceleradas. Por isso que iniciativas como o InovAtiva Brasil são tão importantes: é o poder público acreditando na sustentabilidade”, declara Felipe Matos, presidente da Abstartups.
Entenda algumas dessas questões e como têm sido endereçadas por empresas inovadoras de base tecnológica.
Logística reversa e economia circular
Uma das maiores responsabilidades das empresas quanto à sustentabilidade é o investimento em logística reversa. Isso significa contemplar todo o caminho dos produtos e embalagens utilizadas pelo negócio: desde a coleta até a sua reinserção na cadeia produtiva — que pode ser por meio da reciclagem, tratamento, recondicionamento e recuperação energética.
Atentar-se a isso é um movimento de ressignificação dos resíduos sólidos e é uma das especialidades em que a Trashin, startup acelerada pelo InovAtiva de Impacto Socioambiental em 2018, está se tornando referência nacional.
“Desenvolvemos produtos personalizados e únicos com materiais dos mais diferentes tipos. Resíduos que comumente seriam descartados, podem ganhar uma nova chance. Assim conseguimos diminuir o impacto ambiental”, diz Gustavo Finger, fundador e head de marketing da Trashin.
Cidades inteligentes e monitoramento da coleta de água
“O Brasil hoje perde cerca de 38% da água que coleta nos mananciais durante a sua distribuição. Para se ter ideia do volume, se economizássemos 20% dessas perdas, haveria água suficiente para abastecer os 35 milhões de brasileiros que hoje não têm acesso a água potável”, afirma Marília Lara, CEO da Stattus4, acelerada pelo InovAtiva Brasil em 2016.
A startup desenvolveu o Sistema 4Fluid justamente para reduzir as perdas na distribuição de água — com tecnologias de monitoramento (móvel e IoT). Desde o início de suas operações, já conseguiu salvar cerca de 93.000 metros cúbicos de água por dia, volume equivalente para abastecer cerca de 870.000 pessoas por dia.
Reaproveitamento de máquinas usadas na indústria
O segmento industrial brasileiro é um dos que mais geram resíduos de todos os tipos, desde dejetos químicos até o descarte de maquinário, mesmo que ainda esteja funcionando devidamente. É com este problema que a Central de Materiais decidiu lidar.
A questão do reaproveitamento de máquinas industriais é estratégica para reduzir a produção de lixo e também proporcionar preços mais atrativos para novos centros produtivos. “Nossa plataforma trabalha com a jornada completa e rastreável da compra e venda de maquinário usado, buscando o melhor destino e gerando um equilíbrio tanto de impacto ambiental quanto de impacto econômico”, diz Marcio Leo Danielewicz, CEO e fundador da startup.
Segundo o profissional, a empresa monitora a redução do impacto ambiental produzido em seu trabalho por meio de indicadores. “Nos últimos quatro anos, ajudamos a reduzir mais de 50.000 toneladas de CO2e mais de 30.000 toneladas de minério de ferro extraído”, conta.
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